Mulheres síndrome do pânicoJá sentiu medo de desastre e medo de perder o controle? O primeiro ataque parece o fim. Dores no peito, medo, formigamento nas mãos. Algumas pessoas se trancam em casa pensando estar loucas. Outras começam uma caminhada a vários consultórios médicos que dão um diagnóstico incorreto. Cada vez mais as crises pioram e a ansiedade começa a ser extrema.

Todos nós temos ansiedade, mas e quando ela começa a se tornar algo sério e frequente?

Após um evento estressante, humilhação, experiências passadas ou simplesmente do nada, esses transtornos podem durar seis meses ou mais quando pioram. Geralmente, surgem ligadas a outras doenças ou devido à ingestão de algumas substâncias (crack, maconha etc), dependendo de cada caso.

Esses transtornos são classificados como doenças modernas. Apesar de serem antigas, a correria da vida cotidiana ressuscitou no homem atual a ansiedade, o medo, a depressão e males que afetam o psicológico do ser humano.

Cerca de 40 milhões de americanos, a partir dos 18 anos, sofrem de uma série de transtornos classificados como transtornos de ansiedade, segundo estudo do Instituto Nacional de Saúde Mental.

Um órgão do governo federal dos EUA que tem o objetivo de reduzir as doenças e problemas, fazendo a investigação da mente, do comportamento e do cérebro. Um dos transtornos de ansiedade que afeta 2 a 4 % da população mundial é a Síndrome do Pânico, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ela é mais frequente em mulheres e os ataques surgem geralmente no final da adolescência ou início da idade adulta. Embora isso aconteça, nem todos que têm ataques de pânico podem vir a adquirir a síndrome e ela pode ser herdada. Antes que piore, é necessário que o indivíduo passe por tratamentos que irão ajudá-lo a vencer as desordens que a doença provoca no organismo.

O que é Síndrome do Pânico?

Síndrome ou transtorno do pânico são crises fortes de ansiedade e medo que ocorrem a qualquer hora e em qualquer lugar. Essas crises surgem de forma intensa e descontrolada. Geralmente, uma pessoa nessas condições sente que vai morrer e quer fugir ou encontrar ajuda em algum outro lugar.

Pânico é uma reação comum em muitos casos. É como estar em um local fechado e se sentir mal, num local onde há um incêndio ou quando algo inesperado acontece, etc. O que não é normal é quando o pânico começa a ser enxergado como uma doença, ou seja, uma patologia.

Após várias pesquisas, em 1960, os cientistas começaram a diferenciar os ataques de ansiedade de outras manifestações de ansiedade. A Associação Americana de Psiquiatria, do DSM III (Diagnostic and Statistical of Mental Disorders, third Edition – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 3ª ed.) publicou a classificação diagnóstica oficial da Síndrome do Pânico em 1980, delimitando a versão oficial em 1987 (DSM-IV), que é aplicada até os dias atuais.

A palavra pânico é originária do grego que significa “panikon”, susto ou pavor violento e repentino. Na mitologia grega, um deus, chamado Pã, com chifres e pés de bode assustava pastores e camponeses e, por isso, a palavra tomou esse significado. Em Atenas, numa praça chamada Ágora, eram feitas reuniões para discutir os problemas da cidade. Ao lado dela, foi erguido um templo para esse deus, definindo o termo agorafobia (em psiquiatria, medo de lugares abertos).

Significado de Transtorno

De acordo com o dicionário Aurélio, a palavra transtorno significa: Ato ou efeito de transtornar/ Contrariedade; contratempo/ Desarranjo/ Perturbação mental.

Síndrome, distúrbio, desordem, doença, transtorno, todos esses nomes são atribuídos ao pânico que inicialmente era chamado de neurastenia cardiocirculatória (doença do coração do soldado ou coração irritável). Em Freud, encontramos a definição pcomo sendo neurose ansiosa, que até 1980 entrou a título das doenças chamadas de neurose de ansiedade e, hoje, subdividido em Doença do Pânico e Transtorno de Ansiedade Aguda ou Generalizada.

Houve essa subdivisão porque existem sintomas e causas que diferenciam cada tipo de transtorno. Quando a crise acontece, uma pessoa começa a sofrer reações neurológicas e o seu cérebro ativa a função caracterizada por “reação de alarme”. Para fugir da crise, muitos procuram cardiologistas ou vão parar no pronto socorro, desconhecendo essa doença moderna que está ligada ao stress do dia a dia.

De fato, a síndrome do pânico não é simplesmente uma “doença de rico” ou “frescura”. Só aqueles que sofrem do trauma é quem sabem o que ele representa.

Tipos de Transtornos de Ansiedade

Transtorno do Pânico

É uma ansiedade intensa e sensação de morte.

Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)

É uma perturbação nos pensamentos e manias em rituais repetitivos para controlar a ansiedade. Ex.: excesso de limpeza.

Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT)

Vítimas de um dano terrível e físico ou ameaça que acaba gerando um trauma. Ex.: vítimas de assaltos, torturas, abuso infantil, acidentes, desastres naturais, morte de entes queridos etc.

Fobia Social

A fobia social (transtorno de ansiedade social) é a ansiedade e medo de estar sendo observado e julgado por outros e de passar por cenas constrangedoras. Ex.: sentir medo ao fazer as coisas na frente dos outros, em reuniões, escolas ou lugares que possam constrangê-lo.

Fobia Específica

Medo descontrolado de um perigo real ou imaginário. Ex.: lugares fechados, escadas, túneis, água, trovão, cães, sangue, etc.

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

Pessoas com preocupações exageradas e tensão. Podem passar o dia todo com isso e só o pensamento lhe traz ansiedade. Ex.: preocupação excessiva com o dinheiro, problemas familiares ou no trabalho, saúde etc.

Apesar de cada transtorno apresentar sintomas diferentes, um dos sintomas mais comuns é o medo.

Causas da Síndrome do Pânico

Para entender as causas da Síndrome do Pânico, é preciso conhecer a história de vida do paciente. Relacionadas a fatores ambientais/históricos e socio-culturais, ela pode ser fruto de uma vida conturbada devido aos acontecimentos da infância (rejeição, separações, traumas, etc.) ou ao longo da vida do indivíduo (situações estressantes, consumo de drogas, pessoas com predisposição genética, etc.). As causas ainda são desconhecidas e são previstas hipoteticamente.

Considere três hipóteses:

  • Fatores genéticos;
  • Medicamentos ou drogas podem aumentar a atividade cerebral, promovendo alterações no cérebro;
  • Produção desequilibrada de neurotransmissores (substâncias responsáveis pela transmissão do estímulo nervoso entre as células cerebrais), relacionados com vários elementos dos sistemas de alerta, reação e defesa do Sistema Nervoso Central. Ou seja, são ativados mecanismos desnecessários no cérebro que fazem uma pessoa reagir como se estivesse sendo ameaçada.

Como Pedir Ajuda Médica?

À procura de um médico, pessoas que estão no auge da sua vida profissional aparecem no consultório ou diretamente em um pronto socorro afirmando sofrerem de um ataque cardíaco. Um perfil perfeccionista, que não aceita errar, se cobra o tempo todo, assume grandes responsabilidades e vive uma situação de estresse constante levam ao cérebro a ativar determinadas áreas que entram em atividade, causando um desequilíbrio.

Inicialmente, o corpo reage emocionalmente, deixando o indivíduo ansioso. É uma espécie de luta contra algo invisível que quer dominar o corpo. O medo aparece e, junto com ele, pelo menos 4 dos 13 sintomas citados. Uma crise de pânico geralmente chega a durar de 10 a 30 minutos e quanto mais as pessoas adiam a doença, mais as crises se tornam frequentes e podem evoluir.

A grande maioria dos pacientes sofrem de sintomas que parecem estar ligados ao sistema cardiovascular e procuram médicos cardiologistas que não conseguem identificar ou impedir que essas crises aconteçam.

Nesse estágio, o preconceito com a doença é um dos elementos que pode atrasar o tratamento. Com um isolamento social, sem sair de casa, um medo de morrer, etc., acaba tornando o indivíduo cada vez mais dependente da doença. Um dos grandes problemas é a procura de médicos adequados para iniciar o tratamento.

Se você detectou alguns dos sintomas prescritos, procure o médico da família ou mesmo profissionais de saúde mental. Aqueles que possuem formação em terapia cognitivo-comportamental ou apenas terapia comportamental (abertos ao uso de medicação) estão em combate ao pânico.

Dentre esses profissionais, temos psiquiatras, psicólogos, conselheiros de saúde mental e assistentes sociais. Muitos acham que os psiquiatras são médicos para "doidos". Porém, ele é um médico especializado no tratamento desses transtornos e doenças mentais e o único médico capaz de prescrever medicamentos. Já o psicólogo é especialista, que também trata de distúrbios mentais, mas não pode prescrever medicamentos, sendo ele o responsável por oferecer o tratamento psicoterapêutico.

Sinta-se à vontade. Se não conseguir, procure ajuda em outros lugares e depois um psicólogo com quem você se sinta confortável. Trabalhe em equipe com o seu médico e não pare de tomar os medicamentos que ele passou. Há medicamentos que precisam de sua supervisão, pois se interrompidos podem causar má reações.

Descubra se o psicólogo possui o registro no Conselho Regional de Psicologia e o psiquiatra no Conselho Regional de Medicina. Geralmente, esses registros se encontram na porta do consultório ou nas receitas. Anote e verifique o número correspondente junto ao órgão responsável.

Saiba Onde Pedir Ajuda:

  • Hospitais psiquiátricos públicos e privados;
  • Centros de saúde mental da comunidade ou grupos de orientação;
  • Hospitais universitários;
  • Associações médicas ou de psiquiatria;
  • Serviços psiquiátricos dos hospitais.

Tratamento para Síndrome do Pânico

Os tratamentos de pessoas com Síndrome do Pânico possuem o objetivo de diminuir os ataques não somente através de medicamentos, mas de terapias que auxiliam na melhora do paciente. 

Drogas Antipânico e Apoio Psicoterápico

Terapias Síndrome do PânicoNo tratamento, são usadas drogas capazes de bloquear os ataques do pânico como os Benzodiazepínicos, os antidepressivos tricíclicos, inibidores da Monoaminaoxidase, inibidores seletivos da recaptação de serotonina, inibidores seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalina.

Todos os medicamentos devem ser acompanhados de prescrições médicas por causa dos efeitos colaterais. Contudo, a medicação por si só não cura pacientes; é necessário que ele receba um apoio psicoterápico. O paciente deve ser informado que o tratamento funciona em longo prazo, para que não haja uma ansiedade pela espera de sua melhora.

Geralmente, a duração do tratamento ocorre entre 6 meses e dois anos, juntamente com as reavaliações ao médico. Apesar de adotados os critérios, os casos de recaída ocorrem entre 20 e 50%. Se o paciente já sofreu do distúrbio no passado, deve informar o tratamento anterior ao seu novo médico, com detalhes, assim como a medicação, o médico, a dosagem utilizada, os efeitos colaterais sentidos e qual a melhora que obteve. Se recebeu apenas tratamentos psicoterápicos, deve informar o tipo de terapia e se foi útil.

O paciente deve ser conscientizado sobre sua doença, evolução, consequências dos medicamentos para não haver frustrações e sentimentos de culpas após o início do tratamento.

O apoio psicoterápico pode aumentar a resposta ao tratamento dos medicamentos, pois combate algumas complicações. Geralmente, o médico psiquiatra irá propor a você, além do tratamento com remédios, o acompanhamento com uma equipe de psicólogos, assistentes sociais ou conselheiros para descobrir como você poderá lidar com a doença posteriormente.

Terapias Cognitivo-Comportamentais (TCC)

As Terapias Cognitivo-Comportamentais (TCC) propostas pelo National Institute of Mental Health (NIMH) são terapias que auxiliam pessoas a mudar pensamentos, comportamentos e situações que anteriormente lhes causava medo, ansiedade e desconforto. Um TCC é capaz de mostrar que uma pessoa que sofre de ataques de pânico não sofre de ataques cardíacos.

Quando são ensinadas a enfrentar seus medos, aprendem técnicas para controlar situações que tinham por consequências essas ansiedades. Por exemplo, para uma pessoa que tem excesso de limpeza, e sofre de Transtorno obsessivo compulsivo, é exposta a uma situação onde tem que sujar as mãos e esperar cada vez mais tempo para lavar.

Após repetir o teste várias vezes, a pessoa descobre que a resposta daquilo que teme não é tão ruim e a ansiedade acaba diminuindo. Muitas vezes, o terapeuta vai acompanhar a pessoa e também vai ajudá-la a enfrentar essas situações no início. Ele só é realizado quando o paciente decide que está pronto.

Para atingir a eficácia, o tratamento deve ser direcionado para os anseios específicos e adaptado às suas necessidades. Esse tipo de tratamento dura cerca de 12 semanas e pode ser realizado individualmente ou em grupo de pessoas com os mesmos problemas.

Outros Tipos de Tratamento

  • Fear Figther - feito por aparelhos eletrônicos (Alpha-Stim ou Eye Trek TV), são recomendados para quadros de ansiedade extrema, transtorno do pânico, fobias e alto nível de estresse. Encontram-se em alguns hospitais e clínicas psiquiátricas do Brasil.
  • Técnicas comportamentais, cognitivas e cognitivo - comportamentais.
  • Relaxamento aplicado - são técnicas orientadas pelo terapeuta para auxiliar nas situações de pânico.
  • Retreinamento da respiração - ensinar o indivíduo a correta respiração.
  • Inervação vagal - método que funciona através de massagens, para controlar a taxa cardíaca, etc.
  • Grupos de auto-ajuda: em grupos de auto ajuda, compartilhar os problemas pode ser útil, pois o portador descobrirá que não é só ele que passa pelas crises. Há chats que falam muito a respeito do assunto, mas cuidado com a internet, pois há informações de todos os tipos.

Algumas substancias devem ser evitadas durante o tratamento, como a cafeína, bebidas alcoólicas, drogas ilícitas. São indicados, também, exercícios aeróbicos ,para dar um efeito calmante ao paciente. Outro fato importante é a família. Todos devem ajudá-lo a procurar um tratamento adequado, sem ficar banalizando-o ou utilizando métodos incorretos para a sua saúde. Não há cura para a doença: o que existe é a superação da Síndrome do Pânico. A maioria das pessoas consegue viver normalmente após receber ajuda terapêutica ou por medicamentos.

Estudos Sobre Síndrome do Pânico

As Pesquisas do National Institute of Mental Health

O National Institute of Mental Health (NIMH) promove pesquisas para descobrir as causas, diagnósticos e tratamentos desses transtornos e doenças relacionadas à mente. Com uma série de estudos, buscam entender se esses problemas surgem por fatores ambientais, estresse físico e psicológico ou dieta, além da história natural de uma variedade de transtornos classificados nessa ordem e que são acompanhados de outras doenças, como a depressão.

Eles acreditam que essas complexas doenças resultam da combinação de fatores genéticos, psicológicos e desenvolvimento. Diversas partes do cérebro (como a amígdala e o hipocampo) ligadas ao medo e à ansiedade são as peças chaves para a formação dos transtornos. Entendendo como o cérebro funciona, criando medos e ansiedades, é possível tratar desses distúrbios.

Por que as Pessoas têm Síndrome do Pânico?

Não se sabe ao certo. Algumas pessoas têm e há casos em que a doença é hereditária. Já outros casos pessoas da família não vieram a adquirir a síndrome.

Quando certas substâncias químicas não estão num nível adequado no cérebro, pessoas podem vir a ter a síndrome do pânico. É por esse motivo que os medicamentos ajudam a manter essas substâncias nos níveis corretos.

Cientistas buscam diferentes medicamentos e terapias de trabalho, conhecendo mais como o cérebro funciona e fazendo testes gratuitos com pessoas que sofrem da síndrome, vendo quais os melhores para determinadas pessoas e sintomas.

População atingida pela doença: Testes nos EUA mostram que, de cada 1000 indivíduos, cerca de 1 a 3 sofrem do transtorno. No Brasil, a doença surge em adultos jovens, entre 20 e 45 anos em ambos os sexos, mas possui maior ocorrência no sexo feminino (de cada 3 mulheres, 1 possui o transtorno). É nessa faixa etária que o indivíduo se encontra no ápice de sua vida profissional e a doença surge, prejudicando seu desenvolvimento. As crianças também são atingidas pelo transtorno. Vale ressaltar que pessoas com predisposição genética e que consomem drogas podem vir a adquirir a doença.

Como Prevenir a Síndrome do Pânico?

  • Sorria sempre;
  • Não se estresse com tudo;
  • Ame as pessoas que estão a sua volta;
  • Tenha auto estima;
  • Faça exercícios físicos;
  • Tenha uma alimentação saudável;
  • Durma bem;
  • Faça coisas que você goste.

Um dos tratamentos também utilizados é chamado de Tratamento Multicomposto Específico do Transtorno do Pânico e da Agorafobia. Ele é baseado na tese de que, para manter o controle sobre a ansiedade é preciso aceitá-la totalmente. A estratégia ensinada para os pacientes é chamada de A.C.A.L.M.E. - S.E. Não existe uma forma de prevenção, mas evitando determinadas substâncias ou situações que levam à doença é possível vencer a Síndrome do Pânico

Como Ajudar Pessoas com a Síndrome?

Ajudar PessoasA melhor forma de ajudar é entendendo o que a pessoa está passando e não considerar aquilo como um sinônimo de fraqueza. Para os parentes: não critique e apoiem o paciente. Geralmente, quem não sabe do quadro clínico da doença consideram-na uma frescura. Irão dizer que a pessoa é medrosa ou que não tem força de vontade.

O perfil de quem tem a Síndrome é formado por:

  • perfeccionistas;
  • criativos;
  • dinâmicos;
  • inteligentes;
  • comprometidos com o trabalho;
  • muito responsáveis.

Por isso, nada mais justo do que estar com essas pessoas nesses momentos e não se afastar delas. Isso pode tranquilizá-la.

Leia livros, converse com especialistas, faça pesquisas, participe das listas de discussões da Internet, veja sites confiáveis, explique à pessoa sobre o assunto, leve-a a sensação de bem-estar para que os ataques não voltem a acontecer. Conhecer mais sobre a doença irá dar maior confiança para o portador. Verá que a Síndrome do Pânico não é uma doença que leva à morte, mas se não for tratada o indivíduo poderá desenvolver outros distúrbios e doenças das quais talvez ela não conseguirá lidar.

Com o auxílio da psicoterapia, a pessoa estará preparada para enfrentar as crises se elas ocorrerem novamente. Aos poucos, perceberá que não é difícil voltar a ter uma vida normal. Se você conhece alguém que passa por essas crises, aconselhe-a a procurar um médico, fazer terapias e convide-se para ir ao médico junto com ela.

Pessoas que Superaram a Crise

Quem passa por essa síndrome, sempre relata como conseguiu superar e como foi o período de sofrimento. Blogs, livros, CDs, sites, pessoas comuns movidas pela necessidade de registrar os momentos de aflição sentida. Grávidas, jovens, mulheres, homens. A experiência de ter a síndrome é classificada como a volta do inferno ou dos momentos aterrorizantes que a doença proporciona ao indivíduo.

Altos e baixos acontecem até que a doença seja diagnosticada: suor frio, coração acelerado, tremores no corpo, dificuldade para respirar, boca seca, sensação de morte. Isso pode acontecer em lugares diversos: ao dirigir, em casa, no avião, num elevador, num metrô, etc.

Pedir ajuda ou fugir daquilo que está sentindo é aparentemente a única saída. Então, a caminho do pronto socorro e na consulta ao médico, os sintomas desaparecem e ele verifica que você está saudável, os testes com o eletrocardiograma são positivos e você volta para casa sem entender o que aconteceu.

Pode demorar um mês ou menos, mas a crise volta e começam a se repetir em intervalos menores. Você acha que está louco ou morrendo. Após sentir isso de novo, verifica que algo está errado. Começa uma peregrinação em vários consultórios médicos. Alguns médicos podem suspeitar de estresse. Não encontrando auxílio da medicina, você busca religiões para entender o que está acontecendo, com suspeitas de algum espírito estar te dominando.

As pessoas começam a notar o seu afastamento, a sua queda de produção no trabalho e os seus gastos financeiros demasiados. Amigos preocupados te procuram e falam para você visitar um psiquiatra. No início, você resiste, pois não quer imaginar em ter um distúrbio psiquiátrico. Porém, depois aceita e após uma conversa com um médico psiquiatra você descobre que está com a Síndrome.

Basicamente, a maioria dos casos de Síndrome do Pânico acontecem como nesse relato e os portadores ficam com medo do que estão sentindo. Porém, há casos de sucesso. Pessoas que superaram as crises e que hoje ensinam a combatê-la. Abaixo, veja alguns livros que podem auxiliá-lo a enfrentar os seus medos!

Livros sobre Síndrome do Pânico

  • Síndrome do Pânico, Gugu Keller (2002) - O livro descreve a experiência que o autor teve com esse distúrbio.
  • Desmitificando a Síndrome do Pânico, depressão e principais fobias, Tatiana Tanaka (2006) - O livro apresenta as principais fobias, síndromes e transtornos que a cada dia se tornam comuns na população mundial. Saiba como se preparar para as doenças e o tratamento adequado.
  • Vencendo o medo, Jerilyn Ross (1995) - A autora é psicóloga e aos 25 anos começou a sofrer dos ataques. Ela apresenta no livro os diferentes distúrbios que atingem milhares de pessoas. Técnicas para enfrentar os momentos de crise e como ajudar pessoas que estejam passando pelo problema.
  • Ansiedade, Fobias e Síndrome do Pânico, Elaine Sheehan (2000) - O livro mostra algumas das fobias conhecidas, assim como suas causas e sintomas. Ensina também o indivíduo a controlar sua ansiedade e dá orientação sobre o tipo de profissional a ser procurado.
  • Síndrome do Pânico, O que você precisa saber, Frederico Navas & Odeilton Tadeu (2003) - Um livro dirigido para quem sofre da doença, algum parente ou conhecido, exemplificando casos reais de Síndrome do Pânico.
  • Síndrome do Pânico, O tratamento na visão da psicologia transpessoal, Elaine Marini (2008) - Livro destinado aos profissionais da área. Ensina técnicas para trazer o conforto aos pacientes através da psicoterapia transpessoal.
  • O Mestre do seu Sistema, O caminho de volta da Ansiedade e da Síndrome do Pânico, Máera Moretto (2010) - O livro explica o que há por trás dos transtornos emocionais e identifica as armadilhas que as pessoas portadoras ou não irão passar. Explica também sobre a cura através da Medicina Tradicional Chinesa.

Além dos livros, existem associações como a Associação Nacional da Síndrome do Pânico que auxilia no tratamento de pessoas portadoras e a Associação Brasileira de Psiquiatria, apresenta vídeos explicando o assunto, clippings e reportagens informando sobre a Síndrome do Pânico.

No Brasil, foi criada a lei nº 5354/08, no Rio de Janeiro que institui a Campanha Estadual de Prevenção e Conscientização da Síndrome ou Transtorno do Pânico.

Mitos da Síndrome do Pânico

Medo, sintomas, imaginação, má informação. O que ocorre na síndrome do pânico? Talvez você esteja achando que está ficando louco, perdendo o controle das situações, não se acha capacitado para enfrentar um determinado desafio, tem medo de apresentações em público, etc. Saiba que nem todos esses sintomas podem ser característicos da doença.

Geralmente, esses transtornos já assustam só de ouvir falar deles e, assim, uma pessoa começa a achar que está com o problema. É preciso, então, conhecer as causas e sintomas da Sídrome do Pânico para verificar se realmente você está com o transtorno. 

Estou ficando louco

Esquizofrenia é um transtorno que surge causando delírios, alucinações e convicções estranhas. Aparentemente, possui uma predisposição genética. Geralmente, inicia-se de forma suave, não como as crises de pânico. Os sintomas são sentidos durante toda a vida. Então, se os sinais dela ainda não apareceram (essa doença surge até os 25 anos), saiba que você não está louco!

Estou perdendo o controle

Geralmente, num ataque de pânico, uma pessoa tem medo de perder o controle da realidade. Elas se imaginam atropelando pessoas, matando, esmurrando alguém, etc. Mas isso pode ser apenas imaginação. Fique calmo. O indivíduo cria uma situação para o cérebro e ele entende que o seu corpo está fora de controle. Você pode se imaginar gritando e achar que todos estão olhando para o vexame que você está pagando, mas não é o fim. Tenha paciência, sorria de você mesmo, não leve tão a sério tudo o que as pessoas te falam ou tudo que você vê.

Acho que vou desmaiar

Às vezes, é capricho ou algo psicológico. Desmaios acontecem por falta de circulação sanguínea no cérebro. É uma forma do organismo se defender. Em um ataque de pânico, apesar de seu coração pulsar forte e rápido, você sentir tonturas, calma! Você não vai desmaiar ou morrer.

Estou com medo de ter um ataque cardíaco

Quase todas as pessoas que têm ataque de ansiedade, têm medo de ataque cardíaco. Geralmente, acham que estão morrendo e começam a falar que estão com falta de ar e dores no peito. Começam a contar as batidas do coração para ver se ele está parando, sentem palpitações e sensação de desmaio. Se está com preocupações com relação ao coração, faça um eletrocardiograma, mas não confunda Síndrome do Pânico com isso, pois você irá a vários hospitais sem descobrir a causa do seu problema.

Estou me sentindo um ET, não estou nesse mundo!

Sentimentos de irrealidade e desconexão. A pessoa que tem síndrome do pânico geralmente fala que parece estar fora da realidade, sente a vida passando como se fosse num filme e acha que há algo que está causando danos ao seu cérebro. Às vezes, não é nem doença, mas a pessoa se sente tão deslocada que só fica pensando nisso. Apenas relaxe, pois isso pode ser o sintoma de uma ansiedade demasiada que você vem sentindo. Deixe o seu corpo respirar!

Textos produzidos por Stephanie Cristhyne A. da Silva