O Cerrado é um bioma que está presente no centro do país, mas sua cobertura vegetal foi afetada por causa do desmatamento. Ele não é considerado patrimônio nacional como a Mata Atlântica, por exemplo, e por isso, não há uma preocupação maior em sua preservação como visto nos outros biomas. Isso foi capaz de provocar uma desvalorização e consequente desmatamento entre os anos de 2002 a 2008. De acordo com pesquisadores da Conservação Internacional-Brasil (CI-Brasil) poderá desaparecer até 2030, caso continue sendo desmatado.
Os principais elementos que levam a devastação desse bioma são:
A vegetação do cerrado é do tipo savana que pode resistir a um ciclo de queimadas e é adaptada a baixa umidade. A vegetação é rasteira e as árvores possuem casca grossa, fato que as protegem durante as queimadas. Isso só foi possível por causa da adaptação ao clima seco conquistada pelo bioma durante os anos. O período mais seco está entre junho e outubro e as queimadas, muitas vezes, tem causas naturais. Porém com a ocupação humana, esse ciclo se intensificou.
Essas constantes queimadas são capazes de causar o enfraquecimento do solo, além disso, há a perda de vegetação, sendo que se torna rasteira, e também há prejuízo nas populações de espécies animais e vegetais que se tornam extintas. Produtores agrícolas também se beneficiam das queimadas para renovar o solo, mas essa técnica nem sempre é confiável, pois há o risco do fogo se espalhar.
As siderúrgicas utilizam as árvores do cerrado, pois são mais fáceis e baratas de se conseguir, ao contrário das dos outros biomas. Dentre as espécies exploradas para tal finalidade está o ipê, por não queimar rapidamente devido a sua durabilidade e baixo valor. Outro fato que contribui para o valor baixo é a mão de obra nas carvoarias, que é barata e desqualificada.
Além de causar desmatamento, a transformação da madeira em carvão, que acontece quando ele é queimado nos fornos, libera gases que intensificam o efeito estufa. Assim, a produção do carvão vegetal é uma das atividades prejudiciais para o meio ambiente, pois além de devastá-lo, produz gases poluentes para atmosfera. Quando uma área é completamente devastada, outra área é ocupada para a produção de carvão e o ciclo começa novamente.
O Projeto de Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélite (PMDBBS) foi responsável por realizar o monitoramento do Cerrado. O projeto teve o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e foi iniciado em 2008, pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), entre os anos de 2008 a 2011. A partir daí, houve uma conscientização de que seria necessário um melhor monitoramento para combater e prevenir o desmatamento, assim o MMA lançou o Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros através da Portaria nº 365 de novembro de 2015 para mapear e monitorar a vegetação nos biomas, trazendo informações atualizadas e oficiais, inclusive sobre o Cerrado.
Textos produzidos por Stephanie Cristhyne A. da Silva