Com divisa para os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Piauí, o Ceará tem uma área aproximada de 148.886 km² e uma população de mais de 8,5 milhões. A capital do estado e a mais populosa é a cidade de Fortaleza, que atrai muitos visitantes para suas praias.
O estado do Ceará é reconhecido por seu litoral, com praias lindíssimas como a de Jericoacoara e Canoa Quebrada; sua religiosidade, com festas em homenagem ao Padre Cícero e a devoção a São Francisco das Chagas, na cidade de Canindé; e também por ser o local de nascimento de famosos humoristas, tais como Chico Anysio e Renato Aragão.
Principais Cidades do Ceará
As principais cidades do estado são:
- Fortaleza: possui uma área territorial de 314.930 km² e é uma cidade muito procurada pelos seus atrativos turísticos tais como as praias de Iracema e do Futuro; o Beach Park; a Ponte dos Ingleses, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC) e muitos outros. A capital possui uma estrutura voltada para turistas, incluindo quiosques na beira da praia, hotéis em Fortaleza, barzinhos, dentre outros;
- Juazeiro do Norte: a cidade tem uma área territorial de 248,832 km² e se destaca por sua alta religiosidade, principalmente por causa das crenças transmitidas por Padre Cícero, por isso, todos os anos recebe vários romeiros. Um dos pontos fortes do município e de seus habitantes é que são muito influenciados por atividades culturais tais como teatro, dança, bandas cabaçais e lapinhas, forró e a literatura de cordel.
- Crato: município homenageado por meio da música “Eu vou pro Crato”, de Luíz Gonzaga, faz parte da microrregião do Cariri e se encontra no interior do estado, no Cariri Cearense, também conhecido como Oásis do Sertão, por ser um local favorável à agropecuária. Sua população está concentrada na zona urbana e possui uma área territorial de 1.176 km², fazendo divisa com o estado de Pernambuco. Na economia destaca-se a mineração, o artesanato, a pecuária, agricultura e piscicultura e também o turismo com uma paisagem belíssima da Chapada do Araripe e o seu centro histórico;
- Sobral: é uma das cidades do interior que mais evoluíram. Ela possui uma área de 2.122 km². Tem grande destaque na economia por meio das exportações, extrativismo vegetal, o artesanato, mineração e indústrias. Nessa cidade foi comprovada a Teoria da Relatividade de Albert Einstein e inaugurado o Museu do Eclipse, em 1999;
- Quixadá: é um município que está localizado no semiárido nordestino. Tem formações rochosas, como os monólitos que encantam, um deles a Pedra da Galinha Choca. Na economia prevalece a prestação de serviços, comércio, além de áreas como avicultura e ovinocaprinocultura.
Geografia
A caatinga é um dos tipos de vegetação mais comuns do Ceará, mas há no litoral o aparecimento de restingas e mangues e também dunas, nos locais em que não há vegetação. O clima que predomina é o semiárido, já no litoral e nas áreas serranas há a presença do clima tropical semiúmido. Seu relevo é formado por chapadas e cuestas, um exemplo, é a Serra do Ibiapaba, na parte noroeste do estado do Ceará, cercada por inúmeras belezas naturais.
Em seu território existem doze bacias hidrográficas, das quais a principal é a do rio Jaguaribe dividida em Alto, Médio e Baixo Jaguaribe. Ela drena grande parte do estado. Já a parte norte é abastecida por rios pequenos como o Acaraú, Coreaú e o Aracatiaçú. Além disso, existem diversos açudes no Ceará que contribuem para o desenvolvimento da agropecuária em algumas regiões do estado.
Economia
Sua economia está focada na atividade industrial, nos segmentos de roupas, calçados, têxtil, metalúrgico, química e alimentício. Além disso, outros setores importantes são o de agricultura com o cultivo de cana-de-açúcar, tomate, banana, mandioca, arroz, feijão, milho, algodão, laranja, castanha de caju, uva e coco. Outro setor forte é o extrativismo, cujo principais produtos extraídos são magnésio, argila, petróleo, sal marinho, granito, calcário, ferro, grafite, urânio e gesso. O turismo e o comércio também contribuem muito para a economia.
História do Ceará
Com a divisão em capitanias hereditárias, o responsável pela capitania do Ceará foi Antônio Cardoso de Barros, em 1535, que a praticamente abandonou até a chegada de Pero Coelho, em 1603 que decidiu desbravar as riquezas do território. Porém, não ficou por muito tempo, pois estava tomada de índios Tabajaras, se dirigindo para o litoral. Chegando à costa ergueu um forte chamado de São Tiago, mas durante a seca e um possível desvio dos recursos enviados do governo, ele foi obrigado a sair do território em 1607.
Invasões e Ataques Indígenas
Em 1612, Martim Soares Moreno foi enviado para cuidar da capitania. Ele reformou o forte de São Tiago, que tinha sido destruído durante invasões francesas, e o nomeou de Forte de São Sebastião. A partir daí, teve início a colonização da capitania que muitas vezes foi impedida por invasões de tribos e de piratas.
Em 1637, a capitania foi invadida pelos neerlandenses. Eles tomaram o forte, mas após anos foram expulsos pelos índios que lá habitavam. Novamente, em 1649, novas invasões aconteceram, desta vez, liderada por Matias Beck que ergueu um forte chamado Schoonenborch. É nele que encontra-se atualmente a cidade de Fortaleza. Os portugueses, em 1654, liderados por Álvares de Azevedo Barreto expulsaram-nos do território e nomearam o forte de Forte de Nossa Senhora da Assunção. Próximo ao forte, foi criada a segunda vila do território que foi chamada do Forte ou Fortaleza, que tornou-se a capital do Ceará em 1726.
Ocupação do Ceará
No decorrer da história, teve início o seu processo de ocupação, sendo a pecuária um dos setores que proporcionou o crescimento do estado. Entre os séculos XVIII e XIX, destacou-se o comércio do charque e também surgiram novas cidades tais como Aracati, Sobral, Icó, Granja, Acaraú, Camocim, dentre outras. Após 1680, tornou-se uma capitania administrada por Pernambuco, mas independente apenas em 1799, ao ser desmembrada de Pernambuco. A partir daí, o algodão se transformou um dos principais motores da economia. O Ceará também participou da Revolução Pernambucana, em 1817, em que os cearenses defenderam a família Alencar. O movimento teve impacto, principalmente, no município do Cariri, mas foi parado. Além disso, houve a participação na Confederação do Equador, em 1824, por cearenses que não se conformavam com o governo imperial.
Em 1877, uma seca atingiu a região de forma grave e foi considerada uma das mais terríveis. Com isso, as pessoas para fugir dela, migraram para Fortaleza e para a região Norte. Ela perdurou até 1879. Como as secas eram frequentes, o governo criou vários açudes para diminuir a estiagem do sertão, tanto para a população, quanto para a agricultura. O primeiro que foi construído foi o Açude do Cedro, entre 1890 a 1906. Outro fato histórico importante, foi que em 1884, houve a primeira libertação de escravos no país, antes da aprovação da Lei Áurea.
O Ceará se tornou uma província em 28 de fevereiro de 1821 e apenas com a Proclamação da República, em 1889, passou a ser um estado.
Cultura Cearense
A cultura do estado é fruto das culturas europeia, afro-brasileira e indígena (por causa da confecção de vários artigos com cipós, carnaúbas e algodão).
Uma das características da população é o seu humor, sendo famosa pela produção de sátiras e piadas. Dentre os comediantes brasileiros famosos que nasceram no Ceará estão Renato Aragão (conhecido como Didi Mocó), natural de Sobral e Chico Anysio, natural de Maranguape.
A religião, trazida pelos cristãos europeus, é um item essencial na cultura do estado, sendo que são realizados vários eventos neste sentido. Foi neste estado que nasceu o Padre Cícero (Padim Ciço), na cidade de Crato. Ele foi um padre católico que influenciou a vida dos nordestinos.
Na escrita, as literaturas de cordel, em Juazeiro do Norte são muito reconhecidas. Outro escritor famoso é José Alencar, natural de Messejana (distrito de Fortaleza).
A animação está na música com o forró, onde não falta o pé de serra, além de danças como o Maracatu Cearense, bandas de pífano e repentistas que trazem alegria às apresentações com suas rimas. Um exemplo de compositor, chamado de Rei do Baião e famoso no país, é Luís Gonzaga que nasceu na cidade de Exu.
Textos produzidos por Stephanie Cristhyne A. da Silva