Corredor Morte Penitenciária PrisãoQuando estão no corredor da morte, os condenados podem escolher sua última refeição e ainda, antes da execução, proferir suas últimas palavras.

Assim, em algumas execuções nos Estados Unidos já foram registradas desde frases cômicas à tristes.

Thomas Grasso

Crime: assassinato de Leslie Holtz e Hilda Johnson.

Execução: 20 de março de 1995, no estado de Oklahoma.

“Façam-me um favor, contem à imprensa que não serviram minha refeição de Espaguete. Quero que toda a imprensa saiba.”

Jeffery Doughtie

Crime: assassinato de um casal de idosos.

Execução: 16 de agosto de 2001, no estado do Texas.

"Durante quase nove anos, venho pensando na pena de morte, se é correta ou incorreta, e não encontrei nenhuma resposta coerente. Mas não acho que o mundo seja um lugar mais seguro ou melhor sem mim. Se queriam me castigar, deveriam ter me matado no dia seguinte, em vez de 9 anos depois. Agora, não me afeta da mesma maneira. Tive tempo para me preparar, para dizer adeus a toda minha família e para deixar minha vida onde precisava estar" 

Michael Sigala

Crime: assassinato de Kleber e Lilian Santos.

Execução: 02 de março de 2010, no estado do Texas.

“Sim senhor, eu gostaria de pedir desculpas para a família. Eu não tenho razões pelas quais eu fiz isso, eu não entendo porque eu fiz aquilo. Eu espero que vocês possam viver o resto das suas vidas livres de ódio. Eu rezo para que o Senhor me perdoe. Eu me entrego a ti todo poderoso Senhor. Amém”.

Darrick Demorris Walker

Crime: matou pessoas na frente de sua família.

Execução: 20 de maio de 2010, no estado da Virgínia.

Ele se referia na frase à demora da aplicação da injeção letal, método utilizado para sua pena de morte:

“Minhas últimas palavras são: Eu não acho que vocês fizeram da forma correta, vocês demoraram muito para encaixar isso (agulha). Pode anotar isto. É isso aí.”

Christina Marie Riggs

Crime: assassinou os filhos durante o sono.

Execução: 03 de maio de 2000, estado do Arkansas.

“Não há palavras para expressar o que sinto por ter tirado a vida dos meus filhos. Agora, posso voltar para o lado de meus filhos como sempre desejei.”

Casos de Inocentes Executados

Já foram encontrados alguns casos de pessoas consideradas culpadas, mas que posteriormente, novas evidências surgiram para revelar a verdadeira história do crime.

No Brasil, um dos primeiros aconteceu com um rico fazendeiro que foi acusado de assassinar uma família de colonos. Seu nome era Manuel da Motta Coqueiro, enforcado em 1855, sob autorização de Dom Pedro II. Nos Estados Unidos, por exemplo, nas décadas de 40 e 80, duas execuções foram realizadas de forma errônea pela justiça americana, o de Carlos DeLuna e de Lena Baker. Essas execuções não acontecem somente nos EUA, mas desde que a pena de morte foi implantada.

Caso Carlos DeLuna

As palavras de Carlos DeLuna, antes de ser executado, mostram seus reais pensamentos antes de ser executado em 07 de dezembro de 1989, no Texas:

“Quero dizer que não tenho rancores. Não odeio ninguém. Amo a minha família. Que todos os parceiros do corredor da morte mantenham a fé e não se rendam”.

Ele havia sido acusado de assassinar uma mulher a facadas. Ao ver viaturas no local, se escondeu em uma Pick-up. A polícia achou e o prendeu como verdadeiro autor do crime. Mas, segundo Carlos, ele havia se escondido porque conquistou sua liberdade condicional e não queria perdê-la novamente. Ainda teria visto o suspeito correr, mas não foi o suficiente para ser liberto. DeLuna durante o julgamento teria citado Carlos Hernandes, um homem parecido com ele, e que tinha relação com a vítima e também um histórico de ataques com facas.

Apenas em 2006, com a investigação feita pelo jornal Chicago Tribune, novas evidências levaram a inocência de Carlos.

Caso Lena Baker

A História de Lena Baker se transformou em filme em 2009, sob direção de Ralph Wilcox. O fato aconteceu no Estado da Geórgia, em 1941, num período em que os Estados Unidos ainda passava pela segregação racial. Lá trabalhava uma afro-descendente chamada Lena Baker. Ela era mãe de três filhos, empregada na fazenda, de Ernest Knight, um homem branco que se dizia atraído por ela, conforme depoimento de Lena. Certo dia, ele a colocou em cárcere privado. Lena precisava fugir para cuidar dos filhos, mas se fizesse isso, corria risco de morte, pois ele estava com uma arma apontada para ela. Os dois se enfrentaram, ocorreu um disparo e Ernest Knight morreu.

Ao ser julgada, todo o juri era formado por brancos e o juiz que julgou Lena, era William Worriil, mais conhecido com William Duas Pistolas, por carregar essas armas na cintura durante o julgamento. Eles desconsideraram a defesa de Lena e a mandaram para a cadeira elétrica. Além disso, seu pedido de perdão judicial também foi recusado. Ela foi morta em 05 de março de 1941, e em seu último discurso proferiu as seguintes palavras:

“Tudo o que fiz foi em legítima defesa. Não tenho nada contra ninguém. Estou pronta para me encontrar com meu Deus, pois já fui perdoada por Ele”.

Sua família, em 2002, fez um pedido de perdão judicial ao Conselho de Perdão e Paroles da Geórgia. Eles consideraram que em sua sentença houve racismo, mas não retiraram a culpa do homicídio. Apenas em 2005, ela conquistou o perdão incondicional, sendo sua ação considerada legítima defesa.

Brasileiro Condenado à Morte no Exterior

O primeiro brasileiro condenado à pena de morte fora de seu país, por tráfico de drogas, foi Marco Archer. Ele foi executado por fuzilamento no dia 17 de janeiro de 2015 na ilha de Nusakambangan, na Indonésia. No mesmo dia, outros estrangeiros também foram executados. Durante o período, governava Dilma Rousseff, que realizou um pedido de apelo ao presidente indonésio Joko Widodo. Este, não acatou o pedido por ser contra as drogas e acreditar que as execuções são uma das formas de proteger o país do tráfico. Em seu último dia, Archer recebeu a visita de seus familiares e sua tia realizou seu último pedido: trouxe um prato de bacalhau.

Textos produzidos por Stephanie Cristhyne A. da Silva