Literatura BrasileiraO Pré-modernismo antecedeu o Modernismo e foi marcado por escritores que valorizavam as características de algumas escolas tradicionais, tais como Naturalista e Parnasiana; e também trouxe a renovação, onde os autores levaram em consideração a realidade do país, bem como os principais conflitos vividos. Um exemplo disso encontra-se na obra “Os Sertões: Campanha de Canudos”, de Euclides da Cunha, que retratou a guerra de Canudos que aconteceu entre 1896 e 1897.

Dentre os escritores do período estão Euclides da Cunha, Lima Barreto, Monteiro Lobato, Graça Aranha e Nelson Rodrigues

Euclides da Cunha

O escritor Euclides da Cunha (1866-1909) nasceu na cidade do Rio de Janeiro. Ele estudou em colégios de renome, bem como ingressou na Escola Militar da Praia Vermelha. Porém, ocorreu um incidente que forçou a sua saída do Exército. Ele apenas retornou após a Proclamação da República. Ele fez parte da Escola Superior de Guerra, onde se transformou em primeiro-tenente, em 1891.

Neste período, os conflitos na cidade de Canudos começaram a aparecer. Assim em 1897, redigiu dois artigos com o nome de “A Nossa Vendeia”. Isso garantiu-lhe um convite do jornal “O Estado de São Paulo” para ir até Canudos, a fim de que tivesse mais informações sobre os acontecimentos. Saiu antes da guerra acabar e produziu um dos seus livros mais famosos “Os Sertões: Campanha de Canudos”.

Obras de Destaque

  • Os Sertões: Campanha de Canudos (1902);
  • Contrastes e Confrontos (1907);
  • Peru versus Bolívia (1907);
  • À Margem da História (1909).

Lima Barreto

Lima Barreto (1881-1922) enfrentou desafios durante sua carreira literária, tanto é que em vida, apenas algumas de suas obras foram publicadas.

Ele era um mulato, carioca e perdeu sua mãe ainda muito novo. Ele trabalhou na administração pública e produziu textos para jornais. O primeiro livro publicado foi “Recordações do Escrivão Isaías Caminha” (1909), que era uma crítica contra o Rio de Janeiro e os preconceitos que existiam na cidade. O seu título mais notável foi “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, publicado inicialmente em folhetim. Não participou da Academia Brasileira de Letras. Ele faleceu em 1922, com 41 anos.

Obras de Destaque

  • Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1909);
  • Triste Fim de Policarpo Quaresma (1911);
  • Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá (1919);
  • Cemitério dos Vivos (1920);
  • Clara dos Anjos (1948).

Monteiro Lobato

Monteiro Lobato (1882-1948) se destacou ao Pré-modernismo publicando obras tanto para o público adulto, quanto para o infantil. Assim, ele foi considerado um dos maiores escritores da literatura infantil.

Lobato nasceu e passou sua infância morando em um sítio, na cidade de Taubaté. Ele se formou em Direito, na Faculdade do Largo de São Francisco (1904), que era o sonho do avô, mas tinha interesse em participar da Escola de Belas-Artes. Trabalhou como promotor público, mas com a morte do avô, recebeu de herança a Fazenda Buquira e lá se dedicou à literatura. Nesse período, ele publicou os primeiros textos o “Urupês”, sendo que seu personagem de destaque era o Jeca Tatu. Além disso, publicou pequenos textos em jornais, como a “Gazeta de Notícias” e “A Tribuna” e contribuiu com a revista “Fon-Fon”, com desenhos e caricaturas.

Por causa das finanças, ele teve que vender a fazenda e em 1916, foi para São Paulo, abriu uma revista (Paraíba), trabalhou no “O Estado de São Paulo” e produziu textos sobre teatro, no periódico “Onze de Agosto”. Ele morreu devido a um derrame.

Obras de Destaque

  • Urupês (1918);
  • Negrinha (1920);
  • A Menina do Narizinho Arrebitado (1920);
  • O Choque das Raças (1926);
  • O Presidente Negro (1926);
  • Fábulas de Narizinho (1921);
  • América (1932);
  • Escândalo do Petróleo (1936);
  • A Barca de Gleyre (1944).

Graça Aranha

Graça Aranha (1868-1931) era um escritor maranhense de família rica, fato que contribuiu para seus estudos. Se formou em Direito, em Recife, e realizou magistratura no Espírito Santo. Ele também auxiliou na criação da Academia Brasileira de Letras, em 1897, mesmo sem ter criado obras literárias, e na realização da Semana de Arte Moderna de 1922.

Também foi diplomata, emprego que deu a oportunidade de viajar para outros países e conhecer as vanguardas europeias (tendências artísticas que surgiram na Europa). Ele ainda quis introduzí-las no Brasil e como não houve aceitação, rompeu com a Academia Brasileira de Letras, em 1924.

A sua principal obra foi o romance “Canaã”, publicado em 1902, que retrata a vida de uma colônia de imigrantes localizada no estado do Espírito Santo.

Obras de Destaque

  • Malazarte (1911);
  • A Estética da Vida (1921);
  • Espírito Moderno (1925);
  • A Viagem Maravilhosa (1929);
  • O Manifesto dos Mundos Sociais (1935).

Textos produzidos por Stephanie Cristhyne A. da Silva