A intoxicação alimentar aparece quando um indivíduo ingere água ou alimentos contaminados por vírus, bactérias, fungos e outros microorganismos. Uma pessoa começa a ter diversos sintomas devido às toxinas expelidas por eles. Existem várias formas de adquirir uma intoxicação. Dentre elas estão quando você não lava as mãos e consome um alimento ou quando o alimento entra em contato com fezes de animais, por exemplo.
Para evitar os sintomas indesejados dessa doença, é importante se prevenir e cuidar corretamente da alimentação. Seguindo algumas dicas, principalmente quando for consumir alimentos fora de casa, será mais difícil contraí-la.
Alerta: É uma doença arriscada para crianças e idosos e pessoas que estejam com a saúde debilitada.
Intoxicação e infecção alimentar parecem a mesma coisa, porém há diferença em alguns sintomas, no tempo de incubação e no tipo de microorganismo que contaminou o alimento. Na intoxicação, a bactéria (ou outro microorganismo) presente no alimento é capaz de formar toxinas e contaminar o alimento com a toxina. Então, uma pessoa ingere um alimento contaminado com toxinas. O tempo de incubação é mais curto, ou seja, em questão de minutos ou horas já se consegue perceber os sintomas.
Na infecção, por exemplo, o alimento será consumido com bactérias (ou outros microorganismos) que tenham capacidade de causar a doença no organismo. Quando chegam no intestino, ocorre a sua proliferação, provocando os sintomas característicos. Os sintomas da infecção já podem levam um tempo maior para aparecer. Por exemplo, existem bactérias causadoras de infecção que levam 6 semanas para que sintomas apareçam no corpo.
A alergia alimentar também pode ser confundida com a intoxicação. Mas, a alergia é causada pelo nosso organismo. Nosso sistema imunológico reage a ingestão de determinado alimento que mesmo em poucas quantidades é capaz de causar sintomas como vômitos, coceiras, inchaços, manchas, diarreias, e, inclusive, trazer risco de vida por meio da anafilaxia - reação perigosa no qual a vítima pode ter sintomas mais graves, como por exemplo, dificuldade para respirar (por causa do inchaço na garganta) e até coma, quando ocorre um choque anafilático.
Obs.: Se não tem conhecimento de alergia, é importante fazer exames específicos para começar a cuidar do problema.
É o tempo (que pode ser de minutos, horas ou dias) entre o consumo do alimento e o surgimentos dos sintomas. Esse tempo dependerá do que foi consumido, da quantidade e do microorganismo. Por exemplo, na intoxicação, os sintomas costumam aparecer de forma mais rápida. Já na infecção demoram mais, pois os microorganismos podem levar mais tempo para se multiplicar dentro do sistema digestivo. Há microorganismos que se fixam às células da parede do intestino e multiplicam-se, outros soltam apenas toxinas que caem na corrente sanguínea e outros podem se instalar nos tecidos do corpo.
É a quantidade de agente que foi ingerida para provocar os sintomas. Os efeitos dependerão das características do agente causador (bactéria, vírus, fungos, etc.).
Os sintomas mais comuns da doença são vômito, diarreia, náusea, dor abdominal, dor de cabeça, febre, calafrios, fraqueza, dor muscular e desconforto. Caso perceba alguns ou todos esses sinais, procure um profissional de saúde para indicar o tratamento adequado.
A contaminação de um alimento ocorre, geralmente, com a manipulação e armazenamento incorreto de determinado alimento. A maionese, por exemplo, se não for refrigerada da forma correta pode ser um esconderijo para os microorganismos se instalarem. Outros exemplos comuns são os ovos, a água, leite e derivados, carne crua, sobremesas e alimentos preparados com margarina, óleo e gordura (alimentos mistos).
Em locais de difícil acesso e onde o saneamento básico ainda não chegou, é comum ser contaminado através da água. Independente do que façam com água (lavar as mãos, cozinhar, lavar alimentos), como ela não é filtrada, os microorganismos se instalam e contaminam as pessoas.
Um animal que contém microorganismos em sua carne. Se esta não for preparada de forma correta, os microorganismos permanecem na carne e ao consumí-la são transportados para o nosso corpo.
As mãos de uma pessoa podem contaminar um alimento. Isso acontece quando, ao chegar da rua ou mesmo em casa, consumimos qualquer alimento sem lavar as mãos.
Ingerir substâncias tóxicas de plantas e animais que contenham veneno são prejudiciais para o homem. Um exemplo disso, são os frutos do mar, plantas e cogumelos.
Os frutos do mar devem ser observados com cuidado, pois algumas formas de preparo são insuficientes para matar os microorganismos. Muitas vezes, eles não alteram o sabor da comida e o indivíduo acaba consumindo sem saber. Pescados e mariscos podem ter toxinas perigosas. Isso porque, os peixes consomem microorganismos que se instalam em sua carne. Dentre as toxinas venenosas estão a histamia, o tetraodon e a ciguatera.
Plantas venenosas são perigosas e podem levar a morte. Dentre elas estão comigo-ninguém-pode, a mandioca-brava e a mamona.
Outras plantas venenosas: bico de papagaio, camará, espirradeira e saia-branca.
Alerta: em situações como essa, recomenda-se procurar o serviço de saúde mais próximo. Leve também a planta que foi consumida junto com você.
Há espécies de cogumelos venenosos que para pessoas comuns não são fáceis de identificar. Mesmo realizando o cozimento, ele não perde o veneno. Dentre as espécies perigosas estão Amania phalloides, Clitocybe e Inocyve.
Dependendo da origem, o ser humano pode ter intoxicação ou infecção. Ele terá sintomas específicos, bem como um período diferente de incubação para a doença se manifestar no organismo. A doença ocorre principalmente por bactérias; vírus - que necessitam de um hospedeiro vivo para se multiplicar; e, por vermes e protozoários - aqueles que habitam no organismo de animais e humanos.
A Brucelose ou “Febre de Malta”, cuja bactéria causadora é a Brucella, é uma doença transmitida, geralmente, por laticínios não pasteurizados. Normalmente, uma pessoa adquire fazendo a ingestão de leite ou derivados que contenham a bactéria. Existem três espécies de cocobacilos que podem contribuir para a intoxicação o B. Abortus (bovinos), B. Melitensis (caprinos) e B. Suis (suínos).
Sintomas comuns: dor muscular, febre e calafrio.
Período de incubação: cerca de 5 a 30 dias.
O Botulismo é um tipo de intoxicação perigosa causada pela bactéria Clostridium Botulinum. Ela pode estar presente em alimentos que foram mal enlatados ou mal conservados e também devido a um preparo e industrialização incorreta. Mas, há outras formas de contaminação.
Sintomas comuns: constipação, cólicas abdominais, irritabilidade, cansaço, dificuldade para engolir e falar, visão turva e, em casos mais graves, paralisia.
Período de incubação: cerca de 12 a 72 horas.
A Cólera é uma doença que pode ser transmitida por meio de alimentos (frutos do mar, legumes, frutas, grãos, etc.) ou água contaminada. Ela é causada pela bactéria Vibrio cholerae que libera uma toxina (CTX) que se instala nas paredes do intestino, interferindo em seu funcionamento. Se não for tratada, o indivíduo correr risco de vida.
Sintomas comuns: diarreia aquosa, letargia, boca seca, sede em excesso, pressão baixa, irritabilidade, desidratação.
Período de Incubação: pode ser em horas ou em cerca de 5 dias.
Tipo de bactéria presente, por exemplo, no trato intestinal dos animais. Os alimentos são contaminados pela Clostridium Perfringens por meio das fezes deles ou do solo. Mesmo cozinhando a carne que contém a bactéria, esta pode sobreviver, pois ela libera esporos que resistem ao cozimento e se proliferam quando são resfriados.
Sintomas comuns: cólica abdominal, náusea, diarreia.
Período de Incubação: cerca de 6 a 24 horas.
A Escherichia Coli é uma bactéria encontrada no intestino dos seres humanos, animais, no ambiente e em alimentos. Dentro dos seres humanos costuma ser inofensiva, mas pode causar problemas quando existem grandes quantidades dela no organismo. Quando a bactéria surge de ambientes externos (água ou alimentos contaminados) é capaz de originar doenças como a gastroenterite, infecção urinária, colecistite, meningite, peritonite, dentre outras.
A Estafilocócica é uma doença causada pela bactéria Staphylococcus aureus. Alguns alimentos podem ser portadores da bactéria, tais como cremes e leites refrigerados ou guardados de forma incorreta, sanduíches e carnes prontas. A pessoa contaminada também pode transmiti-la via oral ou através das mãos durante a preparação ou manipulação de alimentos.
Sintomas comuns: diarreia, náusea, vômitos e dores no abdômen.
Período de Incubação: cerca de 2 a 6 horas.
A Listeriose é uma doença que afeta, em especial, mulheres grávidas e recém-nascidos. Ela é causada pela bactéria Listeria monocytogenes, presente geralmente em comidas cruas (peixe, carnes ou vegetais crus ou mal cozidos), alimentos processados (queijos), além das fezes de animais e no solo.
Sintomas comuns: febre, dores musculares, diarreia, náusea. Quando atinge o sistema nervoso pode-se ter torcicolo, confusão mental, convulsão e dor de cabeça.
Período de Incubação: cerca de 3 a 70 dias.
A Salmonelose, cuja bactéria é a Salmonella, pode estar presente em aves, carnes, ovos e no leite. Quando o tratamento é feito de forma correta, a vítima não corre riscos, mas pode ser perigosa em crianças, idosos e pessoas com a saúde debilitada.
Sintomas Comuns: vômitos, diarreia intensa, febre, arrepios, dor de cabeça e dor abdominal.
Período de Incubação: entre 8 e 48 horas.
A Hepatite A pode ser transferida por alimentos e a água. Em locais onde não há saneamento é uma doença comum que pode infectar outras pessoas. Os primeiros sintomas costumam se manifestar após 30 dias.
Sintomas Comuns: náuseas, vômitos, febre, fezes claras, falta de apetite, urina escura e fadiga.
O Rotavírus é uma doença que atinge principalmente crianças, sendo sua forma de transmissão comum de uma criança para outra por meio do contato com mãos, fezes e objetos contaminados. Os bebês, ao contraírem o vírus, podem ficar desidratados rapidamente, tendo que ser hospitalizados e, até correndo risco de vida.
Sintomas Comuns: diarreia e vômitos intensos, dor abdominal e febre.
Período de Incubação: cerca de 1 a 3 dias.
O causador da Giardíase é o protozoário Giardia lambia que é transmitido para o organismo por meio de água, alimentos, objetos e contato com as fezes infectadas. O protozoário pode aparecer na forma de Trofozoíto, no qual vive e se reproduz no hospedeiro; ou, Cistos que representam sua forma resistente e infectante, no qual, em contato com o hospedeiro dissolvem e liberam os parasitas no organismo.
Sintomas Comuns: diarreia aquosa, náuseas, dor abdominal e flatulência.
Período de Incubação: cerca de 1 a 4 semanas, mas existem pessoas que não possuem sintomas.
O causador da Criptospordíase é o parasita coccídio Cryptosporidium parvum e C. Hominis. Ele se instala no lúmen do intestino e se reproduz. As principais formas de contaminação são por meio de água e alimentos contaminados.
Sintomas Comuns: vômitos e diarreias que costumam ser mais severos em crianças e portadores de HIV.
Período de Incubação: varia de dias a duas semanas.
O verme causador da Triquina é o Trichinella Spiralis. A principal forma de contaminação acontece pelo mal cozimento da carne. A carne de porco é um dos exemplos disso. Depois que o verme entra do organismo, se reproduz rapidamente e se tornam adultos.
Sintomas Comuns: vômito, diarreia, perda de apetite e cólica. Porém, quando a doença está avançada, o indivíduo pode apresentar manchas pretas no corpo, dores musculares e inchaço nas pálpebras e no rosto.
A Difilobotríase, chamada de Doença do Peixe Cru, surge a partir do verme Diphyllobothrium latum, considerado a ‘tênia dos peixes’. Peixes que foram cozidos de forma incorreta ou peixes crus que carregam as larvas podem transmitir a doença. A larva pode chegar a mais de 10 metros no intestino de um indivíduo. Os sintomas não são facilmente perceptíveis, exceto se a infecção estiver grave.
Sintomas Comuns: dor abdominal, fadiga, tontura, fome e indigestão.
O tratamento correto para intoxicação deve ser recomendado por um médico. Portanto, quando possuir qualquer um desses sintomas, procure ajuda especializada.
Se souber que está com intoxicação, procure comer alimentos leves, tais como chás, frutas, verduras (banana, maçã, cenoura, abobrinha) e legumes, canja e beber muita água.
Ovos, frutos do mar, alimentos mal enlatados, carnes cruas, peixes, molhos, leite não pasteurizado, dentre outros.
As ervas medicinais podem ser um ótimo aliado para o tratamento da intoxicação alimentar, pois existem aquelas capazes de eliminar as toxinas (agrião, bardana, douradinha, rosa branca, etc.), amenizar a disenteria (alecrim, aroeira, bambu, romã, etc.) e evitar o enjoo (camomila, erva-doce, funcho, hortelã, sempre-viva, etc.).
Para prevenir a intoxicação alimentar, é necessário tomar certos cuidados quando for consumir algo fora de casa ou mesmo durante o armazenamento e preparo de determinado alimento no lar.
Quando for se alimentar fora de casa, é necessário observar três aspectos:
Para armazenar os alimentos de forma correta é necessário estar atento à algumas dicas:
Os alimentos devem ser preparados com cuidado. Por isso, é importante, higienizar bem as mãos (antes de se alimentar ou para preparar uma refeição) e todos os utensílios que forem utilizados para fazer a comida. Confira outras dicas:
Tive uma intoxicação alimentar durante a minha gravidez. O que faço agora? O risco dependerá muito do microorganismo que a afetará e o mais importante é, assim que descobrir que se trata de uma intoxicação, procure um médico.
As grávidas devem seguir orientações especiais para sua alimentação, caso contrário, uma intoxicação alimentar poderá colocar em risco a vida do bebê. A Listeriose é um exemplo de doença que pode acarretar na morte dele no útero ou em um aborto espontâneo. Por isso, uma recomendação é seguir todas as regras para consumir, comprar, armazenar e preparar alimentos.
A alimentação infantil é essencial para que as crianças cresçam saudáveis. Agitadas como são, costumam colocar tudo o que encontram pelo caminho na boca e ainda, sem lavar as mãos. Com essa falta de cuidado alinhada ao organismo, que é muito frágil, as chances de contrair uma doença são muitas. Por esse motivo, os pais são os responsáveis por cuidar da alimentação dos pequenos e inspecionar tudo que estão ao seu redor.
Quando as crianças ficam longe dos pais, em creches, por exemplo, a alimentação também muda. Os alimentos oferecidos em creches ou escolas podem ameaçar a saúde delas. Uma dica é comprar uma lancheira, preparar o alimento da criança para que ela possa levá-lo.
Os alimentos industrializados também são uma das causas de intoxicação alimentar infantil. Muitos pais, devido a correria do dia a dia, trocam os alimentos caseiros pelos industrializados.
Tanto fora, quanto dentro de casa, as crianças podem ter sua alimentação prejudicada. Por isso, é essencial preparar bem os alimentos para elas. Quando já estiverem consumindo alimentos sólidos, as frutas são indicadas e devem ser cozidas e amassadas. Após 2 ou 3 semanas, pode-se alimentá-la com papinhas salgadas. Procure prepará-la com alimentos frescos e evite comprar papinhas industrializadas.
As crianças costumam ser bastante afetadas pela intoxicação alimentar. Pode-se perceber isso, durante o intervalo que ela consumiu algum alimento e a chegada de sintomas característicos. Se souber qual foi o ingrediente que causou isso, é preciso tirá-lo do alcance da criança. Mas, caso ela somente comece a apresentar sintomas como diarreias, náuseas e dores abdominais não automedique-a. Para mais dicas, é interessante consultar um pediatra que passará todas as opções de tratamento possíveis. É importante manter a criança hidratada. O soro caseiro poderá ajudar muito nesse período.
Dentre as intoxicações comuns em crianças estão o Rotavírus, causada por um vírus. Além dela, uma criança também pode ser intoxicada por produtos químicos ou por bactérias.
Textos produzidos por Stephanie Cristhyne A. da Silva