O Parnasianismo foi um movimento que teve grande impacto na poesia brasileira. Ele foi inspirado na França, fruto de “O Parnaso Contemporâneo”, uma antologia poética lançada em 1866. No Brasil, o marco deste estilo ocorreu em 1882, com a publicação do livro de poesias “Fanfarras”, de Teófilo Dias. O movimento se destacou por rejeitar as lamentações e lágrimas, sendo uma crítica ao romantismo. Ainda, procurou valorizar a razão, utilizava temas universais e palavras cultas.

O Realismo e o Naturalismo (dedicados à prosa) também prevaleciam neste período. Além disso, ele foi influente até 1922, com o surgimento da Semana de Arte Moderna. Os principais escritores deste período foram Olavo Bilac, Raimundo Correia e Vicente de Carvalho.

Já o Simbolismo, surgiu na França, no final do século XIX, como um movimento contrário ao Naturalismo e o Realismo. No Brasil, teve início com as obras "Missal" e "Broquéis" de Cruz e Souza, cuja publicação ocorreu em 1893. O homem do período buscava fugir da realidade e procurava se confortar através do meio espiritual e místico. A emoção prevaleceu, porém, envolta pelo drama vivido na época. O simbolismo priorizava aquilo que não era racional, a imaginação, a musicalidade, o uso de figuras de linguagem, o individualismo, etc.

Parnasianismo

Olavo Bilac

Olavo Bilac (1865-1910) encantou os brasileiros com suas poesias. Apesar de ter cursado Medicina, Direito e trabalhado em outras áreas, seu maior prazer estava na produção literária. Ele nasceu no Rio de Janeiro, cursou as graduações citadas, trabalhou como jornalista, inspetor, crítico e ainda fundou a Liga de Defesa Nacional. Além disso, foi um dos que fundou a Academia Brasileira de Letras.

Ele sempre se atentava ao ritmo dos poemas, era republicano e nacionalista. Além disso, era boêmio e acreditava na obrigação dos homens em prestar serviço militar. Uma das obras que o tornou mais conhecido foi a chamada “Poesias”, lançada em 1888.

Além das poesias, que possuíam características emotivas e eróticas, ele escreveu livros didáticos, livros infantis e crônicas. Tentou se esconder em Minas Gerais, mas, quando retornou ao Rio de Janeiro foi preso durante o governo do Marechal Floriano Peixoto, por ser contrário à presidência. A revista "Fon-Fon" o considerou o “Príncipe dos Poetas Brasileiros” e um dos fatos interessantes que aconteceu com o escritor foi que ele bateu seu carro em uma árvore na Estrada da Tijuca, e este foi o primeiro acidente automobilístico do país.

Obras de Destaque

• Poesias (1888);
• Crítica e Fantasia (1904);
• Conferências Literárias (1906);
• Ironia e Piedade, crônicas (1916).

Raimundo Correia

Raimundo Correia (1859-1911) era um maranhense que nasceu em um navio com rota para São Luís, no Maranhão. Ao longo de sua vida, realizou o curso secundário no Rio de Janeiro e se formou na Faculdade de Direito de São Paulo. Porém, a sua história com a poesia começou com a produção do livro "Primeiros Sonhos". Ele tinha como inspiração seu tio que também criou um livro de poesias, mas seu estilo estava baseado em mitologia e antigas civilizações.

Ele publicou o "Sinfonias", publicado em 1883, composto pelo poema “As pombas”, que o fez ser conhecido como ‘o poeta das pombas’. Além disso, com essa publicação tornou efetiva sua participação no Parnasianismo. Além de poeta, trabalhou como Promotor de Justiça, Juiz Municipal, em diversas áreas da Administração Pública e escreveu texto para jornais e revistas.

Características da Poesia

Ele adotou o pessimismo em algumas de suas obras e passou por uma transição, ora com poemas no estilo romântico, parnasiano e ora simbolista.

Obras de Destaque

• Primeiros Sonhos (1879);
• Sinfonias (1883);
• Versos e Versões (1887);
• Aleluias (1891).

Vicente de Carvalho

Vicente de Carvalho (1866-1924) foi um paulista que ao longo de sua vida trabalhou em diversas áreas. Ele cursou Ciências Jurídicas e Sociais, na Faculdade de Direito de São Paulo, formando-se em 1886 e teve várias atribuições: fazendeiro, advogado, juiz de direito, ministro do Tribunal de Justiça do Estado, jornalista, redator de revistas (Ideia e República) e escritor. Tinha um estilo de vida boêmio e era republicano.

Em 1885, lançou seu primeiro livro “Ardentias”, além de outras obras. Seu título mais importante foi “Poemas e Canções”, de 1908, cujo prefácio foi escrito pelo seu amigo Euclides da Cunha.

Obras de Destaque

• Ardentias (1885);
• Relicário (1888);
• Poemas e Canções (1908);
• Versos e Prosa (1909);
• Páginas Soltas (1911).

Simbolismo

João da Cruz e Sousa

João da Cruz e Souza (1861-1898), também conhecido como Dante Negro (Cisne Negro) foi um dos que iniciou este movimento literário no Brasil. Nascido em Florianópolis e filho de negros alforriados teve boa educação, graças aos senhores ricos que lhe ajudaram.

Defendia o fim da escravidão e que o Parnasianismo fosse incluído nos jornais. Ao morar no Rio de Janeiro, colaborou com jornais. Dentre suas obras publicadas estão "Missal", "Broqueis" e "Tropos e Fantasias". Ao descobrir que tinha tuberculose, mudou-se para o interior e faleceu, aos 36 anos. Após sua morte foram publicadas outras obras.

Obras de Destaque

• Tropos e Fantasias (1885);
• Missal (1893);
• Broqueis (1893);
• Últimos Sonetos (1905);
• Evocações (1898);
• Faróis (1900).