Cartas AntigasO Brasil foi marcado pelo Quinhentismo, escola que tinha o caráter informativo e de educação, na catequização dos indígenas, durante a chegada dos portugueses ao país. Dentre os principais escritores dos estilos estão José de Anchieta e Pero Vaz de Caminha.

A próxima escola foi chamada de Barroco, nela surgem textos mais fortes marcados por conflitos internos. Ela surgiu no século XVI, na Europa, durante a Reforma Protestante. No Brasil, acredita-se que tenha surgido na Bahia, no fim do século XVI. Dentre os principais personagens estão o Padre Antônio Vieira, que de forma radical desejava combater a escravidão e Gregório de Matos que se destacou por abordar temas religiosos e que traziam reflexão.

Quinhentismo

José de Anchieta

José de Anchieta (1534-1597) nasceu em 1534, nas Ilhas Canárias, na Espanha e serviu à Igreja durante sua vida. Quando foi morar em Portugal, integrou a Companhia de Jesus, com o objetivo de levar o cristianismo para as novas terras. Com isso, chegou ao Brasil no ano de 1553, onde auxiliou na criação do primeiro colégio de São Paulo de Piratininga (atual cidade de São Paulo).

Ele analisou as línguas indígena e constatou que não somente haviam diferenças, mas semelhanças entre elas. Ele foi autor de peças teatrais, que era um dos principais meios de ensino da religião, bem como cartas, sermões e poesias. Ficou conhecido como o Apóstolo do Novo Mundo e faleceu no ano de 1597.

Pero Vaz de Caminha

Pero Vaz de Caminha, nasceu em Portugal e durante a sua vida fez parte de um dos acontecimentos importantes para a história: a descoberta do Brasil. Antes disso, ele fez parte da guerra contra Castela e se tornou Mestre da Balança da Casa da Moeda. Tornou-se vereador, em 1497 e depois, escrivão-mor na esquadra de Pedro Álvares Cabral. Quando avistou as belezas do mundo novo foi lhe dada a tarefa de escrever uma carta ao Rei de Portugal, informando-lhe todos os detalhes. A carta foi esquecida em meio aos documentos portugueses, mas voltou a ganhar destaque em 1822.

Um dos trechos da Carta do Achamento diz: “(...)Posto que o capitam moor, desta vossa frota e asy os outros capitaães screpuam a vossa alteza a noua do achamento desta vossa terra noua que se ora neesta nauegaçam achou(...)”.

Barroco

Padre Antônio Vieira

Antônio Vieira (1608-1697) nasceu em Portugal, na cidade de Lisboa, mas veio para o Brasil com sua família ainda quando era criança. Assim, fez parte da Companhia de Jesus, foi professor em Pernambuco e se tornou padre.

Para auxiliar a Coroa Portuguesa, retornou a Portugal e propôs que Pernambuco fosse dada a Holanda, além de permitir a entrada dos judeus que estavam na Europa sem local para residir. Suas sugestões não tiveram aceitação, assim ele voltou para o Brasil. No ano de 1661, voltou a Portugal, sendo preso por causa da inquisição. A acusação era a de que seus textos eram considerados hereges. Somente, em 1669 recebeu anistia e pode voltar ao Brasil, em 1681. O padre faleceu em 1697, na Bahia.

Alguns Sermões

  • Sermão pelo Bonsucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda;
  • Sermão de Santo Antônio aos Peixes;
  • Sermão da Sexagésima: é composta por 10 capítulos e foi pregado em Lisboa, em 1655, sendo um dos seus mais famosos. Ele se inspirou na Bíblia para criá-lo e utilizou metáforas.

Gregório de Matos

Gregório de Matos (1633-1696) foi um filho de português que nasceu na Bahia. Ele se formou em Direito pela Universidade de Coimbra, mas também tinha interesse pela literatura. Ingressou no cargo de procurador da Bahia, em 1672, mas foi destituído.

No ano de 1682, foi eleito como tesoureiro-mor da Sé, por Dom Pedro II, mas logo saiu, devido as críticas ácidas que fazia à sociedade baiana da época, tanto é que foi chamado de Boca do Inferno, em razão das poesias satíricas que escrevia, inclusive criticando a Igreja Católica. Ele até foi denunciado para a inquisição.

Sua escrita desagradou a muitos através de seus poemas, tanto é que acabaram o expulsando do país, onde foi deportado para Angola. Mas, quando conseguiu retornar, foi impedido de entrar na Bahia, permanecendo na cidade de Recife. Devido a uma doença adquirida fora do país, ele morreu em 1696.

Poesias

Gregório costumava escrever suas poesias com temas filosóficos, românticos e religiosos. Seus textos não foram publicados em vida, por isso, alguns deles podem não ter sido escritos por ele.

Textos produzidos por Stephanie Cristhyne A. da Silva