Chegar a lua ou até mesmo em outro planeta e descobrir os mistérios do espaço sempre foi umas das ambições do homem. Essa conquista foi atribuída aos americanos, a partir da chegada deles à Lua. O primeiro homem a pisar no satélite natural da Terra foi Neil Armstrong, durante o programa Apollo, na 11ª missão da NASA, realizada em 1969. Mas a ideia de levar homens ao espaço começou bem antes disso, em especial, com o discurso de John F. Kennedy, presidente dos Estados Unidos, em 1961, em que afirmou que o homem chegaria à Lua até o fim daquela década e retornaria em segurança para casa.
A partir daí, grandes missões foram realizadas não somente para conhecê-la, mas para explorar também outros planetas.
A luta para desbravar o espaço começou com a Corrida Espacial, tanto é que o Sputnik foi o primeiro satélite natural a orbitar a Terra, lançado pela União Soviética. Mas para a Lua, a Missão Apollo 11, liderada pela NASA, superou todas as expectativas.
A Corrida Espacial teve início em 1957 - período da Guerra Fria - e continuou até 1975. Ela tinha o intuito de provar a supremacia na exploração do espaço dos seus participantes, as duas superpotências da época: União Soviética e Estados Unidos.
O primeiro grande feito veio da União Soviética (URSS) que conseguiu enviar um satélite artificial para o espaço, o Sputnik 1, que permaneceu por 22 dias na órbita da Terra e podia ser ouvido através do barulho de um bip, em rádios amadores. Com isso, os Estados Unidos se empenharam também para lançar um satélite em órbita. O primeiro deles foi o Explorer 1, em 1958. Em seguida, outros satélites e sondas foram lançados para testes. Em 1961, a URSS foi capaz de enviar o primeiro homem para o espaço, Yuri Gagarin, que orbitou o Planeta por menos duas horas. Porém, um dos fatos marcantes tanto para os soviéticos e americanos, quanto para o mundo, foi o envio do homem para à Lua, em 1969.
O Programa Apollo (1961-1972) foi um conjunto de missões da NASA criado especificamente para enviar astronautas para explorar a Lua. Antes disso, outros projetos já haviam sido realizados tais como o Programa Mercury, dedicado a testes com animais e robôs, sendo o primeiro a conseguir que um astronauta orbitasse à Terra por pouco tempo; e o Programa Gemini, dedicado a criação de técnicas de sobrevivência para as missões e uma nave que transportasse dois astronautas - isso permitiria que um deles pudessem, inclusive, sair da aeronave.
A primeira missão, do programa Apollo foi um desastre. Antes da decolagem, um incêndio matou os tripulantes. Assim, as missões seguintes não foram tripuladas. A esperança veio mesmo com as missões 7, que foi a primeira tripulada e, a missão 8, em que os astronautas orbitaram a Lua pela primeira vez. Mas foi apenas durante a Missão Apollo 11, realizada em 1969, que eles pousaram na Lua. Além disso, este programa foi essencial para a construção da estação espacial Skylab.
Você sabia que para viajar à órbita da Lua e retornar à Terra, o homem demorou sete dias e seis noites? Pois é, em 21 de dezembro de 1968, os astronautas Frank Borman, William Anders e James Lovell, partiram a bordo da nave espacial que utilizava o foguete Saturno V, na Flórida. Antes de decolarem, realizaram exames médicos de madrugada. Todos os equipamentos foram checados e para este projeto, houve uma dedicação bem maior, a fim de evitar o que ocorreu na primeira missão tripulada.
Depois desta viagem, mais três foram planejadas, sendo a missão 9 para testes e a 10, um ensaio para pousar na Lua.
Em 20 de julho de 1969, na Missão Apollo 11, o homem finalmente conseguiu o seu objetivo: pisar em solo lunar. Os astronautas Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins permaneceram oito dias no espaço, a bordo do Colúmbia, sendo que percorreram uma distância de quase 400 mil km entre a Terra e a Lua.
No espaço, os astronautas fizeram testes e checaram as condições da nave. Quando entraram na órbita lunar, Collins ficou no módulo de comando, e os outros seguiram para pousar em solo lunar. E, quem deu o primeiro passo foi Neil Armstrong que proferiu a frase “Este é um pequeno passo para um homem, mas um salto gigantesco para a humanidade”.
Os astronautas fincaram a bandeira dos Estados Unidos e deixaram uma placa dizendo “Aqui os homens do Planeta Terra pisaram pela primeira vez na Lua. Julho de 1969. Viemos em paz, em nome de toda a humanidade.” Ao retornarem para a Terra, permaneceram um período isolados e também trouxeram materiais, como rochas, para análise.
Não há como não descrever sobre o projeto Apollo, sem falar do primeiro homem que fez história na Lua: Neil Alden Armstrong, um engenheiro aeronáutico, com mestrado em engenharia aeroespacial. Sua carreira começou na Marinha dos EUA, onde pilotou aviões de caça e aeronaves. Ingressou na NASA, em 1962, onde participou dos projetos Gemini e Apollo. Ele foi selecionado para a missão Apollo 11, junto com Edwin Buzz e Michael Collins. Após retornar a Terra, assumiu outros cargos na Nasa, até 1971. Após isso, tornou-se professor de engenharia aeroespacial, na Universidade de Cincinnati e também participou da Comissão Nacional do Espaço. Ele faleceu em 25 de agosto de 2012.
O programa continuou com mais seis missões que levaram o homem à Lua, até a Apollo 17, onde foi realizado o último voo deste projeto.
Alguns acreditam que a viagem foi uma farsa e pesquisadores por anos criticaram as fotos e filmagens registradas. Inclusive, o escritor Bill Kaysing que trabalhou como analista e engenheiro da empresa que projetou os foguetes Apollo, afirmou que eles nunca teriam chegado à Lua na época. Ele escreveu um livro chamado “Nunca Fomos à Lua”, no inglês “We Never Went to the Moon”.
De acordo com Kaysing, todos acreditavam que quem chegasse primeiro à Lua conquistaria o domínio mundial, mas, naquela época, não havia uma tecnologia suficiente para levá-los à Lua, porém, como os soviéticos conseguiram enviar Yuri Gagarin para o espaço, os americanos precisavam fazer algo. Dentre os argumentos de que eles não foram para a Lua estão: a radiação que atinge a Lua teria matado um ser humano; durante a transmissão de voz a Terra, não se ouvia barulho de motor; que as fotos poderiam ter sido retiradas em um estúdio na Terra; nas fotos não existiam estrelas, sendo que era para ser visíveis no espaço.
A NASA afirma que os testes feitos anteriormente, serviram para desenvolver a tecnologia necessária na década de 60, inclusive, durante entrevista dada ao canal FOX, mostraram que os argumentos que provam o contrário estariam incorretos. A discussão é intensa.
Existem argumentos sólidos que defendem a viagem, mas por outro lado estão os que acreditam que se trata de uma grande conspiração. Será que realmente o homem pisou em solo lunar?
A primeira experiência de seres vivos no espaço aconteceu em 1947, com o envio de moscas frugíveras que voltaram a Terra intactas. Durante o projeto Mercury, o ser humano começou a ser treinado para as missões, mas testes ainda continuaram sendo realizados com animais. Confira alguns animais que foram enviados e o que aconteceu com eles:
A Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço (National Aeronautics and Space Administration - NASA) foi criada em 29 de julho de 1958 nos Estados Unidos para competir com a União Soviética, durante a Corrida Espacial.
Como os soviéticos conseguiram colocar o primeiro satélite artificial no espaço, o Sputnik, que em rádios amadores dava pequenos bips, os americanos começaram a trabalhar melhor nesta área.
Anteriormente, as pesquisas aeronáuticas eram feitas pela Comissão Nacional de Assessoria Aeronáutica (NACA) e pesquisas com mísseis pela Força Aérea dos EUA. O primeiro satélite lançado por eles foi o Explorer 1, que foi capaz de verificar os cinturões Van Allen e os impacto dos meteoritos. Ele percorreu 58.000 órbitas e incendiou na atmosfera da Terra.
Mas em 1958, Dwight D. Eisenhower, presidente do país, na época, criou uma lei que regulamentou a criação de uma agência especializada no espaço. A NASA foi criada e substituiu a NACA. Desde então, realizou diversas missões interplanetárias, lançamento de satélites e enviou outros elementos para o espaço.
O programa Apollo foi realizado entre os anos de 1969 a 1972 e teve como objetivo realizar uma missão tripulada à Lua. Ao todo foram 17 missões, antes do projeto ser cancelado. Além dele, outros programas tripulados e não tripulados também foram realizados:
Programas Tripulados: Programa Mercury, Programa Gemini, Estações Espaciais (Skylab e Estação Espacial Internacional); Programas não Tripulados: Programa Mariner, Programa Pioneer, Programa Voyager, Programa Viking, Programa Helios, Programa Discovery, Envio do Telescópio Hubble, Programa Mars Exploration Rovers, etc.
As sondas espaciais, que são naves não tripuladas, começaram a ser enviadas desde o início dos projetos da NASA. À princípio as imagens não eram coloridas, mas atualmente, possuem uma qualidade bem superior. Confira informações sobre algumas sondas enviadas:
Os satélites artificiais são corpos criados pelo homem capazes de orbitar um determinado planeta do universo e auxiliam em diversas finalidades, dentre elas a de comunicação, meteorologia, para fins militares, astronômicos, etc. Confira alguns satélites artificiais lançados pela NASA:
Satélite de Observação de Televisão Infravermelho (Televisiona Infrared Observation Satellite - TIROS) - lançado na década de 60, o TIROS-1 foi o primeiro satélite meteorológico do mundo que aumentou a qualidade das imagens sobre previsão do tempo; Landsat - projeto criado inicialmente na década de 60, com as siglas ERTS, foi o primeiro programa a coletar dados sobre os recursos naturais do Planeta Terra. O Landsat-1 foi lançado em 1972; Sistema de Observação da Terra (Earth Observing System - EOS) - programa criado para o lançamento de satélites artificiais com o objetivo de observar a superfície terrestre. O primeiro satélite foi lançado em 1997. Telescópio Hubble - satélite não tripulado composto por um grande telescópio. Foi lançado em 1990.
Desde o governo de George W. Bush, em 2004, a intenção era realizar uma nova exploração espacial, desde que o programa Apollo foi cancelado. Uma das propostas era a de que em 2020 cientistas seriam levados para a Lua com o objetivo de se preparar para uma possível viagem à Marte. O ônibus espacial seria substituído por um Veículo de Exploração Tripulado, mais resistente, chamado Órion.
Nave Órion - nave criada com o objetivo de enviar astronautas para exploração à Marte, a Lua e a Asteróides. Essa nave fazia parte do Programa Constellation que foi cancelado, devido aos seus custos, mas o desenvolvimento da nave foi mantido e o primeiro teste não-tripulado dela foi realizado em 5 de dezembro de 2014.
A construção de estações espaciais que orbitassem a Terra já estavam nos planos dos americanos. Mas apenas em 1973 foi lançada a primeira estação norte-americana chamada Skylab que possibilitou descobrir se o homem poderia viver por longos períodos no espaço. Constatou-se, por exemplo, que em missões de 28 a 84 dias, os astronautas se sentiam indispostos. Isso poderia ser sintomas da chamada Síndrome de Adaptação ao Espaço. A estação foi destruída em 1979. Partes dela caíram no Oceano Índico e no oeste da Austrália.
Outra estação iniciada em 1998 foi a Estação Espacial Internacional (EEI), uma instalação de pesquisa coordenada pela NASA juntamente com as Agências Espaciais da Rússia, do Japão, do Canadá e da Europa.
O ônibus espacial (space shuttle), também conhecido como vaivém espacial, utilizava uma tecnologia que combinava um avião e um foguete e era um veículo reutilizável criado pela NASA para lançar satélites, realizar missões tripuladas e reabastecer a estação espacial. Em 1969, o projeto de construção foi apoiado pelo presidente Nixon e, na década de 70, a Nasa começou a desenvolver o primeiro ônibus espacial. O primeiro a ser enviado para o espaço foi o Columbia STS-1, em 1981. Após ele, foram construídos outros: o Discovery, o Endeavour, o Challenger e o Atlantis. Mas, devido alguns problemas técnicos que provocaram, foram aposentados em 2011. A partir desta data, a única nave segura para transporte tripulado foi a russa Soyuz, no qual os americanos utilizavam para viajar até a Estação Espacial Internacional. A Nave Órion foi criada para substituir o ônibus espacial.
A viagem para Marte é uma das metas da NASA para enviar seres humanos para viverem por um longo período no planeta. Inclusive, durante o governo de Barack Obama, no final de 2016, ele anunciou que antes de 2030, a NASA enviaria astronautas para Marte. Mas isso não é uma certeza de que eles cheguem primeiro, pois a proposta para viagens interplanetárias não é um objetivo apenas dos americanos, mas também de outras agências espaciais e organizações.
A partir das primeiras explorações do homem ao espaço, surgiu o desejo de explorar outros planetas. Entre as décadas de 40 e 50, o primeiro a propor uma viagem deste nível foi engenheiro Wernher von Braun - criador do foguete Saturno V que levou o homem à Lua - , em seu livro “Das Marsprojekt” (O Projeto Marte), de 1952 e obras posteriores. Ele já havia definido estratégias fazendo publicações neste sentido para enviar pessoas ao planeta vermelho. Tanto é que, a proposta inicial era a de enviar 70 pessoas em dez espaçonave - sendo que três naves de carga não retornariam. Posteriormente, outras modificações à proposta foram sugeridas.
Um relatório foi apresentado para a NASA em 1969 que aprovou e apoiou o projeto, mas logo quando foi feita a previsão dos gastos, este foi cancelado pelo presidente Richard Nixon, dando preferência para a criação do ônibus espacial. O cientista se tornou vice-administrador Associado de Planejamento da NASA, em 1970, aposentou-se dois anos depois, mas morreu em 1977.
Já no governo no presidente George W. Bush, em 2004, os americanos tinham planos neste sentido de colonizar os outros planetas encontrados, a partir da política nacional Vision for Space Exploration - Visão para Exploração do Espaço.
Durante as pesquisas de Von Braun, testes em Marte eram feitos analisando a superfície do planeta, com veículos comandados por controle remoto que enviavam imagens para a Terra. Inclusive, nessas análises foram encontrados gelo, melhores locais para pouso, etc. A partir daí, outros testes foram realizados, com foguetes, propulsores, bem como com humanos, a fim de descobrir se se adaptariam ao ambiente de Marte. Em agosto de 2016, por exemplo, a NASA realizou um teste de simulação, onde os participantes tiveram que viver em isolamento em um vulcão no Havaí.
Um dos principais desafios para que o homem possa habitar em outro planeta é se adaptar totalmente às condições ambientais do mesmo. O programa Constellation - cancelado em 2010 - previu uma nova viagem à Lua para testes e pesquisas e, inclusive, isso seria uma vantagem para futuras viagens à Marte. Dentre as principais barreiras estão:
Sobreviver aos efeitos fisiológicos e psicológicos (depressão e solidão); Sobreviver aos perigos da missão (ex.: radiação e gravidade zero); Vencer a distância. Atualmente, uma viagem a Lua pode ser feita em uma semana, mas para Marte duraria meses.
Bom, se todas as pesquisas levarem para o caminho esperado, o plano da NASA é enviar pessoas para viverem em Marte. Um relatório apresentado pelo órgão em outubro de 2016, chamado de ‘Jornada para Marte’, especificou alguns detalhes da viagem. A ideia é que as pessoas possam viajar para lá, trabalhar e aprender a se sustentar fora da Terra e por um longo período. É uma viagem só de ida, pois como demoraria meses para chegar um retorno rápido não seria uma opção vantajosa. Os terráqueos terão que aprender a viver de forma independente no planeta. Os primeiros selecionados deverão seguir para a Lua, ficando no espaço Cislunar, e de lá, partirão até o planeta vermelho.
Além da NASA, outras empresas planejam uma viagem para Marte: a SpaceX, de Elon Musk e o projeto do holandês Bas Lansdorp, “#Mars One”.
Textos produzidos por Stephanie Cristhyne A. da Silva