O estado de Minas Gerais faz divisa com São Paulo (sudoeste e sul), Mato Grosso do Sul (oeste), Goiás e Distrito Federal (noroeste), Espírito Santo (leste), Rio de Janeiro (sudeste) e Bahia (norte e nordeste).
Ele tem uma área territorial de 586.519 km² com mais de 20 milhões de habitantes. A sua capital é a cidade de Belo Horizonte.
O território de Minas Gerais se tornou famoso, principalmente, com a descoberta de ouro na região. Várias migrações foram realizadas para o local e esse metal foi capaz de trazer desenvolvimento à Minas. Contudo, a extração entrou em declínio e parte da população mudou-se para outros locais. Sua economia se recuperou durante o ciclo do café, mas não por muito tempo, devido a crise econômica de 1929, vindo a se estruturar apenas a partir da década de 40, com o processo de industrialização.
O território de Minas Gerais, em sua maioria, é formado por planaltos, sendo assim, está localizado na região do Planalto Atlântico. Mais à noroeste, encontra-se o Planalto Central. No clima, existem o tropical e o tropical de altitude. Já a vegetação é formada pelo cerrado, campos rupestres, mata seca e mata atlântica.
As principais bacias que compõem a rede hidrográfica são a do São Francisco e do Paraná. Existem outras bacias secundárias. Assim, os principais rios são o São Francisco, Pará, Itapecerica, Cipó, Paraopeba, o Paracatu, o Paraíba do Sul, o Muriaé, Pirapetinga, dentre outros.
Os setores que se destacam são o da agropecuária, com a criação de bois, além da produção do leite, sendo líder neste mercado. Outro ponto é o cultivo do café, a soja, a cana e o milho. Na indústria, destacam-se os segmentos automobilísticos, alimentício, eletroeletrônicos, construção civil, têxtil, dentre outros. Além disso, há um ótimo mercado para o extrativismo mineral, com a extração de zinco, ouro, bauxita e minério de ferro.
A história de Minas Gerais tem início no século XVI por causa dos bandeirantes paulistas que resolveram desbravar as terras do interior para procurar metais e pedras preciosas. Entre os séculos XVII e XVIII, as primeiras povoações começaram a surgir e foi por volta de 1693 que o ouro foi encontrado. Esse fato trouxe muitos conflitos para a região. Em 1701, sob ordem do governador da capitania do Rio de Janeiro, na época, Artur de Sá e Menezes, teve início, a fiscalização da extração do ouro, ou seja, nessas terras toda a arrecadação deveria ser dada a Coroa Portuguesa e o tributo era conhecido como Quinto. O ouro gerou uma cobiça para muitos e, por isso, aconteceu a corrida pelo ouro. Além dela, uma das revoltas populares foi a Guerra dos Emboabas (1707-1709) - a luta dos brasileiros de outras partes do país contra os bandeirantes paulista por causa do ouro.
A capitania de Minas e São Paulo estava integrada ao Rio de Janeiro e para que a administração se tornasse mais fácil, ela foi separada, em 1709, e nomeada de Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, tendo como capital, a cidade de Vila Rica, atualmente, Ouro Preto. A capitania de Minas Gerais somente foi criada em 1720. Com o crescimento da capitania, no século XVII, os negros foram levados para trabalhar nas minas, principalmente os de Elmina, em Gana, pois já estavam acostumados com o serviço.
Minas não tinha desenvolvido seus engenhos de açúcar e nem a pecuária e o foco estava na extração de ouro. Por isso, surgiu um comércio com a venda de diversos produtos, inclusive escravos.
Já no século XVIII, o ouro começou a decair, antes arrecadavam cerca de 10 toneladas, em 1739, depois cerca de 7,5 toneladas, em 1764. Mesmo assim, Portugal continuou a cobrar os impostos, aumentando-o, mesmo com a queda da exploração. Esse fato, causou diversas revoltas na população, dentre elas, a mais notável foi a Inconfidência Mineira.
Houve assim, a Inconfidência Mineira, em 1789, liderada por Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes. Dentre os objetivos da revolução estava garantir a independência de Minas Gerais. O movimento não teve sucesso, pois foi denunciado por um de seus integrantes, em troca do pagamento das dívidas. Com isso, seu líder foi enforcado e sua cabeça exposta em Vila Rica.
O ouro começou a entrar em declínio e a população, que morava nos centros urbanos e perto das regiões de extração do mineral, migrou para outras partes do estado, fato que auxiliou na expansão de Minas Gerais.
Durante o império, dois movimentos se destacaram na história de Minas, um era a Sedição Militar de 1833, movimento que desejava a volta de Dom Pedro I ao Brasil, mas foi controlado. E, o outro foi a Revolução Liberal de 1842, uma luta entre o partido liberal (apoiado pelos senhores rurais e as classes médias urbana) e o conservador (apoiado pela elite - comerciantes ricos, proprietários de terras e altos cargos do governo). Ela começou em São Paulo, após Dom Pedro II conquistar a maioridade em 1840, quando o Partido Conservador assumiu o poder. Em 1842, os mineiros aderiram a revolta. A luta foi vencida pelo governo imperial.
Na segunda metade do século XIX, a agropecuária começou a evoluir. A cafeicultura, inclusive, se tornou uma das principais atividades do estado, porém houve seu declínio com a crise de 1929. Após a República, passou por um processo de industrialização que auxiliou cada vez mais em seu crescimento.
A arte barroca é uma das que compõe a cultura do estado que foi formada a partir de povos indígenas, africanos e europeus. Várias cidades já se tornaram Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade tais como Ouro Preto, Diamantina e Tiradentes. O estado é famoso por seu artesanato feito com cerâmica, madeira, fibras, pedra-sabão, dentre outros e também é marcada por várias festas religiosas como a Festa do Divino, as Cavalhadas, o Congado e as Festas Juninas.
Dona de muitos talentos culturais, pode-se destacar na literatura, Carlos Drummond de Andrade, que nasceu no interior do estado, na cidade de Itabira e foi um cronista e poeta modernista. No futebol, nasceu em Três Corações, o ex-jogador Pelé, considerado o rei do esporte. Nas artes, um dos famosos escultores, arquiteto e entalhador era Aleijadinho que nasceu em Ouro Preto.
Um dos itens essenciais da comida mineira é o porco. Com este animal, pode-se fazer pratos como tutu com lombo de porco, leitão à pururuca e costelinha de porco. Além disso, é comum na mesa mineira, comidas típicas como vaca atolada, linguiça, couve, feijão tropeiro com torresmo e frango ao molho pardo. As delícias feitas com queijo também agradam o paladar, como biscoitos e o famoso pão de queijo. Já os doces, pode-se citar a goiabada e o doce de leite.
Textos produzidos por Stephanie Cristhyne A. da Silva