Bela FeraOs contos de fadas são famosos e encantam as crianças. Já as fábulas estão muito relacionadas à sabedoria popular.

Os Contos de Fadas

Assim como a fábula, os contos de fadas não tem uma data precisa do seu surgimento, dizem que os primeiros surgiram entre o povo Celta. Os Celtas eram povos bárbaros, que subordinados aos romanos, fixaram-se na Irlanda e Ilhas Britânicas. A herança céltica é atribuída a esse lado do maravilhoso, da fantasia, imaginação e encantamento, características estas encontradas nas novelas de cavalaria do Ciclo Arturiano da idade média (ciclo do Rei Artur e seus Cavaleiros da Távola Redonda). As primeiras referências às fadas teriam sido feitas nessas novelas de cavalaria, na qual as fadas seriam personagens que representariam as forças psíquicas ou metafísicas.

Os contos de fadas tem um quê de encantamento, metamorfose e aventura. Possuem valores ligados ao ser humano e ao espiritual, com um caráter eterno, idealista e sensorial. Estes eram conhecidos desde o século XVII, por contos de magia e fantasmagoria. Mas seu sentido literário só veio quando os irmãos Grimm lançaram uma coleção de narrativas, em 1812, com o título "Contos para Crianças e Famílias". Eles reuniram diversas narrativas, que passaram a ser a base de todas as coletâneas posteriores.

As fadas são representadas pela figura feminina, dotadas de uma beleza sobrenatural, são seres imortais e com poderes mágicos, sua função é auxiliar o ser humano quando nada mais é possível. Se forem más, elas são chamadas de bruxas. O termo Fada vem do latim e significa “destino, oráculo, fatalidade”. Nestes contos encontramos histórias de amor, medos, carências, perdas, solidão, buscas e auto-descobertas. O “Era uma vez...” remonta as histórias com base no real e no imaginário, envolvendo conflitos de poder e a formação da personalidade e caráter do personagem principal.

Os contos de fadas costumam seguir uma sequência cronológica...

Início: Há a presença do herói (ou heroína) e relacionado a ele um conflito. Geralmente esse conflito tem relação direta com a realidade (vida) do herói. Pode ser um estado de carência, um mistério a ser desvendado, um problema familiar ou uma insatisfação.

Rompimento: Período em que o herói desvincula-se da sua vida, da segurança e do bem-estar, para enfrentar o problema, mesmo entrando em um universo desconhecido.

O confronto: Nessa fase, o herói enfrenta os desafios e busca soluções. É nessa parte da história que aparecem os seres mágicos, como por exemplo as fadas, que são capazes de solucionar os problemas impossíveis.

Superação: Após conseguir solucionar todos os problemas, enfrentar os desafios, o herói sai vencedor, caso ele perca algo, servirá de lição no final da história. É o início de uma nova fase na vida do herói, são novas possibilidades e novas esperanças.

O FIM: Tudo foi resolvido, o bem triunfa e o mal perde. O herói aprende a lição e dá a chance para o mal se redimir, caso não tenha redenção, o herói continuar a viver normalmente e o vilão é castigado. E todos vivem felizes para sempre.

Exemplos de contos de fadas: A Cinderela, Branca de Neve e os Sete Anões, A Bela e a Fera, A Bela Adormecida (Todos já viraram clássicos desenhos infantis da Disney).

Fábulas

CordeiroA fábula é um gênero literário que pode ser encontrado praticamente em todas as culturas, devido a sua ligação com a sabedoria popular. Muito antigo, esse gênero é uma pequena narrativa. Seus personagens, na maioria das vezes, são animais ou criaturas fabulosas, que possuem personalidade e traços de caráter, podendo ser positivo ou negativo. Ao final da história sempre é contada uma lição de moral que foi trabalhada no enredo.

A palavra Fábula vem do verbo latim fabulare, que significa “conversar, narrar”, logo podemos supor que sua origem é oral, ou seja, este gênero pode vir de muitos séculos atrás; onde a narrativa poderia ser utilizada não só por prazer, mas para o aprendizado e memorização dos valores morais.

Um dos principais autores de fábulas na Grécia antiga foi Esopo, que viveu no século VII a.C. Diz a tradição que Esopo era um grande contador de histórias, nas quais os personagens eram animais falantes, e no decorrer da narrativa, era transmitida uma sabedoria de cunho moral. Mas Esopo não chegou a escrever suas histórias, elas foram registradas anos mais tarde. Algumas das fábulas mais conhecidas são “O lobo e o cordeiro”, “A raposa e as uvas”, “A rã e os bois”.

Na França, século XVII, o fabulista Jean de La Fontaine, foi um dos maiores divulgadores das fábulas de Esopo. Jean, além de re-escrever, também criava suas próprias fábulas, que tinha como objetivo ajudar na educação das crianças da época. É dele a fábula mais difundida em todo o Ocidente “A cigarra e a formiga”. Para facilitar a leitura das crianças, suas fábulas são escritas em versos metrificados e rimados. Pelo fato dos personagens serem animais, ocorreu uma associação de valores (características humanas) aos animais. Algumas mantiveram-se fixas. Por exemplo:

Leão – Poder

Raposa – Astúcia, Esperteza

Formiga – Trabalho

No Brasil, neste gênero temos o escritor Monteiro Lobato (1882-1948), com obras literárias de sucesso no Brasil. Grande nome da literatura brasileira, Lobato escreveu um livro intitulado “Fábulas”. Nele, podemos encontrar não só as fábulas do autor, mas as fábulas de Esopo e La Fontaine. O diferencial de seu livro é que ao final de cada página são colocadas discussões a cerca da lição de moral abordada na história, geralmente os personagens do Sítio do Pica-pau Amarelo é que que promovem os debates.

Textos produzidos por Patrícia Aline Pereira da Silva, Lorena Rodrigues dos Santos Pereira e Aline Gonçalves de Oliveira.

Revisado por Cristiana Chieffi.