Boneca BarbieEm 1961 os Handlers adicionaram um namorado para a Barbie, o Ken, nome de seu filho; em 1963, uma melhor amiga, Midge; e em 1964, uma irmã, Skipper, a outra filha do casal. Atualmente, A Barbie tem seis irmãos: Skipper, Tutti, Todd, Stacie, Kelly e Krissy.

Em 1960, foram publicados uma série de romances, que contam um pouco da vida da Barbie. Seu nome completo é Barbara Millicent Roberts, e seus pais se chamam George e Margaret Roberts. Moram em uma cidade fictícia de Willows, no Wisconsin. Barbie frequentava o colégio de Willows e a Manhattan International High School, em Nova York. Seu romance com o Ken começou em 1961, em 2004 foi anunciado pela Mattel o término do relacionamento, e em 2006 uniram-se novamente. Sua vida sempre foi repleta de novidades e mudanças, em toda sua trajetória já teve vários carros: Corvette cor-de-rosa, descapotável, roulotes, jeep, Ferrari e Fusca, sem esquecer dos famosos trailers, barcos, motos e aviões da Barbie, vários animais de estimação: cachorros, gatos e cavalos, e várias profissões: modelo, estilista, veterinária, astronauta, assistente de bordo, piloto, pediatra, professora de natação, jornalista, instrutora de aeróbica, bombeira, babá, cantora, atriz, bailarina, funcionária do Mc Donald's, presidente, fotógrafa, educadora, paraquedista, entre muitas outras. 

Além das bonecas, a Mattel sempre criou objetos e acessórios que permitem uma brincadeira ainda mais real. Existem as casas que são vendidas de forma completa, e os cômodos separados, onde a criança pode montar da forma que quiser. Sem contar com tudo que acompanha, desde móveis, enfeites, à utensílios domésticos e objetos pessoais. Tudo isso se tornou uma febre, as meninas desejam cada lançamento, pois sempre traz algo a mais para sua história e imaginação.

A Barbie sempre acompanhou a evolução feminina, tecnológica, e o espaço que as mulheres começaram a conquistar na sociedade, conseguindo assumir lugares que antes só eram destinados à homens. Em 50 anos, ela já teve mais de 100 profissões, todas retratando aspectos da cultura e da sociedade de cada época, e sempre acompanhando a modernidade, as barbies atuais já vem com Ipods, notebooks e celulares.

A criadora Ruth Handler, em sua autobiografia lançada em 1994, disse: "Minha filosofia, ao criar a Barbie, é a de que por meio dela as menininhas podem imaginar que são a mulher que quiserem. A Barbie sempre representou as diversas escolhas que a mulher tem a sua disposição." Com o slogan “tudo o que você quer ser”, a boneca Barbie e tudo que faz parte de sua coleção, traz uma abertura à imaginação, à criatividade de pensamento, as meninas podem brincar de ser e fazer o que quiserem, não há limites. O perfil de brincadeira muda, sai um pouco do “mamãe e bebê”, e estabelece um novo papel da mulher no meio social, encantando as meninas, pois colocam todos os seus desejos, e tudo que podem ser e conquistar, o famoso “mundo cor-de-rosa”, da fantasia, um mundo mais feminino, sensível, otimista e sonhador.

Mas muitos críticos fazem outra análise, onde a Barbie é uma influência nos padrões estéticos, de beleza, comportamentais e consumistas. Segundo algumas pesquisas, as medidas da Barbie em carne e osso são praticamente impossíveis, pois teria 2m13 de altura, 96 cm de busto, 45 cm de cintura, 83 cm de quadris e pesaria menos de 50 Kg. Para eles a Barbie é uma arma de guerra, que espalha pelo mundo inteiro o padrão de “corpo perfeito”, e a culpa aumenta ainda mais por ser a primeira boneca destinada às meninas, que não tinha um corpo de bebê ou de criança, como as tradicionais bonecas de antigamente.

Na época do lançamento da Barbie, o padrão de “magreza” não era comum, a modelo famosa que apresentou esse corpo, foi a “Twiggy” que apareceu pela primeira vez nas páginas da revistaVogue” (1965), escandalizando grande parte do público. Aos poucos foi ocorrendo uma popularização desse esteriótipo, que contou com a ajuda da Barbie para os primeiros passos no advento deste novo ideal do corpo feminino.

Qual a menina não queria ser loira, de cabelo liso, olhos azuis, magra, rica, patricinha e popular? Para a maioria das garotas isso seria um sonho. Segundo as críticas, a busca por esse sonho faz com que elas passem por cima de todos os limites, contribuindo para a “epidemia” de distúrbios e transtornos alimentares e da imagem corporal. Devido à busca pela perfeição, não só das meninas, mas também de mulheres mais velhas que fazem de tudo para esconder a real idade, surgiu um novo complexo, o “complexo da Barbie”, síndrome que as leva a recorrerem à milhares de cirurgias e tratamentos estéticos.

O padrão de beleza já vinha se modificando desde o início do século XIX, mas é inevitável afirmarmos que nos últimos 50 anos, esse padrão mudou radicalmente. Será que é uma coincidência pelo cinquentenário da Barbie, ou essa boneca proporciona muito mais momentos de aprendizagem e criatividade do que má influência para as crianças? Será que não há o lado bom ao representar a independência, e o papel importante da mulher na sociedade? Cabe a cada um tirar suas conclusões, mas nada tira o lugar importantíssimo da Barbie como a boneca mais vendida e desejada no mundo.

Textos produzidos por Laisa Agostini Vinhas e  Lorena Rodrigues dos Santos Pereira

Revisado por Leticia Maciel