homem escritórioO brasileiro é considerado um dos mais empreendedores do mundo. Muitas vezes, cansado de trabalhar na área privada e sem vontade de prestar concursos públicos para concorrer às vagas no Estado, esses futuros empresários arriscam em busca do próprio negócio.

Apesar desse dado, na maioria dos casos, ele não consegue uma capacitação profissional para garantir o sucesso de seu negócio. Quando há insegurança sobre que rumo tomar, o empreendedor pode decidir investir no negócio próprio ou em uma franquia. Essa decisão depende do seu perfil e de quanto deseja lucrar com seu negócio.

O significado do termo empreendedorismo é usado para definir o ato de iniciar um negócio próprio, mas também é usado por pessoas que promovem grandes mudanças. Abrir uma empresa não é algo tão fácil, pois a pessoa trabalhará mais que os outros, terá mais preocupações e responsabilidades e pode até ganhar menos do que ganhava quando era assalariado. Entretanto, poderá ter controle sobre seus horários, pode realizar planos que por ventura tenha feito e não terá mais um chefe.

Após a escolha de um formato e qual atividade será desenvolvida, deve-se estabelecer qual será o ramo de atuação. O lucro de sua empresa dependerá da atividade que foi escolhida para ser desenvolvida. O empreendedor deve estar atento aos 4 Ps, que seriam o propósito, processo, pessoas e prazer. O 'propósito' é o motivo para investir naquele negócio. O 'processo' é como será feito, a forma de vender e comprar e os demais procedimentos. As 'pessoas' englobam não só os clientes como também os funcionários que realizam os diversos processos de produção. O 'prazer' é algo que deve ser estabelecido pelo próprio empreendedor que deve gostar do trabalho que realiza.

Plano de Negócios

O plano ajuda na busca de informações sobre o ramo escolhido, a concorrência, os produtos oferecidos, clientes e principalmente os aspectos positivos e negativos de seu negócio e isso auxilia o empreendedor a verificar se sua ideia é viável. O plano de negócios descreve os pontos que devem ser abordados para a garantia de seus objetivos e dessa forma diminuir as chances de que seu negócio não dê certo. Permite que você antecipe os possíveis erros para que não cometa esses erros no mercado.

Primeiramente, deve-se definir o conceito e as características do negócio. Nesse passo, é definido o conceito de mercado, concorrência, sistema produtivo, sistema de organização, divulgação e outros aspectos relevantes. O segundo passo é verificar as funções fundamentais de seu negócio que têm como base três passos: a produção, a venda e organização. O terceiro passo é estabelecer um plano de ação onde serão definidos outros três aspectos: atividades fundamentais, cronograma e responsabilidades. O plano de ação deve ser objetivo e direto. O último passo é a realização de um orçamento onde serão definidos o valor do investimento, qual será o faturamento inicial e quais serão as contas a pagar. O orçamento será subdividido em orçamento de investimento, orçamento operacional e orçamento de caixa.

O plano de negócios irá ajudá-lo a decidir se aquele negócio pode ser concretizado ou não. Ele deve ser elaborado preferencialmente por você, pois ele será feito especialmente para o seu negócio e terá mais confiança nas informações que colheu. Se seu conhecimento sobre o ramo de atuação for muito alto, maior será a efetividade do plano de negócios. As informações são o ponto principal de todo plano de negócio para que o conhecimento sobre o setor que pretende investir seja o maior possível.

Programas para Negócio Próprio

As pessoas desconhecem formas de obter um subsídio do governo para iniciar o seu negócio, sendo que essa ajuda é uma maneira de financiar o sonho de ser seu próprio patrão. Se você deseja começar um novo negócio, mas está sem dinheiro para financiar o projeto, você pode buscar uma forma de solicitar subsídios do governo. Foram criados programas que auxiliam o empreendedor a iniciar seu negócio sem que tenha um grande capital de giro. O Simples Nacional e Micro Empreendedor Individual são exemplos de programas que melhoram esse processo.

Para se obter subsídio do governo, o empreendedor deve verificar todas as ofertas do governo, pois há muitos programas específicos para certas áreas da economia e ele deve analisar o que oferece mais vantagens para a empresa que deseja abrir. O importante também é conhecer todos os programas e se certificar de que os benefícios oferecidos beneficiam um pequeno negócio. Os Micro empreendedores pessoa física ou as pessoas autônomas podem conseguir linhas de crédito específicas junto ao Programa de Geração de Emprego e Renda (PROGER) ou fundos constitucionais.

A burocracia para a realização do registro de empresas é algo que ajuda na informalidade de grande parte dessas empresas. Para o registro, são necessários vários procedimentos que são feitos em diferentes lugares e exigem a locomoção e dedicação do tempo do empresário. E, apesar das dificuldades, que são consequência do próprio negócio, o sonho das pessoas é o que impulsiona a maioria dos empreendedores.

Simples Nacional

É um serviço tributário do Governo Federal que beneficia as Microempresas e as Empresas de Pequeno Porte desde julho de 2007. Para o Simples Nacional, é considerada como uma micro empresa, o empresário ou pessoa jurídica que tenha, a cada ano, a receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00. Já a empresa de pequeno porte é aquela onde a pessoa física ou jurídica tenha a cada ano a receita bruta superior a R$ 240.000,00 e igual ou superior a R$ 2.400.000,00.

O Simples Nacional unificou o regime tributário para esse tipo de empresa e modificou às relações de trabalho, o acesso ao crédito e à justiça, entre outros. Abrange diversos tributos e todos os municípios participam de forma obrigatória no programa, sendo uma forma que aglutinar diversos tributos e contribuições.

Micro Empreendedor Individual (MEI)

É um programa do governo federal para as pessoas que trabalham por conta própria. Para se enquadrar, é necessário que o faturamento seja até R$ 36.000,00 por ano, não ser sócio ou titular de outra empresa e possuir um empregado que receba o salário mínimo ou que corresponda à categoria.

Para que o trabalhador informal fosse legalizado, foi criada a Lei Complementar n° 128, de 19/12/2008. A vantagem mais significante dessa Lei é o registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), que proporciona a abertura de contas bancárias, pedidos de empréstimos e a emissão de notas fiscais. O empreendedor individual pode ser enquadrado no Simples Nacional e fica isento de diversos tributos federais. Além disso, poderá gozar de vantagens como a cobertura previdenciária, ausência de burocracia, redução da carga tributária, emissão do alvará pela internet, dentre outros.

Como Investir no Negócio

mesa negóciosA maior dificuldade enfrentada por quem busca seu próprio negócio é a falta de dinheiro para investir no negócio. Dessa forma, ocorre a busca por investimentos onde não há tanta exigência de capital. As pessoas não investem tanto porque têm medo dos riscos que essas ações podem trazer; a falta de confiança é outro fator que dificulta esse trabalho. Entretanto, se não correrem o risco, é mais difícil o crescimento e a expansão de seu negócio. No mercado, há muitas empresas financeiras dispostas a oferecer crédito, além de programas de incentivo ao empreendedor e taxas de juros mais competitivas. 

Nem sempre um negócio de sucesso surge de um grande investimento: o investidor deve fazer uma ampla pesquisa de mercado, para verificar a disponibilidade de um negócio sem muito investimento e que lhe traga retorno. Isso se torna possível, pois há muitas linhas de créditos oferecidas por bancos e financiadoras que oferecem juros baixos. Há empréstimos cujo pagamento é feito em até 12 meses para as pequenas e micro empresas e ofertas de linhas de crédito que auxiliam na compra de computadores, equipamentos e máquinas, com a possibilidade de pagamento por um ano.

Muitos bancos aceitam como garantia para o empréstimo o carro ou sua casa e, às vezes, é a única maneira de conseguir capital para investir. Até quem decide optar pelo ramo de franquias pode encontrar uma forma de reduzir os gastos iniciais. Há convênios de bancos com franquias, o que as torna mais baratas e acessíveis a que não possui tanto capital de giro.

SEBRAE

Surgiu em 1972, para estimular o empreendedorismo no Brasil. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) é uma entidade sem fins lucrativos e promove a competitividade e a sustentabilidade de empresas de pequeno porte. Seu trabalho ganhou força com a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, em 2006. A lei reuniu nas esferas federais, municipais e estaduais uma série de estímulos que auxiliam essas empresas.

O trabalho do SEBRAE é dar apoio aos empreendedores que compõem a economia brasileira e que são ávidos por um aprimoramento na gestão de sua empresa e, principalmente, necessitam de uma análise das condições do mercado em que irão atuar.

O SEBRAE os ajuda a tomar decisões que tenham o menor número de riscos para que sua empresa seja um sucesso. Ele atua nos três pilares da economia brasileira: agronegócio, comercio e serviços e indústria. O SEBRAE atua em quatro áreas consideradas principais para o crescimento dos micro e pequenos empreendimentos: a criação de um ambiente de trabalho mais favorável, acesso à tecnologia e as inovações do mercado, ampliação dos serviços financeiros e acesso diversificado ao mercado. O órgão utiliza diversas formas de atendimentos como cursos, consultorias, treinamentos, palestras, seminários, etc.

Um dos aspectos criados com essa nova legislação é o Simples Federal, pois reduziu a burocracia, a carga de impostos e os custos operacionais. As leis reforçam o papel do SEBRAE de incentivar os negócios de pequeno porte e seu incentivo na formalidade do setor. O SEBRAE avalia que de cada dez empresas criadas, apenas duas seguem funcionando depois de 5 anos. Os problemas mais comuns para a mortalidade das empresas são a falta de capital de giro, falta de clientes, problemas financeiros, maus pagadores e a falta de crédito bancário.

O SEBRAE oferece oportunidades para o empreendedor com a oferta de capacitação por meio de cursos, seminários, palestras e oficinas. São oferecidas consultorias que auxiliam nos planos de negócio e ajudam a estabelecer diagnósticos sobre a situação da empresa. As consultorias podem ser solicitadas nos postos de atendimento do SEBRAE e o empresário pode solicitar informações técnicas que ajudem na gestão de sua empresa. Além dos recursos oferecidos, o órgão aproxima as instituições financeiras das micro e pequenas empresas.

Riscos do Negócio Próprio

As dificuldades iniciais ocorrem por despreparo do empreendedor e na sua expectativa em relação ao seu negócio. O SEBRAE afirma que cerca de 70% das empresas morrem em seu primeiro ano. As principais razões apontadas para a falência de muitos negócios são, em sua maioria, razões financeiras e pessoais. Deve-se realizar um bom plano de negócios a fim de ter uma manutenção de seu empreendimento e ter um bom contador para aqueles que não sabem lidar com os trâmites burocráticos.

Abrir seu próprio negócio é uma atividade que pode não ter chances de sucesso. Mais de 50% das empresas de pequeno porte fracassam em seu ano abertura e 95% não superam os primeiros 5 anos. Para quem já abriu o negócio e está enfrentando dificuldades, a saída pode ser a realização de uma consultoria que pode ser feita no SEBRAE e estabelecer metas que auxiliem a empresa a seguir no rumo certo.

Além da ideia sobre o negócio que se deseja abrir, é necessário obter um conhecimento sobre finanças, administração e mercado para que seu negócio se torne viável. Qualquer projeto está passível a riscos. Entretanto, através de um conhecimento maior sobre planejamento e administração de empresas, as chances do fechamento da empresa são menores.

Uma péssima gestão do dinheiro da empresa pode levá-la à falência, assim como a falta de uma visão ampla da situação do mercado. Os problemas pessoais também são motivos para os transtornos com algumas empresas, pois interferem diretamente nos negócios e é um problema que costuma ocorrer com mais frequência nos empreendimentos familiares. Um erro muito comum é não calcular com precisão o tempo que levará para que ocorra o retorno do dinheiro investido. A ansiedade se torna inimiga nessa parte, pois é consequência da falta de planejamento. Uma ideia fundamental não é tudo para um negócio dar certo, o investimento também se faz necessário.

Os riscos de um negócio próprio podem ser divididos em duas categorias:

Risco diversificável: Aquele onde há a possibilidade de evitá-lo com a realização de estratégias e ações direcionadas. Problemas que ocorrem devido o próprio negócio. Dificuldades como o fornecedor e pagamentos são exemplos desse tipo de risco.

Risco não diversificável: Risco que não há como evitar. Uma catástrofe repentina que afete um país é um risco que não há como ser imaginado.

É comum associar o negócio próprio à palavra risco, mas ele faz parte do processo e não tem a devida atenção por parte do empreendedor. O brasileiro não lida muito bem com frustrações, que são muito comuns no mundo empresarial. O empreendedor deve saber lidar com problemas que irão aparecer e deve fazer isso da melhor forma possível.

O negócio próprio é o sonho de muitos brasileiros; entretanto, é algo que exige não só tempo e dinheiro, e sim muita dedicação do empresário e uma profunda análise do mercado. Um grande número de negócios não dão certo, pois a maioria das pessoas não estava preparada para a entrada no mundo dos negócios. Qualquer atividade exige um planejamento e se faz necessário dedicar uma parte do seu tempo para que a chance de riscos seja bem menor.

Registre sua Empresa

CalculadoraUma empresa formal tem mais chances de conseguir subsídios do governo, fechar parcerias e acesso à linhas de crédito. Além disso a segurança de quem trabalha de forma legalizada é bem maior. A legislação de uma empresa vai depender da legislação que é adotada em cada estado e é algo essencial para quem busca abrir seu próprio negócio. Para se ter uma empresa no Brasil é necessário essencialmente obter o registro na prefeitura, no estado, na Receita Federal e na Previdência Social.

O registro de legalidade é retirado na junta comercial de seu estado ou no cartório de registro de pessoa jurídica. Nese momento, a empresa já existe, mas ainda não pode funcionar. Para fazer o registro é necessária uma lista de documentos que podem variar dependendo do estado. Na Junta Comercial ou no Cartório, há como verificar se já há uma empresa com seu nome. Os preços e prazos cobrados para abrir a empresa dependem da Junta Comercial de cada estado. Após o registro, será entregue ao proprietário o NIRE (Número de Identificação do Registro de Empresa).

Com o NIRE, é necessário que o proprietário dê entrada no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas) junto à Receita Federal. O cadastro é feito pelo site do órgão, e ao realizá-lo é necessário escolher qual atividade será exercida pela empresa criada. A classificação de sua atividade é importante para a tributação e fiscalização da empresa. Com o CNPJ, o empreendedor deve comparecer à prefeitura para solicitar o alvará de funcionamento. Esse documento é uma licença que autoriza que seu negócio possa funcionar e é autorizado pela prefeitura ou administração de seu estado.

Para que seja feita a tributação da empresa, o cadastro é feito junto à Secretaria Estadual da Fazenda. A inscrição estadual é obrigatória para alguns setores da economia e necessária para que se possa obter inscrição no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Depois que é concedido o alvará de funcionamento, a empresa pode entrar em funcionamento, mas ainda faltam duas etapas para que ela esteja devidamente registrada: cadastro na previdência social e aparato fiscal.

O cadastro na previdência deve ser feito mesmo que a empresa não tenha funcionários. Ela deve se cadastrar na previdência social para pagar os respectivos tributos e para cumprir com suas obrigações trabalhistas. Depois, é necessário solicitar a autorização para imprimir notas fiscais e autenticar livros fiscais - esse serviço é feito na prefeitura de sua cidade. Após o aparato fiscal ficar pronto, a empresa poderá funcionar legalmente.

Quem decide não formalizar sua empresa corre muitos riscos. O setor informal obtém uma produção menor pela falta de acesso às cartas de crédito e empréstimos no banco. Também sofre pela falta de incentivo e o medo constante da fiscalização. Além disso, a informalidade afeta o crescimento e desenvolvimento do país e contribui para a perda de investimentos, corrupção e irregularidades.

A falta de clientes é apontada como um motivo para muitas empresas informais, sendo que a concorrência também é apontada como um problema para quem deseja formalizar seu empreendimento. Analistas apontam que uma organização maior das políticas governamentais para as pequenas empresas ajudariam a diminuir o número de empresas informais. Ações como redução de impostos, melhor oferta de crédito e redução da burocracia são aspectos que podem diminuir o número de empresas informais.

Textos produzidos por Aline Gonçalves de Oliveira

Revisados por Cristiana Chieffi