Nascido em 6 de maio de 1856, Sigmundo Freud foi um médico neurologista e criador da psicanálise. Seus primeiros estudos iniciam com o uso de hipnose para tratar de pacientes com histeria, condição dada a uma neurose que causava grande instabilidade emocional, em que pacientes perdiam o autocontrole por causa de pânico excessivo.
Resumidamente, a psicanálise estudava o homem com análise do inconsciente, mais precisamente, o estudo da mente.
Antes dos estudos de Freud, os sonhos eram vistos como meros efeitos de estímulos do corpo, e somente com as descobertas da psicanálise, os sonhos passaram a ser vistos como grande informação para o estudo da mente. Para Freud, os sonhos representavam a realização dos desejos, escondidos no subconsciente. São nos sonhos que os desejos escapam da censura impostas pelo sexo, idade ou sociedade.
Atraído pelo tema, Freud escreveu a obra Interpretação dos Sonhos, na qual destacava o uso de simbolismo para poder interpretar os sonhos. De forma simplificada, acreditava que nem todo sonho deveria ser exatamente como o desejo que a pessoa possui. Para Freud, a maioria dos sonhos tinha uma representação sexual.
Os símbolos existiam como um disfarce para os desejos mais ocultos. Para entender o significado dos sonhos, Freud listou três processos:
Uma das refutações feitas às teorias psicanalíticas dos sonhos de Freud são os pesadelos. Para algumas pessoas, dificilmente os pesadelos podem ser explicados como algum desejo do inconsciente, mas para Freud os pesadelos por mais penosos que sejam, não deixam de representar um desejo que satisfaz o sonho.
Um dos casos mais famosos de contradição a Freud foi Carl Gustav Jung, um psiquiatra suíço. No início, Jung e Freud tinham se identificado muito um com o outro, ambos estudavam o inconsciente e trocavam informações sofre seus sonhos. As desavenças começaram por diferenças fundamentais de opinião quanto à causa de conflitos psicológicos. Para Jung, Freud insistia muito na teoria de trauma de natureza sexual, enquanto Jung acreditava nos fenômenos espirituais como fonte de estudo. Após isso, o afastamento entre os dois foi inevitável.
Além de Jung, o psiquiatra Thomas S. Szasz acreditava no valor dos sonhos, mas acreditava que o caminho para o inconsciente vai além deles.
Ano: 2010
Diretor: Christopher Nolan
Gênero: Ficção
Duração: 128 minutos
Elenco: Leonardo DiCaprio, Ken Watanabe, Joseph Gordon-Levitt, Ellen Page, Tom Hardy e Dileep Rao
No filme, Dom Cobb (Leonardo DiCaprio) interpreta um especialista na arte de roubar segredos do subconsciente das pessoas enquanto elas sonham, por ser o momento em que a mente está mais vulnerável. Com essa habilidade, Cobb é procurado por um empresário, interpretado por Ken Watanabe, para ao invés de roubar informações de um sonho, implantar uma ideia no cérebro do herdeiro de uma companhia. Para realizar tal missão, Cobb contrata a arquiteta Ariadne(Ellen Page) para se juntar a sua equipe, formada por Arthur (Joseph Gordon-Levitt), Eames (Tom Hardy) e Yusuf (Dileep Rao). O longa se caracteriza por suas incríveis cenas que exploram o universo dos sonhos e imaginação das pessoas com uma mistura de suspense e ficção-científica.
Ano: 2009
Diretor: Marco Kreuzpaintner
Gênero: Drama
Duração: 120 minutos
Elenco: David Kross , Christian Redl, Robert Stadlober e Paula Kalenber
Na trama, o personagem Krabat (David Kross) é um adolescente órfão que ouve uma voz em seus sonhos. Essa voz o faz caminhar até um velho moinho onde lá é introduzido à arte da magia negra junto de outros jovens. No decorrer do filme percebe-se que os seres com os quais eles lidam querem algo muito valioso para poder repassar seus conhecimentos, a alma dos jovens.
Ano: 2000
Diretor: Alain Berliner
Gênero: Drama
Duração: 135 minutos
Elenco: Demi Moore, William Fichtner, Peter Riegert
Demi Moore interpreta uma mulher que confunde sonhos com a realidade e precisa distinguir o real do imaginário antes que coloque tudo a perder. Marie é uma mulher americana que mora com suas duas filhas no sul da França e Marty é uma agente literária que vive em Nova York. Nas duas personalidades, ela vive um romance e faz um esforço para conseguir descobrir qual faz parte apenas de sua imaginação.
Esse clássico do terror juntou no total 7 continuações, tendo sua primeira versão em 1984. Em todos, o foco é no personagem Freddy Krueger, que se caracteriza pelas suas garras de aço e roupa rubro-negra. No filme, Krueger matou crianças e foi queimado vivo por pessoas que queriam vingança. A partir daí, ele passa a matar jovens em seus sonhos e deixam outros com mais medo de irem dormir. Uma nova continuação foi feita em 2010, embora não tenha agradado muito os fãs do filme. Curiosamente, esse filme lançou Johnny Depp ao estrelato, pois ele participou da primeira versão em 1984, quando ainda era um ator desconhecido.
Sonhos
Ano: 1990
Diretor: Akira Kurosawa
Gênero: Drama
Duração: 119 minutos
Elenco: Akira Terao, Mitsuko Baisho, Toshie Negishi, Mieko Harada, Mitsunori Isaki, Martin Scorsese
Essa obra do diretor Akira Kurosawa conta oito histórias diferentes baseadas em sonhos. Para Kurosawa, os sentimentos guardados na nossa alma poderiam ser expressados verdadeiramente nos sonhos. O filme contou com a participação do famoso diretor, Martin Scorsese interpretando Van Gogh. Foi indicado ao Oscar de Melhor Fotografia.
O Surrealismo foi um movimento artístico e literário, fortemente influenciado pela Psicanálise, destacando o inconsciente no processo de criação. O movimento acreditava em um arte que não precisasse de razão ou lógica e representasse o mundo dos sonhos.
Pode ser resumido como o movimento que recusava a razão, com ênfase nos sonhos. Salvador Dalí é considerado um dos artistas mais famosos desse movimento. Nascido em Figueres, Espanha, Dalí também ficou famoso por seus poemas e esculturas surrealistas.
Iniciou suas pinturas aos 13 anos com uma exposição que seu pai organizou, mostrando pinturas feitas à carvão. Ingressou na Academia de San Francisco, em Madri, Espanha aos 18 anos, em 1922. Com uma personalidade marcante, ficou conhecido por comportamentos extravagantes e exibicionistas.
No surrealismo, criava obras mostrando que eram sonhos desenhados. Em uma de suas obras mais famosas, A persistência da memória (1931), Dalí retratou relógios derretendo para relacionar a preocupação com o tempo e a memória.
Na obra Sono (1937), Dalí retratou uma enorme face humana sem corpo, sustentada por muletas. As muletas fizeram parte de obras de Dalí como uma crítica a fraqueza da realidade existente. Nessa obra de Dalí, percebe-se a cabeça gigante dormindo.
Como já visto, o surrealismo sofreu forte influência da Psicanálise com a ideia de sonhos e o inconsciente trabalhar nesses momentos. Criticado por apoiar o regime ditador de Francisco Franco, Dalí foi expulso do Surrealismo, que saiu revoltado ao afirmar: “o Surrealismo sou eu!”. Salvador Dalí morreu em 1989, vítima de insuficiência cardíaca.
Textos produzidos por Marcela Seabra