Cachorros GêmeosA classificação dos seres vivos ou classificação biológica ou científica é antiga e acredita-se que o primeiro a iniciá-la foi o filósofo grego Aristóteles.

Posteriormente, foi aprimorada e teve seu ápice no século XVIII, com os estudos de Carl Von Linné. Seus materiais foram de grande proveito para essa classificação.

Essa necessidade de reunir estes elementos deu origem a uma corrente filosófica chamada de fixismo, que foi muito criticada. Assim, Charles Darwin e Alfred Russel Wallace, criaram uma nova teoria para contestar a primeira, pois realizavam estudos sobre a evolução dos seres vivos. A comunidade científica aceitou essas teorias e passaram a ampliar os estudos sobre a origem da vida e incluir essas relações de parentesco dentro da classificação dos seres vivos.

Fixismo - teoria que acreditava que as espécies foram criadas por uma força divina e, portanto, permaneceriam do jeito em que foram criadas inicialmente, jamais havendo mudanças em sua descendência desde que o Planeta Terra foi formado.

Teorias da Evolução - um dos principais naturalistas que se apoiou nessas teorias foi Charles Darwin, que acreditava na teoria da evolução das espécies. De acordo com seus estudos, os seres humanos são descendentes de um ancestral comum, que vão se modificando com o tempo, ou seja, as espécies que existem hoje são fruto das espécies primitivas que evoluíram. Ainda, tomou como base, o método de seleção natural, no qual apenas as espécies que conseguiram se adaptar ao ambiente, sobreviveram.

É preciso entender que todos os seres vivos possuem um sistema de classificação. O ramo da ciência responsável por estudar as relações entre os seres vivos é a Sistemática e é a partir dele que os seres vivos são classificados. Ela é capaz de descrever a biodiversidade e procurar entender as relações filogenéticas entre os organismos.

A partir deste ramo, existe também a taxonomia e a filogenia. Essas duas áreas são estudadas pela sistemática.

Taxonomia e Filogenia

A taxonomia é conhecida como o sistema usado para classificar os seres vivos, dividindo-os em grupos ou reinos, conforme suas características semelhantes.

Não é fácil realizar esta classificação, por isso, vários critérios são levados em consideração para chegar até ela. Um bom exemplo, pode ser dado quando nos são apresentados dois cães idênticos. Será que há uma diferença entre os dois? E, será que há diferença entre um cachorro e um lobo? De acordo com a classificação dos seres vivos, os cachorros descendem de uma subespécie de lobo chamada Canis lupus, assim foi constatado que o ‘amigo do homem’ é um animal bem antigo!

A filogenia é a área que estudará as relações evolutivas das espécies, fazendo avaliações dos descendentes e ascendentes de determinados grupos de seres.

História da Classificação dos Seres Vivos

Aristóteles chegou a escrever um livro sobre a classificação dos Animais, ele considerava critérios como por exemplo, se os seres se moviam ou não.

Teofrastro, seu discípulo aprimorou seus estudos sobre as plantas, tanto é que foi chamado de Pai da Botânica. Ele dividiu as plantas de acordo com seu porte.

Com o passar do tempo, os biólogos tomaram outros critérios como base tais como o ambiente em que viviam, o habitat e até mesmo a evolução, por exemplo.

No início, colecionar e catalogar espécies se tornou tão comum que biólogos e pessoas de várias regiões desejavam se aventurar na classificação, um exemplo disso, foi o naturalista John Ray, um inglês que catalogou cerca de 18.625 espécies de plantas. Mas, de fato, quem revolucionou nesta história foi Carl von Linné que contribuiu com a criação de hierarquias, reinos e também com a nomenclatura binomial. O fato é que Lineu acreditava que as espécies haviam surgido de um ser divino e, portanto, eram imutáveis (fixismo) e muitos outros taxonomistas se baseavam nesta realidade. A partir das descobertas de Darwin, sobre a evolução das espécies, novas propostas de classificação começaram a surgir, pois suas teorias eram contrárias ao fixismo. Atualmente, os cientistas levam em consideração os princípios Darwinianos para a criação dos sistemas taxonômicos.

Dentre os nomes famosos que contribuíram para o desenvolvimento da classificação dos seres vivos estão Robert Hooke, Antonie van Leeuwenhoek, Carl von Linné, Charles Darwin, Alfred Russel Wallace, John Hogg, Ernest Haeckel, Herbert Copeland, Robert Harding Whittaker, Willi Henning e Carl Woese.

Contribuições de Carl von Linné

Categorias Taxonômicas

As categorias são uma forma de hierarquia presente dentro da classificação biológica. Elas foram publicadas por Lineu em seu livro Systema Natyrae e inicialmente eram cinco: reino, classe, ordem, gênero e espécie. Elas sofreram alterações ao longo do tempo, mas, foram separadas em sete categorias principais.

A primeira e a mais comum é a espécie, que são seres que se reproduzem naturalmente e produzem descendentes férteis. Os animais de uma mesma espécie são incluídos na categoria chamada gênero. E, aqueles que estão no mesmo gênero passarão a fazer parte de uma mesma família, que também são agrupadas dentro de ordens, depois classes, filos e os reinos.

Reino -> Filo* -> Classe -> Ordem -> Família -> Gênero -> Espécie

*Filo/Divisão - O primeiro termo é usado na classificação para animais. Já o segundo, para as plantas.

Além dessas categorias, existem também, outras que não são obrigatórias, tais como subfilo, superordem, infraclasse, superfamília, subordem, subgênero, subfamília, subespécie. Cada nível da hierarquia recebe o nome de táxon.

Cinco Reinos dos Seres Vivos

Na classificação de Lineu existem os reinos, que é a categoria taxonômica mais importante de uma classificação, cada um formado por filos com características comuns. Assim, inicialmente ele dividiu em três: Plantae, Animalia e Mineralia (excluído posteriormente). Esses reinos foram considerados até o surgimento de outros, um exemplo disso, foi a proposta de Whittaker, em 1959. Para ele, cinco reinos deveriam ser considerados: Fungi, Monera, Protista, Plantae e Animalia.

Além dessa classificação, outro método importante criado por Lineu foi a nomenclatura binomial.

Nomenclatura Binomial

A nomenclatura binomial é um sistema importante para a classificação dos seres vivos e é útil para nomear as espécies. Ela começou a ser estudada por Gaspard Bauhin e foi aprimorada por Carl von Linné, que criou regras para os nomes científicos das espécies. Normalmente, são utilizados dois nomes escritos em latim, que devem estar em itálico.

A partir do século XIX, surgiram um conjunto de regras para padronizar os nomes científicos, o Código Internacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN), Código Internacional de Nomenclatura Botânica (ICBN) e Código Internacional de Nomenclatura de Bactérias (ICNB).

Vírus

Os vírus são seres capazes de infectar células de organismos vivos. Eles não entram dentro desta classificação e, portanto, são estudados de forma separada.

Textos produzidos por Stephanie Cristhyne A. da Silva