Caderno Poesias BrasilA poesia brasileira é marcada pelos movimentos literários, assim, cada poeta tem seu estilo que pode ser romântico, simbolista, pré-modernista, realista, etc. Dentre os poetas mais populares estão Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Castro Alves, etc. Confira a lista dos poetas brasileiros e a biografia dos que mais se destacaram na cultura brasileira.

Poetas do Romantismo

Castro Alves

Castro Alves (1847-1871) está classificado na lista dos melhores poetas brasileiros que produziu poesias para a terceira fase do romantismo, chamada de condoreirismo. Ele nasceu na Bahia e foi em Salvador que conseguiu produzir seus primeiros textos. Morou em Recife, na adolescência, e tentou cursar Direito. Ele era contra a escravidão e a favor da República, tanto é que fez parte de movimentos neste sentido.

Abordou em suas obras temas como justiça, abolicionismo e liberdade. Algumas de suas obras famosas estão “Espumas Flutuantes” (1870) e “Os Escravos” (1883 - onde está presente um de seus poemas mais famosos, “O Navio Negreiro”).

Outro fato curioso que aconteceu na vida do poeta foi que ao participar de uma caçada, este sofreu um acidente e teve sua perna amputada. Em virtude de uma tuberculose, o poeta faleceu em 1871. Ele foi homenageado com a cadeira nº 7 da Academia Brasileira de Letras.

Gonçalves Dias

Gonçalves Dias (1823-1864) fez parte do movimento do romantismo, em sua primeira fase, conhecida como nacionalismo ou indianismo. Com isso, ele marcou a literatura brasileira. Dentre as principais características de suas obras estão as paisagens do Brasil e também a presença dos indígenas, como guerreiros, ao contrário do homem branco, que é citado como um explorador.

O poeta nasceu no Maranhão e foi para Portugal, a fim de cursar Direito, na Universidade de Coimbra. Além disso, fez parte da “Gazeta Literária” e do “Trovador”, iniciando seu estilo romântico. O período em que esteve fora do país, produziu sua obra mais importante, chamada “Canção do Exílio”.

Em 1845, voltou para o Brasil e teve Ana Amélia como uma de suas inspirações para a produção literária, mas não casou-se com ela, devido ao preconceito da família, por ele ter uma mãe mestiça. O poeta trabalhou como caixeiro, escriturário, jornalista e professor. Ao ficar doente em 1862, foi para a Europa se tratar, mas ao voltar para o país, seu navio naufragou e ele foi o único a morrer, em 1864. Dentre as obras importantes estão “Segundos Cantos”(1848), a “Meditação” (1850) e “Os Timbiras” (1857).

Casimiro de Abreu

Casimiro de Abreu (1839-1860) investiu no romantismo como estilo para seus poemas. Além disso, uma das homenagens recebidas foi que ele teve a cidade que abriga o distrito em que nasceu, Barra de São João, chamada pelo seu nome. A cidade localiza-se no Rio de Janeiro.

Em 1853, foi para Portugal e neste país escreveu várias obras. Voltou ao Brasil, em 1857. Tornou-se amigo de Machado de Assis, sendo selecionado por ele como um dos patronos da Academia Brasileira de Letras. Ele também adquiriu tuberculose e acabou falecendo por causa da doença em 1860. Suas obras se tornaram mais famosas, principalmente, após sua morte. A obra mais popular do poeta é “As Primaveras” (1859), um conjunto de seus poemas.

Álvares de Azevedo

Álvares de Azevedo (1831-1852) é caracterizado por apresentar obras pessimistas e românticas. Seu estilo de vida era boêmio, assim como a de outros escritores da época, e que também foram atingidos pela tuberculose. Por isso, ele teve uma período de vida muito curta, tendo adquirido a doença e um tumor. Faleceu aos 21 anos, em 1852.

Durante sua vida, ele cursou Direito, em São Paulo, aprendeu vários idiomas e escreveu poemas. Dentre as obras de Azevedo estão “Noite na Taverna” (1855), “Poema do Frade” (1862), “Macário” (1855), “Lira dos Vinte Anos” (1853), dentre outras.

Poetas do Pré-Modernismo

Augusto dos Anjos

Augusto dos Anjos (1884-1914) foi um dos poetas que marcou o Pré-modernismo. Escreveu e reuniu parte de suas obras no livro chamado “Eu”, de 1912, único publicado antes de falecer. Após sua morte, foi transformado no livro “Eu e Outras Poesias”. Suas obras tinham um estilo pessimista, melancólico e o autor buscava se aproximar da realidade. Num primeiro momento, mostrou características do Simbolismo e Parnasianismo.

Ele nasceu em 1884, na cidade de Sapé (antigo Engenho Pau d'Arco), na Paraíba, se formou em Direito e foi professor.

Poetas do Modernismo

Manuel Bandeira

Manuel Bandeira (1886-1968) foi um professor, crítico literário e um dos famosos poetas brasileiros. Seus poemas possuem um estilo lírico, com temas do dia a dia. Uma de suas contribuições para a Semana de Arte Moderna de 1922, foi a leitura de um de seus poemas “Os Sapos”, já que não pôde comparecer. Seu primeiro livro de poesias foi “A Cinza das Horas” (1917). O autor ingressou na Academia Brasileira de Letras, em 1940.

O poeta nasceu em Recife (PE), mas viveu no Rio de Janeiro. Em 1904, iniciou Arquitetura na Escola Politécnica de São Paulo. Para tratar sua tuberculose morou em algumas cidades da serra de São Paulo e na Suíça. Faleceu com 82 anos, no Rio de Janeiro.

Oswald de Andrade

José Oswald de Souza Andrade (1890-1954) representou a cultura brasileira, juntamente com a pintora Tarsila do Amaral. Ele lançou o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, de 1924, criando também o livro de poemas com o nome Pau-Brasil. Outro texto importante foi o Manifesto Antropofágico (1928), publicado na Revista da Antropofagia. Em 1929, alguns fatos marcaram a vida do poeta tais como a separação de Tarsila e a perda de seu dinheiro. Ele se apaixonou pela militante Patrícia Galvão, mas não permaneceu com ela.

Oswald nasceu em São Paulo, cursou Direito, em 1909; criou um semanário “O Pirralho”, em 1911. Criou o jornal “Papel e Tinta” e auxiliou da organização a Semana de Arte Moderna de 1922, com Mário de Andrade e Anita Malfatti, seus amigos. O autor faleceu aos 64 anos.

Mário de Andrade

Mário de Andrade (1893-1945) enriqueceu o modernismo com a produção de seus poemas. Ele foi um dos que iniciou o movimento e, inclusive, auxiliou na organização da Semana de Arte Moderna de 1922. Ele nasceu em São Paulo e estudou no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, além disso, também foi professor da instituição. Ele foi um pianista sensacional.

Seu primeiro livro de poemas foi publicado em 1917, com o nome de “Há uma Gota de Sangue em Cada Poema”, utilizando o pseudônimo de Mário Sobral. Outras obras lançadas pelo poeta estão “Amar, Verbo Intransitivo”, de 1927, um romance que retratava famílias de São Paulo; “Macunaíma”, de 1928, um dos mais famosos; e, sobre música, surgiu o “Ensaio sobre a Música Brasileira”, de 1928. Mário faleceu aos 51 anos.

Cecília Meireles

Cecília Meireles (1901-1964) nasceu no Rio de Janeiro e após a morte da mãe ficou sob os cuidados de sua avó. Seus primeiros poemas começaram a ser escritos quando ainda tinha 9 anos de idade. O primeiro livro publicado foi “Espectros”, em 1919. Ela trabalhou como jornalista, professora e na Rádio Ministério da Educação. Foi responsável pela fundação da primeira biblioteca infantil do Brasil, em 1934, no Rio de Janeiro.

A poetisa deu aulas tanto para o primário, quanto para universidades, no Brasil e exterior. Trabalhou como jornalista nos jornais “A Manhã” e na revista “Observador Econômico” e apesar de aposentada, trabalhou na Rádio Ministério da Educação. Foi casada, em 1922, e teve três filhas, mas seu marido cometeu suicídio. Casou novamente em 1940, com um professor e engenheiro.

Quando Cecília iniciou a produção de suas obras, tinha características modernistas, mas também de diversos outros movimentos literários. Dentre suas obras famosas estão “Viagem” (1939), “Ou isto ou aquilo” (1964) e “Romanceiro da Inconfidência” (1953). Além disso, ela ganhou o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras e o Prêmio Machado de Assis.

Mario Quintana

Mário Quintana (1906-1994) foi um poeta que nasceu em Alegrete, no estado do Rio Grande do Sul. Se destacou por escrever textos profundos e irônicos. Aliás, começou a produzí-los, quando morava em Porto Alegre, sendo um de seus primeiros livros de poesias “A Rua dos Cataventos”, de 1940. Outro título famoso do escritor foi o “Antologia Poética”, de 1966. Ele trabalhou na Editora Globo, na farmácia do pai, como tradutor e como jornalista.

O poeta não se casou, também não teve filhos e ainda costumava morar em hotéis. Ele não ingressou na Academia Brasileira de Letras, mas recebeu premiações de lá e também, o Prêmio Machado de Assis. Ele faleceu em 1994, na capital do Rio Grande do Sul.

Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), sem dúvida, foi um dos escritores de sucesso da literatura nacional. Suas obras continham versos livres e ele costumava escrever sobre a cidade em que nasceu, Itabira, em Minas Gerais. Ele formou-se em Farmácia, em Ouro Preto (MG), sendo que não chegou a exercer a profissão. Além disso, criou “A Revista” com amigos para fornecer informações sobre o modernismo. Ele se casou, em 1925 e teve uma filha.

Drummond viveu também no Rio de Janeiro, onde passou maior parte de sua vida, para trabalhar na Administração Pública, como funcionário do gabinete do ministro da Educação, além de atuar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Ainda foi professor e redator de jornal. O primeiro livro de poesias do autor foi “Alguma Poesia”, lançado em 1930. Antes disso, em 1926, ele teve também um de seus mais populares poemas publicados na Revista de Antropofagia, "No Meio do Caminho".

Pode-se citar outras obras tais como “Confissões de Minas”(1944), “Brejo das Almas” (1934), “Sentimento do Mundo” (1940), etc. O poeta faleceu em 1897, doze dias após o falecimento da filha, na qual era muito apegado. Uma das homenagens feitas foi a criação de uma estátua que está no banco da Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

Vinícius de Moraes

Vinícius de Moraes (1913-1980) nasceu no Rio de Janeiro e desde pequeno já mostrou seu talento para a música e a poesia. Em 1933, se formou na Faculdade de Direito do Catete (atual Faculdade Nacional de Direito - UFRJ) e, posteriormente, foi estudar língua e literatura inglesa na Universidade de Oxford, na Inglaterra, por ter ganhado uma bolsa. Ao retornar ao Brasil, em 1941, tornou-se crítico de cinema, no jornal “A Manhã” e em 1943 foi aprovado no concurso do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Em 1946, conquistou o cargo de vice-cônsul, nos EUA. Mas, na década de 50, retornou ao Brasil por causa da morte de seu pai, porém ainda viajou para Paris e Roma, em reuniões diplomáticas. Em 1968, foi afastado de seu cargo e aposentado por causa da Ditadura Militar. Na poesia, seu primeiro livro foi publicado em 1933, “O Caminho para a Distância”. Além dele, publicou romances, canções com outros artistas, como Tom Jobim, e poesias.

Cora Coralina

Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (1889-1985), utilizou o nome Cora Coralina para assinar suas obras, ficando conhecida dessa forma. Ela foi uma poetisa que trouxe através de suas poesias o dia a dia de seu município. Ela nasceu na Cidade de Goiás e começou a escrever aos 14 anos. Ela não chegou a concluir os estudos, mas se dedicou para ingressar na literatura. Era uma mulher humilde que se empenhou no cuidado com os filhos e além disso, era uma doceira.

Em 1910, assinou seu conto “Tragédia na Roça”, com o pseudônimo Cora Coralina. Se casou, teve seis filhos e passou a morar na cidade de São Paulo com o marido. Apenas aos 67 anos retornou à Goiás. Seu primeiro livro foi publicado somente em 1965, quando tinha 76 anos, com o nome de “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”. Osvaldino Marques e Carlos Drummond de Andrade a citaram com uma das mais importantes poetisas do seu estado, assim, suas poesias se tornaram mais conhecidas. Ela faleceu em 1985.

Textos produzidos por Stephanie Cristhyne A. da Silva