Mapa Região NorteA região norte possui cerca de 3.870.000 km² e é marcada pela Floresta Amazônica e por uma vasta cultura, característica da região e herança de migrantes brasileiros e também, africanos e portugueses.

Ela possui mais de 17 milhões de pessoas espalhadas pelos estados, dentre as quais as cidades de Manaus e Belém, que são as capitais dos estados de Amazonas e Pará, estão entre as mais populosas.

O norte é formado por sete estados:

  • Acre (AC);
  • Amapá (AP);
  • Amazonas (AM);
  • Pará (PR);
  • Rondônia (RO);
  • Roraima (RR);
  • Tocantins (TO).

Principais Pontos Turísticos do Norte

  • Teatro Amazonas;
  • Encontro das Águas;
  • Ilha de Marajó;
  • Museu Paraense Emílio Goeldi;
  • Pico da Neblina;
  • Palácio Rio Negro;
  • Parque Nacional de Pacaás Novos;
  • Parque Nacional do Jaú.

História da Região Norte

Na história da região norte, o território brasileiro estava submetido ao Tratado de Tordesilhas. Por causa desse documento, toda a região pertencia à Espanha. As primeiras explorações começaram apenas no final da primeira metade do século XVI.

Entre 1540 e 1542, a expedição do navegador espanhol Francisco de Orellana chegou à região, juntamente com o escrivão Gaspar Carvajal, que relatou os primeiros detalhes da floresta amazônica. Mas, o aventureiro não desbravou todo o território, deixando-o para os milhões de indígenas que existiam ali. Décadas se passaram até que novas expedições chegassem à região.

A Chegada dos Portugueses na Amazônia

Mesmo com o direito de posse da Amazônia, os espanhóis não se preocuparam em colonizar. Assim o território estava começando a sofrer invasões de holandeses, franceses e ingleses. A expulsão dos franceses do Maranhão foi um alerta para que os portugueses começassem a investir e proteger o território brasileiro. Por isso, Francisco Caldeira Castelo Branco, capitão-mor da Capitania do Rio Grande (1612-1614) e da Bahia (1615-1618), o primeiro conquistador do rio Amazonas, criou o Forte do Presépio, em 1616, na sua foz. Foi a partir dele que surgiu a cidade de Belém, no Pará, fato que contribuiu muito para a colonização da Amazônia. Na época, o Pará estava anexado às terras do Maranhão e a capitania, sob domínio português, era chamada de Grão-Pará e Maranhão.

Com o objetivo de procurar as riquezas da floresta foi formada uma expedição portuguesa para definitivamente estabelecer o domínio da Coroa sobre o território. O capitão Pedro Teixeira, em 1637, foi o responsável por liderar um grupo de aproximadamente duas mil pessoas, sendo a maior parte índios. E, mesmo com os obstáculos pelo caminho, conseguiu fixar os marcos da ocupação portuguesa no decorrer do rio.

Colonização e Exploração da Região Norte

Além do Forte do Presépio, foram criados muitos outros. O objetivo dos fortes, além de proteção contra invasores, era criar núcleos de povoamento, uma das bases para o início da colonização na região. Inicialmente, as drogas do sertão, tais como cacau, tabaco, castanha, frutos exóticos e até produtos animais e vegetais possuíam um alto valor para os europeus. A mão-de-obra indígena também foi um dos recursos explorados, trabalho este, que teve o auxílio dos missionários e franciscanos que contribuíram para a sua educação de acordo com o modelo português. Muitos índios foram mortos por doenças trazidas pelos europeus ou combates, outros fugiram e se protegeram na floresta. Como havia uma dificuldade grande de adaptar essa população às atividades do colonialismo, na metade do século XVIII, os negros foram trazidos para trabalhar. Nesse período, a colonização se concentrava na foz do Amazonas, por isso, a presença dos negros concentrou-se no Pará e no Amapá.

Com a assinatura do Tratado de Madri, em 1750 e a nova administração do Marquês de Pombal, em Portugal, houve uma nova fase para a Amazônia Brasileira, pois Portugal teve definitivamente, os direitos sobre a região Norte. Os objetivos do Marquês eram retirar Portugal da dependência da Inglaterra e torná-la uma potência em crescimento. Por isso, ele criou a Companhia Geral do Comércio Grão-Pará e Maranhão para que os produtos lá produzidos pudessem ser oferecidos na Europa por preços atraentes, investiu na mão-de-obra africana na Amazônia, expulsou os jesuítas de Portugal e seus domínios, em 1759, pois foram acusados de criar um estado próprio. Enfim, ele desejava estender os domínios de Portugal nas fronteiras do Norte e Sul do Brasil, e por isso, proibiu a escravidão dos índios e estimulou o casamento entre eles e os brancos.

Saiba Mais sobre o Tratado de Madri

Foi um tratado assinado na capital espanhola entre D.João V (Portugal) e Fernando VI (Espanha) que marcou os limites importantes para colocar fim às disputas dos reinos. Seu objetivo era substituir o tratado de Tordesilhas.

Na metade do século XIX, houve uma ocupação mais intensa desse território. A fronteira da Amazônia brasileira ainda não estava definida até o inicio do século XX, momento em que houve a conquista dos territórios do Amapá e Roraima, ao norte e o Acre, a oeste. Esses locais ainda permaneciam intocáveis, pois eram refúgio dos índios que não se adaptaram à colonização.

Cabanagem

Depois da independência do Brasil, houve em 1835, na província do Grão-Pará, uma revolta chamada de Cabanagem. O nome surgiu, pois grande parte dos participantes eram pessoas pobres que viviam em cabanas de beira de rio, sendo chamadas de cabanos. Havia na época uma grande insatisfação contra o domínio português e tanto cabanos, quanto fazendeiros e comerciantes se uniram para garantir a independência da província. Como resultado, houveram muitas mortes, os revoltosos foram vencidos pelo governo regencial e a economia da cidade de Belém decaiu. A situação econômica e social da Amazônia estava em crise, mas com a criação da Província do Amazonas, em 1850, desmembrada da Província do Grão-Pará, e também com início da valorização da borracha a região começaria a se desenvolver.

Ciclo da Borracha

O ciclo da borracha durou de 1879 a 1912. O látex extraído das seringueiras foi chamado de ouro negro, devido a cor escura que ele adquiria quando a borracha era defumada. Esse ‘ouro’ foi muito importante no período da Revolução Industrial e pessoas de várias partes viajaram em busca de riquezas, tais como sírio-libaneses, focados no comércio, além de italianos, franceses, portugueses, ingleses e brasileiros (uma grande quantidade de nordestinos, especialmente do sertão do Ceará, também migraram para a Amazônia).

Eles trabalhavam por meio do sistema de aviamento onde os seringueiros repassavam a borracha produzida para os seringalistas, em troca de roupas, alimentos e ferramentas; estes compravam a crédito das Casas Aviadoras, as mercadorias que eram vendidas para os seringueiros e repassavam a produção anual do seringal. As exportadoras, grande parte inglesa ou alemã, se beneficiavam desse sistema e conquistavam grande lucro com a venda de borracha nos mercados industrializados. Esse período, trouxe muitas riquezas e por isso, grandes obras foram construídas como o Teatro Amazonas, em Manaus; e o Teatro da Paz, em Belém.

*Casas Aviadoras - localizadas principalmente em Belém e Manaus eram responsáveis pela compra de mercadorias em exportadoras, pagas pela produção dos seringais.

O mercado da borracha desabou com a biopirataria inglesa, pois foram contrabandeadas sementes de seringueiras para Londres. As sementes se adaptaram à Ásia, sendo cultivados seringais no sudeste asiático. Muitos trabalhadores tiveram que abandonar os seringais e retornar para a sua terra de origem. Nesse período, a atenção se voltou para a agricultura, onde as técnicas nordestinas se mesclaram com as indígenas.

Apenas com a Segunda Guerra Mundial, durante o governo de Getúlio Vargas, houve um investimento forte na produção da borracha pelo governo norte-americano. Por isso, muitos trabalhadores retornaram para os seringais, incentivados pelo projeto 'Marcha para o Oeste'. A produção da borracha não foi tão alta, como no início, e quando a guerra terminou, os americanos cancelaram os acordos feitos com o governo brasileiro. A Amazônia passou novamente por uma crise econômica.

Desenvolvimento Durante a Ditadura Militar

Durante a Ditadura Militar, houve um fase de desenvolvimento no Norte do país. A ideia era ocupar a Amazônia através de atividades como mineração, agropecuária e madeireiras. Tanto é que em 1966, o presidente Castelo Branco anuncia a 'Operação Amazônia' (cujos principais objetivos era trazer desenvolvimento econômico, fortalecimento das fronteiras e integrar a Amazônia ao país) e, em 1968, a Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) que tinha o poder de oferecer incentivos para aqueles que quisessem investir na região.

Os Problemas com o Desmatamento

Em 1970, no governo de Emílio Médici, para resolver alguns problemas do Nordeste, foi criado Plano de Integração Nacional (PIN) que destinaria faixas de terras amazônicas para os nordestinos. O período conhecido como 'milagre econômico' trouxe rapidamente mais investimentos: houve a construção da Transamazônica, com o objetivo de integrar o sul da Amazônia, além disso, foram construídas estradas e ocorreu uma grande migração de pessoas para colonizar a região.

Mesmo com os amplos investimentos - na época, com a mineração na serra dos Carajás, a construção de hidrelétricas, a criação da Zona Franca de Manaus e rodovias - essa política não trouxe uma riqueza prolongada para a região, mas degradação, com a alta taxa de desmatamento, e muitas disputas entre grupos.

De um lado, estavam os povos da floresta formado pelos índios, seringueiros, ribeirinhos e colonos que defendiam a sua preservação; de outro, pessoas que invadiam terras para a criação do gado e consequentemente desmatavam a floresta. Para os primeiros, foi criada uma entidade que defendia os seus direitos e o meio ambiente, o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), que trouxe uma compreensão e conscientização sobre a devastação da floresta. O grande símbolo desse grupo foi o líder sindical Chico Mendes que defendia a preservação da floresta e as populações locais. Ele foi assassinado em 1988, fato que levou o governo a redefinir a sua política de desenvolvimento na região norte. A partir daí, a Amazônia tornou-se mais valorizada, tanto nacionalmente, quanto internacionalmente. Mas, ainda hoje, existem diversos problemas que afetam tanto a floresta, quanto os povos que lá habitam.

Características Principais da Região Norte

População do Norte

A população da região norte é misturada por causa da migração de habitantes do nordeste, sul e sudeste do Brasil. Além disso, há a presença de portugueses e africanos. Grande parte deles são da cor “parda”.

Economia do Norte

Um dos períodos mais prósperos da economia da região foi o ciclo da borracha, que atingiu o seu auge entre os anos de 1879 a 1912 e, posteriormente, por um curto período entre 1942 a 1945. Por muito tempo, o extrativismo vegetal e animal fez e ainda faz parte da vida dos seus habitantes.

Por esse motivo, Manaus, foi considerada a cidade mais rica do país, no século XX. Mas, atualmente, o destaque está na agropecuária e nas indústrias, especialmente por causa da criação da Zona Franca de Manaus. Os estados com o PIB mais elevado são Pará, Amazonas e Rondônia. Já as cidades que mais movimentam dinheiro na região são Manaus e Belém.

Outro atrativo está também no turismo, em especial, o ecológico. Pessoas do mundo todo procuram as belezas naturais da Amazônia. Além disso, muitas visitam eventos culturais como o Festival de Parintins.

Cultura do Norte

A cultura do norte é variada, principalmente, por causa da reunião de povos que vieram para esta parte do território. Assim, destacam-se como principais características de sua cultura: lendas, como a do Boto, Mula Sem Cabeça e Iara; os costumes, as festas folclóricas (tais como o Festival de Parintins), religiosas e africanas, além de diversas comidas típicas.

Geografia do Norte

A geografia do norte destaca-se pelo clima equatorial, com alta temperatura, chuvas constantes e muita umidade. A vegetação é formada pela floresta amazônica, com árvores grandes, compostas por copas que se unem e bloqueiam a chegada da luz solar no solo, fazendo com que seja mais úmida e escura. Esse fato contribui para uma rica biodiversidade, com o surgimento de vários animais de pequeno e médio porte. Além da vegetação e do clima, outros itens formam a geografia da região, tais como a hidrografia e o relevo.

Estados da Região Norte

Acre

O Acre é um estado brasileiro, localizado a sudoeste da região norte, com uma extensão territorial de 164.123,040 km². Sua capital é o município de Rio Branco. Os limites do estado são definidos pelo Peru, a oeste; a Bolívia, no Sul; o Amazonas, a norte e Rondônia, a Leste. 

A forma de relevo é representada pela depressão amazônica, o planalto rebaixado e a planície amazônica, num conjunto de florestas conhecida como terra firme. Sua vegetação é composta por uma mata preservada e protegida, por isso, existem muitas reservas naturais, além de reservas indígenas. Os principais rios são o Juruá, Tarauacá, Purus, Acre, Gregório, Embirá e Xapuri.

Na economia, as atividades de destaque são o extrativismo vegetal com a extração do látex e da castanha, além da agricultura e a pecuária.

Principais Cidades do Acre

  • Rio Branco;
  • Cruzeiro do Sul;
  • Feijó;
  • Tarauacá;
  • Sena Madureira.

História do Acre

Antes de adquirir este nome, a área fazia parte da Coroa Espanhola, por causa do acordo feito entre Portugal e Espanha, conhecido como Tratado de Tordesilhas. Essa faixa de terra pertencia, então à Bolívia.

No ano de 1852, os colonos brasileiros começaram a ocupar a área, principalmente, após o golpe de estado sofrido pelo presidente boliviano Aniceto Arce. Em 1895, através do Tratado de Ayacucho (1867) uma comissão definiu os limites entre Brasil e Bolívia. No período, a Bolívia ficaria com uma região popular na extração do látex, mas essa área já era ocupada pelos brasileiros. Estes não aceitaram o tratado e decidiram expulsar os bolivianos do território.

Uma das principais manifestações da história do estado foi a Revolução Acriana, em 1899, uma revolta da população contra os bolivianos que queriam ocupar a terra. Em 1903, através da assinatura do Tratado de Petrópolis, o Acre se tornou parte do Brasil. Em troca, o governo brasileiro deveria realizar pagamento em libras esterlinas à Bolívia, construiria a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e concederia algumas partes do território brasileiro.

O Acre foi unificado em 1920 e elevado a categoria de Estado, em 15 de junho de 1962, através da Lei 4.070 sancionada por João Goulart, presidente da República, na época.

Amapá

O estado do Amapá se encontra no extremo norte região e possui uma área territorial de 142.828,521 km². Faz limites com os estados do Pará, a sul e oeste; a Guiana Francesa, a norte; e o Suriname, a noroeste. Além disso é banhado pelo Oceano Atlântico, a leste. Sua capital é a cidade de Macapá, o município com maior número de habitantes do estado.

Seu relevo é formado por planícies litorâneas, o baixo planalto e também os planaltos cristalinos que formam as regiões serranas. Seus principais rios são Amazonas, Oiapoque, Araguari, Jari e Maracá.

A economia é marcada pela agricultura, o extrativismo (vegetais e minerais) e a indústria. Dentre as atividades que se destacam estão: a extração mineral, de madeira e a pesca.

Principais Cidades do Amapá

  • Macapá;
  • Santana;
  • Laranjal do Jari;
  • Oiapoque.

História do Amapá

Assim, como outros estados do norte, o território do Amapá, pertencia a Coroa Espanhola, por causa do Tratado de Tordesilhas. Mas em 1637, a região foi ocupada e doada para o português chamado Bento Perene. Assim, foi nomeado de Costa do Cabo Norte.

No decorrer de suas história aconteceram diversas invasões e ataques de ingleses e holandeses, mas os portugueses defenderam o local. Um exemplo disso, foi a invasão da França, em 1697. O Tratado de Utrecht, foi um documento importante assinado pelos franceses em 1713, onde eles reconheciam o poder de Portugal sobre o território. Mas, isso não foi motivo para que os ataques parassem.

Mesmo com a independência do Brasil, em 1822, essa região continuou integrada à província do Pará. Novos ataques franceses aconteceram e apenas em janeiro de 1900, por meio da Comissão de Arbitragem, em Genebra, a região foi anexada definitivamente ao território brasileiro. Para fins de desenvolvimento econômico, em 1943, o Governo Federal separou o Amapá do estado do Pará. Porém, apenas em 1988, com a Constituição Federal, foi elevado à categoria de estado, tornando-se sua capital, a cidade de Macapá.

Amazonas

O estado do Amazonas é considerado o maior das 27 unidades federativas do Brasil, com uma área de 1.559.159,148 km². A maior parte dele é ocupado pela Floresta Amazônica e por água doce. Faz fronteira com os estados de Rondônia, Acre e Mato Grosso, ao sul; Roraima, ao norte; Pará, a leste; e também com os países Peru, a sudoeste, Colômbia, a oeste e Venezuela, a norte.

Sua formação de relevo é baixa, ocupada pela Planície Amazônica, além de planaltos e depressões. É nesse estado que estão os pontos mais altos do país: o pico da Neblina e o pico 31 de Março, localizados na serra do Imeri, no município de Santa Isabel do Rio Negro. O clima é equatorial úmido, possuindo duas estações bem definidas: a chuvosa, no inverno; e a seca ou pouco chuvosa, no verão.

Grande parte dos rios do Amazonas são navegáveis o ano todo, porém o mais reconhecido e o maior do mundo é o rio Amazonas. O principal meio de chegar até o estado é de forma aérea ou fluvial.

Na economia, se destaca por conter a chamada Zona Franca de Manaus, que faz parte de uma política de desenvolvimento econômico. Além disso, há oportunidades para o desenvolvimento de atividades como piscicultura, produção rural e agroindústria.

Principais Cidades do Amazonas

  • Manaus;
  • Parintins;
  • Itacoatiara;
  • Coari;
  • Manacapuru;
  • Tefé;
  • Tabatinga.

História do Amazonas

O descobrimento da área onde atualmente é formado os estados do Amazonas e do Pará ocorreu por causa do explorador espanhol Francisco de Orelhana. Da viagem, foi feito um relato de como era o local, além de possíveis riquezas que poderiam agradar à Coroa Espanhola. Dessa expedição que ocorreu entre 1541 a 1542, há indícios de que eles encontraram as mulheres amazonas, dos quais, muitas lendas são atribuídas a esse fato e também ao nome do estado.

Mesmo com essas descobertas, não houve um interesse real em ocupá-la. Quando os frades André Toledo e Domingos de Brieba, se aventuraram realizando uma descida no rio Amazonas, chegando até a área onde hoje é Belém do Pará, alguns portugueses começaram a explorar o local. O explorador Pedro Teixeira foi um dos primeiros homens que se aventurou no interior da Amazônia, em 1637, com vários soldados e também indígenas. Ele tomou posse da região que ficou conhecida como Paianino, em 16 de agosto de 1639.

A província do Amazonas foi criada no dia 05 de setembro de 1850, ao ser desmembrada da Província do Grão-Pará (atual estado do Pará). Um dos motivos dessa separação foi a grande área territorial que a província tinha que administrar. O primeiro presidente da província foi Tenreiro Aranha. Apenas com a Proclamação da República, em 1889, o Amazonas se tornou um estado.

Pará

O estado do Pará possui uma área de 1.247.954,666 km², localizado no centro da região norte. Seus limites são definidos pelos estados do Amapá, ao norte; o Maranhão, a leste; o Tocantins, a sudeste; o Mato Grosso, a sul; o Amazonas, a oeste; e Roraima e Guiana, a noroeste. Além disso, há o oceano Atlântico, a nordeste; e, o Suriname, a norte.

A capital do estado é a cidade de Belém. Seu relevo é baixo e plano. As altitudes superiores a 500 metros são encontradas nas serras de Carajás, Acari e Cachimbo. Os principais rios do estado são o Tocantins, Jari, Pará, Amazonas, Xingu e Tapajós.

Sua economia está baseada no extrativismo (mineral e vegetal) e também na agricultura, na indústria, no turismo e na pecuária. Na agricultura, intensa na parte nordeste, se destaca na produção de pimenta-do-reino, coco e banana. A indústria está concentrada na região metropolitana de Belém, com foco na produção madeireira. Já a mineração e a pecuária é constante na parte sudeste do estado.

Principais Cidades do Pará

  • Belém;
  • Ananindeua;
  • Santarém;
  • Marabá;
  • Parauapebas;
  • Redenção;
  • Tucuruí.

História do Pará

Os portugueses foram levados ao território por motivos militares. Em 1616, havia um projeto político voltado para a conquista de exploração da Amazônia, bem como das drogas do sertão, que eram especiarias de alto valor para os europeus. Assim, foi criada a cidade de Belém do Grão-Pará (atual Belém), em 16 de janeiro de 1616.

A ocupação do território foi tensa, envolvendo perseguições e aprisionamento de populações indígenas e confronto com outras potências da época. Através dele, novas áreas foram sendo incorporadas tais como os vales dos rios Guamá, Acará e Mojú, a região da 'estrada do Maranhão' (atual Bragantina), a Ilha Grande de Joannes (atual Marajó), o Cabo Norte (hoje: estado do Amapá), o baixo Amazonas, os vales do Xingu e Tapajós, o Alto Amazonas, o baixo Tocantins, o vale do Rio Negro, a península de Gurupá e a costa dos Caetés (atual costa do Salgado). Cada um dessas áreas tinham objetivos de exploração tais como a busca por riquezas da região, a escravização de indígenas ou para aumentar o patrimônio dos colonos.

Nesse período, o Grão-Pará e Maranhão era a colônia composta por toda a região da Amazônia, o Maranhão, além do Piauí e uma parte do Ceará. Uma das principais atividades nessa colônia era a extrativista. Com a administração do Marquês de Pombal, principal ministro do rei em Portugal, trouxe desenvolvimento para a região, além de parentes para ocupar cargos, famílias nobres e vários profissionais. A cidade de Belém foi considerada um centro urbano no início do século XIX. Com a saída do Marquês de Pombal, a economia do estado ficou estagnada. Em 1772, o Grão-Pará foi separado do Maranhão, passando a ser chamado de Estado Grão-Pará e Rio Negro. Mais tarde, após a Independência do Brasil, se transformou em Província do Grão-Pará, ficando o Rio Negro, subordinada a ela.

O principal conflito ocorrido no Pará foi a Cabanagem, uma revolta que durou de 1835 a 1840 e instaurou um governo popular, mas que foi destituído. A revolta não perdurou e as tropas do Império colocaram um fim no conflito, matando milhares de pessoas. Já em 1850, a Província do Grão-Pará foi extinta e dividida em Província do Pará e Província do Amazonas. Após a Proclamação da República, em 1889, a Província do Pará, se tornou estado do Pará.

A economia passou por um período de crise, mas se recuperou com o ciclo da borracha, entre 1879 a 1912 e também entre 1942 e 1945, com a Segunda Guerra Mundial. Com o fim desse ciclo, a economia voltou a cair, se reerguendo apenas nas décadas de 1960 e 1970, com a agricultura e o extrativismo, principalmente na Serra Pelada e na Serra dos Carajás.

Rondônia

O estado de Rondônia faz fronteira com os estados do Acre, a oeste; o Mato Grosso, a leste; o Amazonas, ao norte; e, a Bolívia, a oeste e sul. Sua capital é o município de Porto Velho. Possui uma área territorial de 237.590,547 km².

O relevo é formado em grande parte pelo planalto cristalino. O chapadão atravessa o estado de sudeste a noroeste e é chamado nessa extremidade de serra dos Parecis e serra dos Pacaás Novos. Os principais rios do estado são o Ji-Paraná, Madeira, Guaporé e o Mamoré.

A economia está baseada na pecuária, agricultura e extrativismo de madeira, minérios e borracha.

Principais Cidades de Rondônia

  • Porto Velho;
  • Ji-Paraná;
  • Ariquemes;
  • Vilhena;
  • Cacoal.

História de Rondônia

O território de Rondônia era ocupado anteriormente por várias tribos indígenas, dentre elas Jabutis, Kaxarari, Tuparis, Canoês, dentre outras. O primeiro explorador do local foi o espanhol Ñuflo de Chávez que chegou ao vale do rio Guaporé (1541-1542). Mais tarde, com a chegada dos bandeirantes, aproximadamente em 1650, havia o interesse em encontrar riquezas. Nessa época, os jesuítas criaram sua primeira aldeia.

Foi encontrado ouro no rio Guaporé, assim Portugal criou a capitania do Mato Grosso, em 1748, que fazia parte das terras onde hoje é o estado de Rondônia. O objetivo deles era defender e tomar posse da área conquistada. Dom Antônio Rolim de Moura Tavares se tornou governador da capitania. Ele instalou a capital Vila Bela da Santíssima Trindade para demarcar o território. Além disso, criou em 1753, um posto de vigilância, na margem direita do rio Guaporé em uma povoação espanhola, para proteger seu território.

O governador de Santa Cruz de La Sierra (na Bolívia) solicitou a evacuação do posto, mas ao invés disso, Rolim construiu um forte, que depois foi chamado de Presídio de Nossa Senhora da Conceição, em 1759. Com as invasões espanholas, o presídio ficou em ruínas, sendo reconstruído em 1769 e chamado de Forte de Bragança. Como tornou a ficar em ruínas foi construído no lugar o Real Forte Príncipe da Beira, em 1776.

Com a queda da mineração e também a Proclamação da República do Brasil, a região começou a perder sua importância econômica, mas com o ciclo da borracha, no final do século XIX, recuperou seu status.

Em 1943, houve a criação do Território Federal do Guaporé, com partes do território no Amazonas e no Mato Grosso. Em 1956, essa região se tornou o Território Federal de Rondônia, para homenagear o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, um grande explorador da região.

Dentre as principais atividades econômicas que se fortaleceram no inicio foram a exploração da castanha-do-pará, a borracha, além das jazidas de cassiterita. Se tornou um estado em 1982.

Roraima

O estado de Roraima está localizado na parte noroeste da região. Ele é limitado pela Venezuela, ao norte e noroeste; a Guiana, a leste; o Pará, a sudeste; e o Amazonas, a sul e oeste. Ele possui uma área de 224.300,546 km². Anteriormente, o estado estava integrado ao Amazonas e foi desmembrado em 1943, por meio de um decreto.

Seu território é formado, em grande parte, por terrenos cristalinos que pertencem ao Escudo das Guianas. Seus pontos de maiores altitudes estão nas fronteiras com a Venezuela e Guiana, local em que estão presentes as serras da Parima e Pacaraíma, além do monte de Roruimã e o monte Roraima, os pontos mais altos do estado.

A economia está baseada na agropecuária e no extrativismo.

Principais Cidades de Roraima

  • Boa Vista;
  • Rorainópolis;
  • Caracaraí;
  • Alto Alegre;
  • Mucajaí.

História de Roraima

O território do Rio Branco, desde o início do século XVI, sofreu disputas entre espanhóis, holandeses, ingleses e portugueses. Mas sua colonização começou a ser efetiva somente no século XVIII, depois da morte de grande quantidade de indígenas. Os portugueses chegaram ao território por meio do rio Branco, o rio de maior destaque do estado, e conquistaram as terras dos espanhóis. O Forte de São Joaquim do Rio Branco foi criado para impedir as invasões de outras nações europeias. Ele foi construído em um ponto estratégico, na confluência dos rios Branco e Tacutu, na foz do Tacutu, em 1775.

Foram criadas várias povoações para evangelizar os indígenas, mas devido a resistência deles, esses povoados não evoluiram. Outro fato importante foi a introdução do gado bovino e equino nos campos de rio Branco, iniciada em 1789, a fim de confirmar a posse da terra. No ano de 1858, foi criado um pequeno povoado chamado de Freguesia de Nossa Senhora do Carmo, que durante um tempo foi o único povoamento de toda a região do alto Rio Branco e fazia parte da província do Amazonas. Foi elevado à condição de vila, por meio do decreto estadual nº 49, de 09 de julho de 1890, mas apenas em 1926 se transformou na cidade de Boa Vista.

Os ingleses tinham o interesse nas fronteiras de Roraima, pois queriam uma ligação marítima com o rio Amazonas e também expansão territorial. Assim, os britânicos avançaram pela região do Pirara, usando como estratégia o evangelismo dos indígenas para convencê-los a estar a favor da Coroa Britânica. Em 1904, houve uma disputa das terras entre Brasil e Inglaterra, no qual este ficou com parte das terras da região do Pirara.

Em 1943, por meio do decreto-lei nº 5812, foi criado o Território Federal de Rio Branco, que posteriormente foi desmembrado do estado do Amazonas. A área foi nomeada de Território Federal de Roraima, após 13 de dezembro de 1962. Quando foi promulgada a Constituição de 1988, o território foi elevado à categoria de estado da Federação.

Tocantins

O estado do Tocantins foi criado em 1988 e é o mais novo dos estados brasileiros. Está localizado na região norte, no centro do país. Faz limites com os estados do Maranhão e Pará, ao norte; do Goiás, ao sul; do Piauí, Maranhão e Bahia, ao leste; e, do Pará e Mato Grosso, a oeste. Possui uma área territorial de 277.720,520 km².

O relevo é formado, em sua maior parte, por planícies ou áreas onduladas, passando por planaltos e chapadões. O ponto mais elevado do estado é a Serra das Traíras. Sua vegetação é formada pelo cerrado, campos limpos e também pela floresta amazônica. São encontradas várias áreas de preservação natural como a Ilha do Bananal, além de parques estaduais, tais como Jalapão, Lajeado, Cantão, dentre outros.

Seus principais rios são o Tocantins, o Araguaia, das Balsas, Paranã, do Sono e Manuel Alves.

Na economia, tem grande destaque na agropecuária, no setor industrial - sendo os principais ramos os de borracha, plástico e produtos minerais - e, também, no setor de serviços.

Principais Cidades do Tocantins

  • Palmas;
  • Paraíso do Tocantins;
  • Gurupi;
  • Araguaína;
  • Guaraí;
  • Porto Nacional.

História do Tocantins

A faixa norte do Goiás foi ocupada inicialmente por missionários católicos liderados pelo Frei Cristovão de Lisboa. Eles se instalaram na área do rio Tocantins fundando uma Missão, por volta do ano de 1625. Após dois séculos, os migrantes que vieram do nordeste e do norte começaram a ocupar a região. Os bandeirantes chegaram pelo sul liderados por Bartolomeu Bueno e desbravaram toda a região que hoje equivale aos estados de Tocantins e Goiás, no século XVIII. Essa região foi ocupada por duas populações diferentes: no norte, estavam os nordestinos e no sul, os bandeirantes paulistas. O Tocantins, durante um certo tempo, fez parte do Goiás.

Esse território ficou dividido em norte e sul. Os do norte, tinham dificuldades em estabelecer contatos comerciais com os do sul, e portanto, tinham alianças mais fortes com os estados do Maranhão e do Pará. Esse fato, deixava claro a diferença entre as culturas e também causava um sentimento separatista. Tanto é que em 1821, ocorreu um movimento que tinha o objetivo de criar um governo autônomo no norte, porém não obteve sucesso. Após 50 anos surgiu a proposta de criação da Província de Boa Vista de Goiás, mas o projeto não foi aceito pelos parlamentares do império. Em 1956, foi elaborado um documento chamado de "Manisfesto à Nação", assinado pelos nortenses para a criação do novo Estado.

O sul era mais desenvolvido que a outra parte e com a construção da nova capital federal (Brasília), em 1960, esse crescimento se tornou maior, por causa da proximidade com ela.

Em 1972, o Presidente da Comissão da Amazônia, da Câmara dos Deputados, apresentou um projeto de Redivisão da Amazônia Legal e neste documento estava prevista a criação do Tocantins. O estado só se tornou uma unidade federativa com a Constituição Brasileira de 1988. O primeiro governador foi José Wilson Siqueira Campos, que tomou posse na cidade de Miracema do Tocantins (capital provisória até que fosse construída a cidade de Palmas).

Textos produzidos por Stephanie Cristhyne A. da Silva