Literatura ContemporâneaA partir do final do século XX, outros movimentos surgiram para trazer novos ares à literatura. Num panorama geral, o país recebeu a presença mais intensa da tecnologia, da indústria e foi atingido por crises sociais e políticas. Isso originou uma busca por transformações na poesia e na prosa brasileira.

Dentre as principais características da literatura contemporânea estão a mistura de estilos anteriores, a união das artes erudita e popular, temas regionais e do dia a dia, técnicas criativas, criação de obras reduzidas, tais como os minicontos, etc. Já os principais escritores pode-se citar Rubem Fonseca, Ariano Suassuna e Luiz Fernando Veríssimo.

Rubem Fonseca

Rubem Fonseca nasceu em 1925, em Minas Gerais. Quando criança, morou no Rio de Janeiro e, escolheu o curso de Ciências Jurídicas e Sociais, na Faculdade Nacional de Direito como sua graduação. Além de escritor, realizou outras atividades tais como comissário de polícia e professor. Dentre as características de seus textos estão a violência do dia a dia, a solidão e sensualidade. Ele escreveu contos, roteiros e romances e ainda ganhou prêmios como o Jabuti e Camões. O livro “Os Prisioneiros” (1963) foi um dos primeiros criados pelo escritor. Um dos livros de sucesso do escritor foi a obra “Feliz Ano Novo” (1975), tendo sua circulação proibida durante o regime militar no Brasil. O livro “Agosto”, publicado em 1990, se transformou em uma minissérie da TV brasileira.

Obras de Destaque

  • A Coleira do Cão (1965);
  • Feliz Ano Novo (1975);
  • O Cobrador (1979);
  • Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos (1988);
  • Agosto (1990).

Ariano Suassuna

Ariano Suassuna (1927-2014) escreveu obras importantes para a literatura brasileira, uma delas é o "Auto da Compadecida" (1955) que se transformou em um dos maiores obras que foram adaptadas ao cinema e para a TV. Nasceu em João Pessoa (PB). Morou também no Rio de Janeiro onde seu pai, ex-governador e deputado federal do Rio, foi assassinado ainda quando criança, por questões políticas.

Na adolescência foi morar em Recife (PE), iniciou a Faculdade de Direito, em 1943, e descobriu sua paixão pelo teatro, assim, escreveu vários textos para peças, e também trabalhou como advogado. Posteriormente, o escritor também se formou em Filosofia. Ele também se tornou professor da Universidade Federal de Pernambuco, casou-se em 1957, com Zélia de Andrade, teve seis filhos, criou o Teatro Popular do Nordeste, e se aposentou na década de 60 da dramaturgia, a fim de se dedicar a vida acadêmica.

Além disso, criou com um amigo, o Movimento Armorial, na década de 70. Foi membro fundador do Conselho Federal de Cultura (1967) e Diretor do Departamento de Extensão Cultural da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 1969. Ele também foi membro das Academias Pernambucana, Paraibana e Brasileira de Letras.

Obras de Destaque

  • O Castigo da Soberba (1953);
  • O Rico Avarento (1954);
  • Auto da Compadecida (1955);
  • O Santo e a Porca (1957);
  • A Pena e a Lei (1959).

Luís Fernando Veríssimo

Luís Fernando Veríssimo (1936) nasceu na cidade de Porto Alegre, mas graças ao trabalho do seu pai que era professor em uma universidade americana, passou um bom tempo nos Estados Unidos, inclusive cursando o primário e o secundário no país. Já no Brasil, em 1956, Veríssimo conseguiu um emprego no departamento de arte da Editora Globo, em Porto Alegre. Morou também no Rio de Janeiro, entre 1962 e 1966, onde realizou trabalhos com tradução e foi redator publicitário. Casou-se com Lúcia Helena e teve três filhos com ela.

Retornou em 1967, à sua cidade natal e trabalhou em jornais, como colunista. Criou, em 1971, “O Pato Macho”, com alguns amigos. Era uma espécie de jornal movido à entrevistas, cartuns, crônicas e humor. Ele escreveu também quadros para séries da Rede Globo, como "Planeta dos Homens" e "Comédias da Vida Privada". Seus textos são marcados por humor e além disso, ele tem uma grande paixão pela música, tanto é que foi saxofonista nos grupos “Jazz 6” e “Renato e seu Sexteto”. Outras obras de renome são “Ed Mort e Outras Histórias”, cujo personagem principal se tornou parte de tira de quadrinhos e até filme, além de “As Mentiras que os Homens Contam”.

Obras de Destaque

  • O Popular (1973);
  • Amor Brasileiro (1977);
  • Ed Mort e Outras Histórias (1979);
  • O Analista de Bagé (1981);
  • A Velhinha de Taubaté (1983);
  • O Jardim do Diabo (1987);
  • O Santinho (1991);
  • Comédias da Vida Pública (1995);
  • Gula - O Clube dos Anjos (1998).

Textos produzidos por Stephanie Cristhyne A. da Silva