Criança Lendo HistóriasEra uma vez... As histórias infantis fazem parte da infância de qualquer pessoa. São histórias contadas, recontadas, que passaram por várias gerações, e ainda assim, não perderam o brilho. Mesmo com as mudanças ocorridas no mundo continuam a cativar e encantar milhões de crianças.

Não se sabe exatamente quando surgiram essas primeiras produções de textos que ainda são conhecidas atualmente. O hábito de contar histórias veio do momento em que o ser humano, já consciente de sua existência e de suas vivências, decidiu relatar os acontecimentos de sua vida a outras pessoas, geralmente essas histórias tinham como característica principal, algum tipo de aprendizado ou descoberta que fosse útil aos demais. As histórias que mais prendiam a atenção conseguiam sobreviver ao serem contadas de uma geração para outra.

Mas tudo mudou quando alguém resolveu registrar as histórias, que contadas várias vezes por pessoas diferentes acabavam sendo modificadas. Além de registrar as histórias antigas, novas histórias foram sendo escritas.

A literatura infantil foi apresentada como gênero literário no século XVII, período em que a sociedade passava por diversas mudanças, que acabaram influenciando o meio artístico. Nessa época, a burguesia ascendeu como classe, criando uma nova relação da criança com a sociedade e dando importância da educação. No século XVIII, foi reconhecido que a criança é um ser diferente do adulto, que precisa de cuidados especiais e tem necessidades e características próprias. Sua educação então passou a ser ministrada de forma diferente, lhe ajudando futuramente a lidar com a vida adulta.

Origem dos Contos

AladdinUma das histórias mais antigas, vem de uma coleção de contos árabes intitulada Mil e Uma Noites (Alf Lailah Oua Lailah), escritos mais ou menos entre os séculos IX e XIII. Possui uma estrutura diferenciada, a qual o final de uma história é ligada ao início da próxima. Dessa forma, aquele que escuta a trama fica ansioso pela continuação (esse método pode ser observado nos seriados de tv).

Essa coleção de contos, eram histórias populares originárias do Oriente Médio e sul da Ásia, que foram escritas em árabe. A obra passou a ser conhecida no ocidente, após sua tradução começar a ser feita pelo francês Antoine Galland, em 1704, durando até 1717, se transformando num clássico mundial.

Não existe uma versão original definida, mas o que se pode encontrar em todas as versões é que se trata de uma sequência de contos narrados por Sherazade, esposa do rei persa Shariar. A história conta que Shariar após ser traído por sua primeira esposa, mandou matá-la e toda noite passava com uma esposa diferente, mandando-as matar sempre na manhã seguinte. Mas ao casar-se com Sherazade, para se livrar do destino cruel, ela lia todas as noites para o rei contos que só continuavam na noite seguinte. Devido a ligação das histórias a esposa conseguiu prender a atenção do rei por mil e uma noites, sendo poupada da morte.

Entre os mil e um contos, o mais conhecidos são: Aladim e a Lâmpada Maravilhosa, Ali-Babá e os Quarenta Ladrões, Simbad e O Mercador e o Gênio. Ao fim das mil e uma noites, Sherazade, que já tinha dado à luz a três filhos do rei, pediu-lhe que não a matasse por amor aos filhos. O rei, reconhecendo a dignidade de Sherazade, lhe perdoa. Ficando então a metáfora traduzida por Sherazade: a liberdade se conquista com o exercício da criatividade.

Literatura Infantil

Ainda nos primórdios da literatura, pelo conhecimento científico sobre a realidade e a vida ser muito escasso, o “mágico” e o “fantástico”, ocupavam o lugar da lógica. A fantasia era utilizada muitas vezes para ensinar, como é o caso das fábulas. Por causa de tanta magia e misticismo, essa literatura antiga se transformou na literatura infantil, uma vez que atraía naturalmente as crianças.

A fantasia é o elemento mais importante para a literatura infantil. Por meio das emoções que as histórias proporcionam às crianças, o simbolismo que está inserido no enredo age sobre o inconsciente, ajudando a resolver conflitos comuns nessa fase. O dualismo do bem e do mal, do belo e do feio, do poder e da pobreza, ajuda a criança a entender o mundo que a cerca, e os valores básicos da moral.

A literatura infantil introduz o ser humano no mundo literário, um meio onde se pode transformar e enriquecer a realidade. É também uma forma de manifestação da cultura e de ideologias. É recente a aceitação da sociedade, que a literatura é capaz de formar uma consciência da vida e cultura da sociedade. As histórias podem ser classificadas de acordo com a idade e as áreas de interesse da criança.

Faixa Etária – 1 a 2 anos

Nessa fase, a criança começa a perceber o mundo. Os movimentos são muito importantes, pois o gestual e a voz chamam sua atenção. É a fase onde os sentidos começam a ser trabalhados. A história não vai influenciar muito, por isso deve ser simples e curta. É interessante usar fantoches, mudar o tom de voz e fantasiar a história. Se for de algum livro, ele deve conter grandes figuras e simples, com poucos traçados e bem coloridas, outra sugestão é escolher livros confeccionados com materiais diferentes, como: pano, madeira, plástico, borracha. O sentidos serção trabalhados, então a criança vai querer tocar o fantoche, as gravuras do livro e o narrador.

Faixa Etária – 2 a 3 anos

Nesta fase, deve-se prestar atenção na entonação. A história ainda continua simples e rápida, de preferência com poucos personagens. Há um grande interesse por animais falantes, brinquedos e seres da natureza. Os fantoches ainda podem ser usados. A música pode começar a ser usada porque ela cria um ritmo para a história. A criança começa a pensar que todo aquele cenário e os personagens fazem parte do mundo real.

Faixa Etária – 3 a 6 anos

Nesta fase, a criança já tem uma percepção do mundo diferenciada. O livro deve ser bastante ilustrado, com pequenos textos a serem lidos pelo o adulto, para que a criança comece a compreender que há o mundo real, representado pelas figuras e o mundo das palavras, que serve para nomear o real. Já deve ter como elemento característico o humor ou o suspense. Contos de fadas tais como: “Os três porquinhos”, “Cachinhos de ouro”, "Patinho Feio”, por serem simples com o mínimo de personagens, são adequadas às crianças de 3 e 4 anos. Já “Chapeuzinho Vermelho”, “João e Maria", “Pequeno Polegar”, podem ser contadas para crianças de 4 a 6 anos.

Etária – 6 a 7 anos

Nessa fase os contos mais complexos já podem ser trabalhados. Histórias que envolvam mais personagens e que também tenham magia. Pode-se utilizar frases mais compridas, porém simples, pois a criança está entrando no processo de alfabetização. É uma ótima fase para trabalhar poesia, palavras e sílabas. Histórias como “Branca de Neve e os Sete Anões”, “Cinderela”, “João e o Pé de Feijão”, “Pinóquio”, podem ser contadas para estimular a fantasia e a criatividade.

Principais Autores Infantis

La Fontaine (1621 – 1695)

Jean La Fontaine nasceu em uma pequena cidade da região de Champagne, chamada Chateau-Thierry, durante a Idade Moderna. Filho de um inspetor de águas e florestas, estudou teologia em Paris. Por gostar muito de literatura, Jean escreveu contos, poemas e fábulas.

Ficou conhecido após publicar um livro chamado “Fábulas Escolhidas”, em 1668. No livro, havia 124 fábulas, eram histórias de animais que, sempre ao final, continha um lição de moral. La Fontaine resgatou fábulas do grego Esopo e do romano Fedro, e também criou suas próprias, as mais conhecidas são “A formiga e a cigarra” e “A raposa e as uvas”.

Em 1654, entrou para o mundo da literatura. Até 1694, foram lançadas mais 11 coletâneas. No prefácio da primeira coletânea, deixou uma mensagem para os seus leitores: “ Sirvo-me de animais para instruir os homens”. Em 1695, La Fontaine morreu e foi considerado o pai da fábula moderna. Até hoje seus ensinamentos são passados para pessoas de diversas idades.

Charles Perrault (1628 – 1703)

Bela Adormecida DVDCharles Perrault nasceu em 12 de janeiro de 1628, na capital francesa, Paris. Aluno dedicado, formou-se em direito, no ano de 1651 e foi um dos criadores da Academia Francesa de Ciências. Em 1671, foi convidado para participar da Academia Francesa de Letras. Perrault ficou conhecido após publicar histórias populares e com uma linguagem simples, que faziam parte do folclore europeu.

Seu livro mais famoso é o “Contos da Mamãe Gansa”, que foi publicado em 1697. Nele havia os contos “A gata borralheira”, “O gato de botas”, “Chapeuzinho vermelho”, “Barba Azul”. O livro chama a atenção pelo fato de os personagens principais, apesar de pequenos e indefesos, vencerem o mal usando a inteligência. É notável o confronto entre o bom e o mau, os bonitos e feios, os fortes e os fracos. Foi com esta obra que Perrault inaugurou o gênero conhecido por “Contos de Fadas”.

Perrault, membro da alta burguesia, escrevia de forma simples e fluente, suas histórias eram adaptações de outras histórias, mas que continham discretamente conceitos morais. Quase 200 anos depois, suas histórias seriam re-escritas por dois irmãos, tornando-se conhecidas mundialmente. Perrault faleceu em maio de 1703.

Irmãos Grimm – Jacob (1785 - 1863) e Wilhelm Grimm (1786 - 1859)

Hanau, Alemanha, 1785. Nasceu Jacob Grimm, um ano depois veio Wilhelm Grimm (1786). Os irmãos abandonaram o curso de direito para se dedicar à literatura e em 1830 eram professores em uma Universidade na Alemanha. Estudiosos, os irmãos Grimm eram filósofos, historiadores, narradores e conhecedores da língua e mitologia alemã. Por serem contrários ao rei que governava, os irmãos Grimm e mais cinco professores foram demitidos da Universidade de Göttingen, em 1837. Após 4 anos, foram convidados a lecionar na Universidade de Berlim.

Os irmãos decidiram pesquisar e ouvir as histórias, iam atrás de camponeses, amigos e conhecidos, no intuito de recolher a maior quantidade possível de histórias populares, lendas e sagas germânicas, todas estas conservadas pelo tempo e pela tradição oral. Foram nessas histórias que encontraram a fantasia, o lúdico e o misticismo. E foi desse mundo surreal que originaram-se as histórias infantis. Diferentemente das histórias de Perrault, a violência dá lugar ao humanismo.

As histórias passadas de geração em geração, na tradição oral, não eram destinadas às crianças, mas sim aos adultos. Com a compilação das histórias, o irmãos Grimm adaptaram partes do texto para o público infantil, já que a história tinha um conteúdo mágico e fantástico. O primeiro manuscrito foi concluído em 1810 e contava com 51 histórias. Na primeira edição foi intitulada “Histórias das crianças e do lar”. Na quinquagésima edição, esta qual os autores ainda estavam vivos, continha 181 narrativas, todas elas predominavam a esperança, o amor e a confiança. Algumas histórias coincidiram com as de Perrault, por causa da temática europeia.

Um exemplo da diferença das histórias contadas pelos Grimm e por Perrault, pode ser vista na história de Chapeuzinho Vermelho. Na versão de Perrault, o lobo devora a avó e a menina, sem nenhuma esperança de final feliz, já na narrativa dos Grimm, o caçador abre a barriga do lobo, retirando a avó e a neta, e no lugar delas põe pedras e costura a barriga do lobo. É visível que em todas as histórias dos irmãos sempre há uma mensagem positiva e o bem sempre triunfa no final. Por mais que o mundo real não seja assim, com esse pensamento, ele mantém viva nas crianças a esperança de algo melhor.

Acredita-se que os irmãos Grimm decidiram colher todas essas histórias a fim de que a tradição do país fosse conservada, pois oralmente se perdia muitos detalhes; às vezes, histórias inteiras eram esquecidas. Esse ato acabou incentivando outros pesquisadores de outros países a fazerem o mesmo e assim preservar as histórias de cada povo. Os irmãos Grimm morreram em Berlim, Wilhelm em 1859 e Jacob em 1863.

Hans Christian Andersen (1805-1875)

Pequena SereiaFilho de sapateiro e vindo de um família pobre, Hans Christian Andersen nasceu em 2 de abril de 1805. A família, que tinha apenas um quarto como moradia, não atrapalhou a vida e carreira de Andersen, que desde cedo aprendeu a ler e gostava de ouvir histórias. Aos 14 anos, foi morar em Copenhague, onde trabalhou como bailarino e ator. Em 1828, entrou na Universidade de Copenhague; com 23 anos, já publicava livros de romances adultos.

Andersen só passou a ser reconhecido publicamente com a divulgação de suas histórias infantis. As mais conhecidas foram: “O patinho feio”, “O soldadinho de chumbo”, “A pequena sereia” e “João e Maria”. Por ter sido uma criança desajeitada e alta demais para a sua idade, dizem que “O Patinho feio” foi inspirado na sua própria infância. Através de suas histórias, era trabalhado o comportamento cristão, os valores éticos e morais e direitos iguais entre os homens. Nos anos de 1835 a 1842, foram lançados seis volumes de "Contos Infantis". Em 1875, Andersen faleceu em Copenhague.

Foi considerado o precursor da literatura infantil mundial. No dia de seu aniversário, 2 de abril, é comemorado o Dia Internacional do Livro Infanto-Juvenil. Entre os prêmios internacionais, o mais importante leva o seu nome, a medalha Hans Christian Andersen. O prêmio é dado pela International Board on Books for Young People – IBBY.

Lewis Carroll (1832-1898)

Em 27 de janeiro de 1832, nasceu Charles L. Dodgson. Filho de um pastor protestante, Dodgson teve uma educação bastante religiosa, pois o pai estimava que o filho fosse seguir a mesma carreira, o que não aconteceu. Entrou para a Universidade de Oxford e em 1855 foi convidado para lecionar Matemática. Foi professor em Oxford até 1881.

Seus primeiros livros abordavam conteúdos matemáticos, como Geometria e Álgebra, porém um área específica lhe interessava, a lógica matemática. Logo que descobriu seu interesse por lógica e jogos para testar a razão, publicou livros sobre o assunto, entre eles “The game of logic” em 1887 e Symbolic Logic em 1896. 

Foi a filha mais velha do seu grande amigo que lhe inspirou a escrever Alice no País das Maravilhas, livro que seria publicado em 1865. Dodgson adotou então o nome Lewis Carroll para assinar as obras literárias, reservando o verdadeiro apenas para as publicações científicas. Após o sucesso da publicação de Alice no País das Maravilhas, Lewis escreveu Through the Looking Glass em 1871 e The Hunting of Snark em 1876.

Lewis Carroll morreu no dia 14 de janeiro de 1898 em Guildford, Inglaterra.

Monteiro Lobato (1882 – 1948)

José Bento Monteiro Lobato nasceu em 18 de abril de 1882. Seu primeiro contato com a literatura foi com os contos que escrevia para jornais estudantis em Taubaté. Formou-se em direito, em 1904 venceu um concurso literário promovido pelo Centro Acadêmico de XI de Agosto. Seu gosto pela leitura veio da vasta biblioteca que seu avó tinha em casa. No ano de 1907, assumiu a promotoria de Areias, cidade do interior. Em 1918, Lobato lançou seu primeiro livro "Urupês", no mesmo ano, mudou-se para São Paulo e fundou a primeira editora brasileira “Monteiro Lobato & Cia”, dando início ao movimento editorial brasileiro.

Em 1920, lançou seu primeiro livro infantil “A menina do narizinho arrebitado”. É no público infantil que Lobato depositou suas esperanças em um mundo melhor; seus livros eram escritos de forma especial porém, sem serem infantilizados. O resultado é conhecido tanto por crianças, quanto por adultos, que é o Sítio do Pica-pau Amarelo. Nele, encontramos o real mesclado ao imaginário. Os personagens reais como Dona Benta, Tia Anastácia, Narizinho e Pedrinho tem a mesma importância dos personagens surreais como Emília, Visconde de Sabugosa e Cuca.

Lobato ainda exerceu um papel muito importante como tradutor, pois através dele, o Brasil teve obras como “Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carroll, “Novos Contos” de Hans Andersen e “Contos de Fadas” de Perrault. Além das traduções e adaptações, Lobato tem várias obras originais, entre elas estão: “O Saci”, “Aventuras do Príncipe”, “Fábulas do Marquês de Rabicó”, “Memórias de Emília”, “As caçadas de Pedrinho”. No dia 4 de julho de 1948, o escritor faleceu por causa de um derrame.

Sua obra é constituída por 30 volumes. Monteiro Lobato foi o precursor da literatura brasileira. No dia 18 de abril, aniversário de Lobato, comemora-se o Dia Nacional do Livro Infantil.

Clive Stapples Lewis (1898 - 1963)

Crônicas de NarniaAutor de umas das histórias infantis mais comentadas da atualidade, Clive Stapples Lewis nasceu na Irlanda em 29 de novembro de 1898. Lewis desde criança teve acesso a milhares de livros que a biblioteca particular de sua família possuía. Sua mãe faleceu quando ainda tinha 10 anos, o que contribui mais para se isolar no mundo da leitura, onde as histórias infantis, repletas de fantasia, eram sua companhia. Na adolescência, entrou em contato com a histórias sobre mitologia nórdica o que lhe provocou bastante o interesse.

Lecionou no Magdalen College de 1925 a 1954, e de 1954 até o ano em que faleceu, foi professor em Oxford. Lá conheceu alguns escritores famosos, tais como J. R. R. Tolkien, T. S. Eliot e Owen Barfield. Em 1936, publicou um livro chamado A Alegoria do Amor: um Estudo da Tradição Medieval.

Cristão frequentador da Igreja Anglicana, Lewis atuou como um disseminador do Cristianismo; em seus livros e suas palestras, ele apresentava sua crenças nas Escrituras Sagradas e em Deus. Apesar de vários livros publicados, em 1950 escreveu uma série de fábulas iniciando com “O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa”. C.S. Lewis faleceu em 22 de novembro de 1963.

Em Crônicas de Nárnia, Lewis utiliza da leveza para usar sua temática cristã. Ao contrário de outro autores que fazem a abordagem do mesmo tema, ele não se dirige diretamente a Deus, mas usa de subterfúgios para falar Dele, que é a criação de uma criatura ao mesmo tempo mística e divina: o leão dourado Aslan. Sua forma de escrever é ágil e divertida, o que facilita a leitura para as crianças.

Ziraldo (1932)

Nascido em 24 de outubro de 1932, em Caratinga, Minas Gerais, Ziraldo se tornou um renomado ilustrador e escritor brasileiro. Desde criança, Ziraldo cultivava o hábito de ler e na escola já acumulava notas altas. Seu nome vem da combinação dos nomes de seus pais Zizinha e Geraldo.

Sua carreira iniciou nos anos 50; na época, começou a trabalhar em jornais e revistas. Nos anos 60 que seu trabalho como escritor cresceu. Ziraldo é conhecido como um artista múltiplo: escritor, ilustrador, jornalista, chargista, caricaturista, ele faz de tudo um pouco, desde cartazes de filmes, a uma simples capa de revista. A criação do jornal “O Pasquim” marcou sua carreira, pois o jornal manifestava seu inconformismo na época da ditadura no Brasil.

Foi no ano de 1969, que publicou seu primeiro livro infantil FLICTS, que conta a história de uma cor que não encontrava seu lugar no mundo. O livro é repleto de imagens e cores e possui poucas palavras. Foi em 2004 que o sucesso de Flicts teve resultado, Ziraldo ganhou o prêmio internacional Hans Christian Andersen.

O auge na literatura infantil foi em 1980 com a criação de O Menino Maluquinho, personagem infantil que fez parte da infância de milhões de crianças. O livro posteriormente foi adaptado para o teatro, cinema e web. Em 1989, tirinhas em quadrinhos e revistinhas passaram a ser publicadas. Aos 70 anos de idade, foi convidado para participar de um documentário, o qual abordaria sobre sua vida e obra, “Ziraldo, profissão cartunista”.

Maurício de Sousa (1935)

Turma MônicaPaulista, nascido na cidade de Isabel (interior de São Paulo), Maurício passou a infância em Mogi das Cruzes e aos 17 anos mudou para a capital, na esperança de conseguir trabalho de desenhista na imprensa. Não conseguiu emprego e a única vaga disponível era de repórter policial, vaga a qual se candidatou e passou, assumindo o posto em 1954. Trabalhou por 5 anos nessa área, antes de começar a publicar suas tiras no jornal.

Foi assim que surgiu o Capitão Picolé, o cãozinho Bidu e o cientista Franjinha (seus primeiros personagens). Em 1959 foram publicadas as primeiras tirinhas de Bidu e Franjinha. Logo após, vieram outras tiras com novos personagens: Cebolinha, Piteco, Chico Bento e Penadinho. Somente em 1970, é que surgiu a Turma da Mônica, com novos personagens e os mais conhecidos: a Mônica, o Cebolinha, a Magali e o Cascão. A história se passou no Bairro do Limoeiro e tem como inspiração suas filhas e lembranças de sua infância. Há outros personagens conhecidos também, como Chico Bento, Pelezinho, Horácio, Tina e tantos outros.

Atualmente os gibis do Maurício de Sousa são os mais vendidos no Brasil, ultrapassando a casa dos milhões. A Turma da Mônica possui parque temático no Rio de Janeiro e em São Paulo e é publicada em 126 países. Maurício desenvolveu um importante trabalho em equipe e também sua entrada no licenciamento de produtos. A Turma da Mônica, ainda que na forma de gibi, é considerada uma das principais histórias infantis do Brasil. Em 2009, a turminha completou 50 anos no mercado, com mais de 3 mil produtos licenciados e um bilhão de revistinhas publicadas.

Textos produzidos por Patrícia Aline Pereira da Silva, Lorena Rodrigues dos Santos Pereira e Aline Gonçalves de Oliveira.

Revisado por Cristiana Chieffi.