Símbolo ReciclagemTrazer de volta ao ciclo produtivo aquilo que jogamos fora é uma ótima alternativa. Porém, a reciclagem não é um hábito muito comum no Brasil, que produz em média 240 mil toneladas de lixo e somente 2% é reciclado.

Mas mesmo sendo impossível não produzir lixo, há como cada um colaborar individualmente praticando os 3R's: Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Infelizmente, a lata de lixo não é um desintegrador de matéria, portanto, devemos dar o fim certo ao lixo e isso não requer nenhum conhecimento profundo de composição de materiais. Dessa forma, se separarmos o lixo por seco e orgânico e enviarmos para o lugar certo, estaremos fazendo a nossa parte, contribuindo com a natureza, com o bem estar da sociedade, com as cooperativas e catadores que dependem economicamente desta atividade, entre outros diversos benefícios que a reciclagem traz.

Claro que o lixo sempre existiu; porém, antes do século XVIII, era produzido em pequenas quantidades, pois se constituía praticamente de sobras de alimentos. Mas foi a partir da Revolução Industrial que os produtos industrializados e as embalagens começaram a ser introduzidos no mercado. Atualmente vivemos a era dos descartáveis, o que aumenta consideravelmente a quantidade de lixo nas cidades.

Encontramos, então, um grande problema: muito lixo para pouco espaço, além da grande extração de matéria-prima de fontes não renováveis, a poluição do ar, do solo, das águas, etc.

Produtos da Reciclagem

Certos produtos como o alumínio e o papel, podem ser reutilizados para a produção de novas latas e papéis, mas assim como todos os outros produtos recicláveis, também podem ser reutilizados para a produção de diversos objetos como: caixas, cadernos, sapatos, bolsas, almofadas, luminárias, bijuterias, aquecedor solar, brinquedos, celular (pode acreditar!), entre outros produtos.

Mas por que os produtos feitos a partir da reciclagem são mais caros?

Essa é uma pergunta comum, pois a maioria dos produtos reciclados realmente são mais caros, mas como já dito anteriormente, o custo de reciclagem é bem mais alto do que o custo dos métodos de produção convencionais. Sendo assim, é inevitável que os produtos tenham valores elevados. Porém, para quem realmente tem uma consciência socioambiental, vale a pena pagar um pouco a mais.

Mas tome cuidado, pois há empresas que dizem que seus produtos são feitos a partir da reciclagem; porém, é propaganda enganosa, com o objetivo apenas de ganhar mais em cima das vendas e de transmitir ao público a imagem de uma empresa que se preocupa com o meio ambiente.

Tempo de Decomposição dos Produtos

• Papel: de 3 a 6 meses;

• Pano: de 6 meses a 1 ano;

• Filtro de cigarro: 5 anos;

• Chiclete: 5 anos;

• Madeira pintada: 13 anos;

• Nylon: mais de 30 anos;

• Plástico: mais de 100 anos;

• Metal: mais de 100 anos;

• Vidro: 1 milhão de anos.

Cores das Latas de Lixo

Cores Latas Lixo

Lixão e Coleta Seletiva

Para onde vai a coleta seletiva?

Existem os pontos de entrega voluntária (PEV) que recebem o lixo e o encaminha para locais que realizam o processo de reciclagem ou para cooperativas, instituições filantrópicas e indústrias.

Normalmente, as cooperativas são organizadas por catadores de lixo, por grupos que fazem trabalhos sociais e por programas municipais de coleta seletiva.

Já as indústrias compram o material reciclável em grandes quantidades, geralmente, de cooperativas, pois o custo é muito menor. Depois de comprar, enviam aos recicladores, até obterem de volta a matéria-prima.

Algumas instituições filantrópicas também possuem projetos de reciclagem, recebem doações e depois vendem ou repassam para o local da reciclagem.

E o que é muito comum de se ver diariamente nas ruas são os catadores "individuais", que trabalham de forma independente, acumulam o lixo e depois vendem.

Portanto, os condomínios residenciais, empresas, escolas, comércios e outros locais que possuem a coleta do lixo, devem procurar uma das alternativas citadas acima para depositar os resíduos que foram separados na coleta. Caso contrário, não adianta separar todo o lixo se no final tudo se junta no caminhão e é jogado nos aterros sanitários e nos lixões.

Quer começar a implantar um projeto de coleta seletiva onde mora, estuda ou trabalha? Siga os passos:

Antes de acumular os materiais recicláveis, é preciso saber que destino dar a eles. Procure cooperativas, instituições, pontos de entrega, converse com os responsáveis, veja se será necessário levar o material ou se eles recolhem e estabeleça uma relação. Depois disso, é preciso conscientizar a todos, explicar a importância desse ato, dizer para onde vai o material e lutar pela colaboração individual.

Porém, se o lixo não for destinado à reciclagem e nem jogado em rios, lagos e terrenos abandonados, seu principal fim são os lixões e aterros sanitários:

Lixão x Aterro Sanitário

O lixão é um local que não possui nenhuma preparação do solo para receber o lixo, nenhum sistema de tratamento de efluentes líquidos (chorume-líquido preto que escorre do lixo) e por estar exposto, não há nada que evite as graves consequências ambientais e sociais. Por conta disso, o chorume penetra no solo, levando substâncias contaminantes que chegam até o lençol freático e podem prejudicar famílias que ainda utilizam poço artesiano, por exemplo. Sem contar das moscas, urubus e ratos que vivem no lixão, além de muitas pessoas que passam o dia por lá, catando comida e materiais recicláveis.

Diferente do lixão, no aterro sanitário, o terreno é preparado com o nivelamento de terra e com o selamento da base com argila e mantas de PVC. Por conta dessa impermeabilização do solo, não há como contaminar o lençol freático pelo chorume que, através de drenos de PEAD, é coletado e levado para o poço de acumulação e depois de um tempo é encaminhado para a estação de tratamento de efluentes. Outra diferença para o lixão é que os aterros sanitários são cobertos diariamente. Por isso, não ocorre a proliferação de vetores, poluição visual e mau cheiro.

E o que muitos não sabem é que também existe o aterro controlado, uma fase intermediária entre o lixão e o aterro sanitário. O aterro controlado é como se fosse um “anexo” ao lixão que foi remediado, ou seja, recebeu uma cobertura de argila, grama (selado com manta impermeável) e captação de chorume e gás. O novo “anexo” é impermeabilizado com uma manta de PVC e tem como objetivo fazer uma cobertura diária da pilha de lixo com terra ou com outro material. Além disso, no aterro controlado existe uma recirculação do chorume que é coletado e levado para cima da pilha de lixo, o que faz diminuir a absorção pela terra.

Nosso país produz 260.000 toneladas diárias de lixo e a cidade que mais acumula é São Paulo. São, em média, 18.000 toneladas por dia, o que equivale a 1,6 quilo por habitante.

Gráfico composição lixo brasileiro

Gráfico Destino Lixo

Lixo Reciclável

Tabela Lixo Reciclável

Lixo não Reciclável

Lixo Não Reciclável

Textos produzidos por Laisa Agostini Vinhas

Revisado por Cristiana Chieffi