Soldados Torneio MedievalApós as invasões bárbaras, a Tribo dos Francos foi umas das que se desenvolveram durante a Idade Média. Surgiram, a partir daí, as dinastias Merovíngia e a Carolíngia.

Os merovíngios ocuparam a antiga região da Gália, atual território da França, entre os séculos V e VIII.

Dinastia Merovíngia

A Dinastia Merovíngia tem esse nome por causa do avô do rei, chamado Meroveu. Clóvis era seu neto e foi o responsável por unificar as tribos francesas. Ele garantiu uma expansão de território e também foi no seu reinado que houve a conversão dos Francos ao cristianismo. Esse último fato, por exemplo, foi essencial para os Francos, pois estes, passaram a ter o apoio da Igreja Católica e vice-versa, porque a igreja também se beneficiou.

Mas, com a morte de Clóvis, o poder real se enfraqueceu e esse momento histórico foi chamado de Período dos Reis Indolentes, onde a figura do Mordomo do Paço (Major Domus, que significa Ministros dos Rei) teve maior destaque no reinado, exercendo poder político. Os mais populares foram:

  • Pepino d' Herstal: seu cargo se tornou hereditário, assim, o próximo na linha de sucessão era seu filho Carlos Martel;
  • Carlos Martel: na Batalha de Poitiers, em 732, venceu os árabes, em prol dos cristãos. Essa guerra impediu a entrada de tropas islâmicas na Europa. A aliança entre o reino dos francos e a Igreja se fortaleceu ainda mais;
  • Pepino, O Breve: foi o filho mais novo de Carlos Martel e responsável pela criação da dinastia Carolíngia.

Foi nesse período que houve o fortalecimento da ruralização da economia, onde a agricultura, tornou-se uma das atividades econômicas essenciais, atividade que seria incluída, posteriormente, no feudalismo.

Dinastia Carolíngia

Quem iniciou essa dinastia foi Pepino, que desde o início, estabeleceu um vínculo entre o Estado e a Igreja. Ele os auxiliou na luta contra os Lombardos, os bárbaros que desejavam conquistar a Itália. Essas terras foram repassadas à Igreja, donativo chamado de Patrimônio de São Pedro, e a partir daí, houve o aumento das doações de terras, sendo a Igreja, na Idade Média, uma das maiores proprietárias.

Com a morte de Pepino e de seu filho mais velho Carlomano, Carlos Magno herdou o trono e liderou o Império Carolíngio.

O Império de Carlos Magno (768-814)

Quando Carlos Magno entrou no comando, seu poder se estendeu de 768 a 814 d.C., prevalecendo ainda uma política voltada para a expansão territorial. Assim, além das terras conquistadas por Pepino, ele conquistou as regiões que correspondem aos países: Alemanha, França, Holanda, Eslovênia, Bélgica, República Tcheca, Suíça, bem como áreas da Áustria, Espanha e Itália.

Carlos Magno foi coroado no ano 800, como Imperador do Sacro Império Romano, pela Igreja Católica, pelo Papa Leão I. A partir de uma acordo feito com Átila, o bárbaro, que liderava os Hunos, o Papa Leão garantiu que Roma não fosse invadida por eles, em troca de ouro.

Administração do Reino

A administração do reino era feita de acordo com o um conjunto de leis designadas a todo o império. Elas eram chamadas de Capitulares e divididas em Condados, Ducados e Marcas, cujos administradores eram Condes, Duques e Marqueses, respectivamente. O Missi Dominici era um funcionário que percorria o reino para supervisionar essa administração.

Dentro disso era comum utilizar o beneficium, uma ampliação do poder real para quem prestasse serviços ao Rei, era a doação de terras. Esse ato estabelecia a relação de fidelidade com o Rei e os senhores das terras. A partir daí, surgiram os feudos, terras dadas aos nobres em troca de serviços feitos ao Rei.

Cultura: Renascimento Carolíngio

Carlos Magno investiu na cultura greco-romana, através da arte, construindo escolas, próximas dos mosteiros, cortes ou bispados e com a criação de um sistema monetário. Esse momento da história, foi nomeado de Renascimento Carolíngio. Em palácios e igrejas era possível ver a influência das artes grega, romana e bizantina. Outro elemento foi a produção de pequenos livros ilustrados, detalhados com ouro.

Nesse renascimento surgiram estudiosos como Eginardo, Alcuíno e Paulo Diácono, por exemplo. O monge Alcuíno foi responsável pelo projeto escolar de Carlos Magno. O que prevalecia era o ensino tradicional greco-romano e as sete artes liberais (geometria, aritmética, astronomia, dialética, retórica, música e gramática).

Fim do Império Carolíngio

Com a morte de Carlos Magno, em 814, o trono passou para as mãos do seu filho, Luís, o Piedoso. Ele faleceu em 841 e o reino foi dividido para os filhos, por meio do Tratado de Verdun, em 843 e definira que:

  • Carlos, o Calvo - ficaria com a parte ocidental do império, atual França;
  • Lotário - ficaria com a área central, trecho que compreende a Itália até o mar do Norte;
  • Luís, o Germânico - ficaria com a parte oriental, atual Alemanha.

Outras divisões foram realizadas nesse antigo império, fortalecendo o poder dos senhores e proporcionando uma maior descentralização da política. Após o século IX, vários povos invadiram as regiões tais como Magiares, Vikings e Muçulmanos, fato que ajudou com a ascensão do sistema feudal. Além disso, com o bloqueio do Mar Mediterrâneo pelos muçulmanos, a população da Europa foi tomada por clima de insegurança e isso, contribuiu para a formação de muralhas, castelos, vilas com fortes, etc. Cada vez mais, os camponeses procuravam proteção com os guerreiros e a nobreza. Isso provocou ainda mais o fortalecimento da ruralização e do feudalismo.

Textos produzidos por Stephanie Cristhyne A. da Silva