Logo HDTVEm 1991, foram tomadas as primeiras iniciativas para a implantação da TV digital. O Ministério de Estado das Comunicações da Comissão Assessora de Assuntos de Televisão (COM-TV) tinha inicialmente o objetivo de propor políticas e futuramente dar suporte tecnológico.

Após três anos foram envolvidas no assunto a Sociedade de Engenharia de Televisão (SET) e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). O foco delas era preparar empresas para a nova tecnologia e estudar a implantação da TV digital.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deu início a Transmissão Terrestre Digital de Televisão no Brasil, em substituição a uma comissão estatal que foi extinta em 1998. Com a seleção do sistema de TV digital mais adequado ao Brasil e com a publicação de propostas que serviriam de guia para a implantação da plataforma digital, o conselho diretor da Anatel, após quatro meses, aprovou a proposta.

Com isso, empresas nas capitais de São Paulo e Rio de Janeiro se credenciaram para participar dos testes. Em acordo com a Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP), o Grupo Abert/SET estabeleceu uma negociação destinada à realização de experiência dos padrões de TV Digital conhecidos. Como precisavam de mais recursos financeiros a Universidade firmou um contrato com a NEC do Brasil (filial de uma empresa japonesa, especializada em tecnologia da informação - a NEC Corporation está presente no Brasil desde a instalação dos primeiros equipamentos de TV a cores). A transação com a empresa só foi reconhecida oficialmente em 1999, quando a Anatel reuniu empresas de radiodifusão e contratou a Fundação do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD). A Abert/SET e a Universidade realizariam os testes de campo, enquanto o CPqD iria validar a metodologia a ser usada nesses experimentos, responsável por acompanhar os resultados, esboçar planos de implementação e regulamentação do novo padrão, assim como estudos dos impactos na sociedade.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, em 2003, o Decreto nº 4.901. A partir daí, foi dada a criação do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre e do CPqD. Após as primeiras fases de teste, em 2006, assinou outro decreto, nº 5820, criando, assim, um Fórum com o objetivo de padronizar para os usuários e assessorar a CPqD sobre as novas tecnologias criadas pelas universidades e centros de pesquisa com a tecnologia ARIB (Association of Radio Industries and Businesses ou Associação de Indústrias e empresas de rádio), do padrão japonês.

Cronograma da TV Digital

1994 - A Tecnologia começa a ser estudada pelas emissoras brasileiras.

1999 - No início, a Anatel passa a conduzir o processo de avaliação técnica e econômica para decidir se o padrão de transmissão digital seria aplicado no Brasil ao Serviço de Radiofusão de Sons e Imagens.

2000 - O instituto Mackenzie compara os três padrões internacionais.

2001 - Uma consulta pública é feita pela Anatel para ver os resultados dos testes.

2002 - Uma nova consulta sobre aspectos sociais e econômicos é feita pela Anatel.

2003 - O governo propõe um sistema local retirando assim o processo da Anatel, com a criação do Comitê do SBTV (seus estudos definiriam o padrão a ser adotado pelo país).

2005 - Os relatórios são concluídos pelos brasileiros (Universidades e emissoras de televisão).

2006 - Eles concluíram que o melhor padrão de TV digital seria o ISDB-T. Assim, o governo assinou um acordo com os japoneses.

2007 - A primeira transmissão do sinal de TV Digital foi realizada no dia 2 de dezembro, em São Paulo. Depois disso, o novo sistema começou a se expandir.

2010 - Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro já começam a receber o sinal no primeiro semestre. Salvador e Fortaleza no segundo semestre.

2011 - O sinal passou a ser obrigatório em todas as capitais.

2013 - Transmissoras e retransmissoras de todas as cidades são obrigadas a mudar para sinal digital.

2016 - O sinal de TV analógica sai do ar e quem não tiver um aparelho HD ou conversor de sinal ficará sem assistir à televisão. linha azul

As primeiras programações em HDTV

As primeiras transmissões de TV digital ocorreram em São Paulo, no dia 2 dezembro de 2007. Luiz Inácio Lula da Silva se preparava para apertar o botão e dar início à cerimônia de abertura da TV Digital. Emissoras como MTV, Globo, Rede TV e Band haviam se preparado para a divulgação de programas em alta definição. A primeira programação a ser exibida foi a novela da globo “Duas caras”. Depois foram um novo quadro do Fantástico, filmes (Tela Quente, Supercine, Temperatura Máxima) e jogos de futebol.

Chiados, imagem ruim, ruídos e fantasmas na telinha: na TV analógica quando um avião passava perto de sua casa, você já podia imaginar que o sinal de sua TV iria ficar péssimo. E quando chove, então? Você sobe na antena para ajustar a qualidade da imagem e fica esperando alguém ver se ficou bom o resultado.

Luz, câmera, ação... Sons e imagens são digitalizados e transmitidos através de códigos binários, tal qual a linguagem que o computador utiliza para transmitir dados. Antes, apenas quem tinha TV por assinatura possuía uma imagem limpinha. Hoje com as TVs digitais essa realidade muda. Além da imagem nítida, é possível captar o sinal através de qualquer dispositivo móvel com a TV digital e a transmissão de TV aberta. Com a TV de alta definição (HDTV), você pode assistir a sua novela em qualquer lugar! Nas programações da Rede Globo, você já encontra atrações exibidas em alta definição.

Após muitos acontecimentos, chegamos a era digital, onde a informação é capaz de estar em qualquer tipo de sistema. Praticamente 93% dos brasileiros utilizam a televisão para receber informações. Porém há uma desvantagem: é necessária a infraestrutura de uma operadora de telecomunicações, devido a sua rede ser unidirecional, para que o usuário tenha uma televisão interativa, conteúdo personalizado e uma resposta imediata do telespectador sobre determinado programa, por exemplo. Mas, até 2016, muitas novidades sobre a TV Digital irão mudar o gosto dos brasileiros de assistir à televisão.

Padrões Internacionais

ADTV

Nos Estados Unidos, em 1987, os estudos sobre a televisão avançada (cuja sigla em inglês é a ATV) que ainda não era a digital, começaram a ser realizados. Feito pela Federal Communication Commission (FCC, uma agência reguladora americana) houve a criação de um comitê composto por 25 pessoas para auxiliá-la no assunto.

Seis protótipos de sistemas avançados de TV (com quatro digitais nos três laboratórios) foram testados e analisados ,entre julho de 1991 e outubro de 1992. A associação responsável por desenvolver e documentar as especificações para o sistema da Grande Aliança é o Advanced Television Systems Commitee (ATSC) e tinha o objetivo de produzir imagens e sons com alta definição.

DBV

Na Europa, o trabalho de criação do sistema digital ficou por responsabilidade do grupo Digital Video Broadcasting (DBV). Em 1993, sua criação foi feita por fabricantes de equipamentos, radiodifusores e representantes de agências reguladoras europeias. Desde seu início foi criado com o intuito de desenvolver uma plataforma pan-europeia de TV digital. Com isso, foi formado um único grupo que reunia emissoras, indústrias, pesquisadores e governo, cujo principal objetivo era aumentar o número de canais. Assim, a TV digital, na Europa, iniciou sem alta definição.

ISDB

Em 1995, começou o desenvolvimento do sistema japonês com o apoio do governo na criação do Advanced Digital Television Broadcasting Laboratory (ADTV-LAB), formado por fabricantes japoneses e pelas emissoras. Usando o padrão europeu como modelo, os japoneses criaram um sistema próprio chamado COFDM. E em 1997, reunindo empresas japonesas, não japonesas e emissoras, foi criado o Broadcasting Expert Group (DiBEG).

Em 1999, foi finalizado o sistema japonês Integrated Services of Digital Broadcasting (ISDB), com o benefício de recepção em aparelhos móveis, como celulares e notebooks. Dividido em 13 segmentos, os canais possuem um específico para a recepção em aparelhos móveis.

Padrão Brasileiro

SBTVD-T brasil

O Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD-T) foi inspirado no modelo japonês. Com vários diferenciais, os padrões utilizados pelo Brasil são mais modernos e eficientes que os outros padrões. Além da tecnologia japonesa, foi desenvolvida uma tecnologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Com o sistema brasileiro, as possibilidades são imensas: transmissão de alta qualidade (imagem e som), recepção móvel e portátil dos sinais de TV digital, através do padrão MPEG-4 (H.264) para codificação de vídeo e HE-AAC v2 para áudio, mobilidade através dos dispositivos móveis e interatividade através da tecnologia Java em código aberto (Middleware Ginga da TV Digital Brasileira. foi necessário assinar um acordo com a Sun Microsystems para garantir que o Ginga estaria livre do pagamento de royalties).

Em breve, com o controle remoto, você responderá testes, terá informações de seus programas favoritos, comprará produtos e etc,. embora alguns desses serviços já sejam disponibilizados pela TV por assinatura. A TV Digital dá qualificação para profissionais, incentivo ao desenvolvimento de pesquisas, fortalecimento e expansão do mercado de software e conteúdo interativo no Brasil, graças à plataforma nacional de middleware de código aberto.

O Comitê SBTVD concluiu que o melhor padrão a ser adotado era o japonês, pois eles já possuíam a tecnologia de transmitir imagens e sons em alta definição para dispositivos móveis, sendo esse um dos pontos definitivos para a escolha do que serviria de modelo para o SBTVD. Com ele o consumidor não teria custos, pois o que é utilizado possui um sistema de televisão digital, livre, aberto e gratuito. Já no padrão europeu (DVB-T), o consumidor paga a transmissão para dispositivos móveis.

TV Digital x Analógica: Diferenças, Vantagens e Melhorias

Quais são os benefícios da TV digital em comparação com a analógica? Além de transformar cada imagem e cada som em dígito binário, veja os benefícios da TV:

  • Formato de 16:9 (widescreen) – Livre-se daquelas tarjas pretas que aparecem quando você assistia aos filmes. Na HDTV, esse modelo de tela é chamado de “tela de cinema” ou “tela larga”. Na tela analógica, é 4:3.

TV Normal HDTV Comparação

  • Alta definição ou High Definition (HD ou HDTV) - mais detalhes, som de CD, perfeição de imagem, uma rica textura. Na analógica, ouvimos fantasmas, ruídos, chuviscos e etc. Para que o telespectador possa ver as imagens numa qualidade máxima, ele deve ficar a uma distância de pelo menos 3 vezes o valor da altura da TV;
  • Multi-programação - assistir a vários programas num mesmo canal ou ver um programa sob vários ângulos diferentes;
  • Menos distorções na imagem - O início da TV digital utilizou uma imagem digital com resolução comum chamada de SD (Standard Definition). Na TV analógica, as distorções acontecem com pessoas, na cor da pele, na dificuldade em ler textos e etc;
  • Mobilidade e portabilidade - uma pessoa poderá assistir a sua novela em qualquer lugar: basta ter um dispositivo móvel (celular, notebooks, receptores de bolso etc.) O serviço não será pago como o oferecido pelas operadoras de celular, mas totalmente gratuito. Esse tipo de acesso é chamado de 1-Seg ou One-Seg;
  • Audio Surround 5.1 - composto por seis caixas acústicas (Home Theater) e será usado somente com HDTV. Além disso, nos sentiremos como no cinema, pois o som é idêntico a ele e o áudio multicanal é capaz de nos envolver com essa nova tecnologia;
  • Interatividade - Participar de pesquisas, ver a programação de uma emissora, acessar a internet, fazer compras pelo controle universal, imprimir receitas de programas de culinária e outras possibilidades serão possíveis à medida que o mercado digital for evoluindo. Nos DVDs, já possuímos a interatividade com aqueles recursos extras que vêm nos menus (bônus, créditos, cenas especiais etc). Para o usuário TVD é necessário ter um televisor adequado, antena UHF, conversor digital e uma forma de se comunicar com a emissora, através do middleware Ginga.

Novas Tecnologias da TV Digital

Conversor Digital (set top box)

O conversor é responsável por tornar o sinal digital em analógico que, conectado a uma TV com entrada digital, é capaz de gerar imagens e sons com qualidade. É compatível com televisores que possuem monitor de LCD, LED e Plasma por causa da saída digital HDMI. Porém, ele pode ser conectado também a um televisor comum.

Quando você for comprar um conversor, verifique se ele está na área de cobertura de sua região e se há emissoras disponíveis. Você precisa de uma antena UHF externa para receber o sinal. Nos prédios, veja se há uma antena coletiva; se não, faça uma reunião com os condôminos. Após isso, veja se sua TV tem uma entrada HDMI ou se a TV de Tubo tem entrada de áudio e vídeo ou apenas vídeo. Quanto maior a resolução da tela, melhor será assistir em alta definição (1920 x 1080i FULL HD). Assim também, é necessário ter uma interface HDMI para conectar um cabo HDMI.

Alguns televisores mais novos já vêm com conversor interno ou integrado. Mas você pode optar por um conversor externo (alguns recebem atualizações de software e na hora de ir à assistência técnica os reparos são feitos de forma rápida). Você pode usá-lo em sua TV de Tubo, que geralmente custa menos que comprar outra TV com conversor. O conversor Padrão Brasileiro de TV Digital (ISDB-T) vem nas normas da ABNT e com o selo DTV, você comprovará se seu conversor segue o padrão de qualidade ISDB-T.

Ginga

O Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre resolveu adotar o Ginga, um middleware que virá instalado nos conversores e televisores. Ele que dará suporte às aplicações interativas. O software Ginga, desenvolvido durante 17 anos de estudos pela Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO) e pela Universidade Federal de Paraíba (UFBP), precisa vir instalado no conversor ou no televisor e isso vai depender do tipo e do modelo do conversor e do televisor. A interatividade deverá ser implementada aos poucos, pois representa um alto custo para as emissoras.

Suas funções principais são:

  • Tornar as aplicações do sistema operacional da plataforma do hardware independentes;
  • Oferecer apoio ao desenvolvimento das aplicações.

O sistema é subdividido em:

  • Ginga-CC (Ginga Common Core), dando suporte aos ambientes Ginga-NCL e Ginga-J, declarativos e procedurais respectivamente busca exibir vários formatos de vídeo. Além disso, oferece o controle do plano gráfico para ISDB-TB e controla o acesso ao canal de Retorno;
  • Ginga- NCL, desenvolvido pela PUC-RIO, promove a infraestrutura das aplicações declarativas escritas em linguagem NCL. Oferece sincronismo entre objetos de mídia, adaptabilidade, suporte a vários dispositivos e à produção ao vivo de programas interativos. Assim, traz com a criação a ferramenta Composer, para facilitar o desenvolvimento do subsistema;
  • Ginga-J, desenvolvido pela UFPB, para dar infraestrutura às aplicações Java em TV digital.

Curiosidades sobre a TV Digital

Blu-ray

Em 1997, surgiu a tecnologia que permitia som e vídeo digitais, o DVD (tamanho de 4,7 GB ou de um filme de duas horas e poucos recursos adicionais). Para substituí-lo, a indústria criou os discos Blu-Ray (BD). A sua mídia Blu-Ray foi desenvolvida para gravação e reprodução de vídeo em alta definição. Um disco de camada única é capaz de arquivar uma grande quantidade de informação (até 27 GB de dados ou 13 horas de vídeo padrão), assim como o de camada dupla, chegando a armazenar 50 GB.

Fitas DV ou mini DV

São aquelas utilizadas em filmadoras digitais (DV), cuja qualidade da gravação é superior. DV é um formato usado para gravação e reprodução de vídeo digital, lançado em 1995.

HDA (High Definition Audio)

Áudio em alta definição, com qualidade melhor que CD.

Canais de TV por Internet

Nas operados de TV por internet, encontramos a Terra TV, a TV IG, a TV UOL, dentre outras. Essas operadoras possuem canais de TV e você pode assistir às temporadas de séries famosas como: Lost, 24 horas, Greys Anatomy etc. Ainda pode ver vídeos e destaques sobre temas variados.

TV Digital na Internet

Uma das batalhas que a TV Digital encontra é a sua junção com a Internet. Ela tem que ter jeito de internet. Nos EUA e na Europa, parte dos usuários quer ter uma TV que navegue na web ou vice-versa. Assistir à TV pela internet já é possível através de softwares como o Megacubo, TVUPlayer 2.2 etc e alguns canais do Brasil e do exterior disponibilizam, para os usuários, a oportunidade de assistir à sua programação em tempo real. Para isso, é necessário ter uma boa e rápida conexão (banda larga) para que os vídeos sejam transmitidos de maneira eficiente.

Para assistir à TV Digital pelo computador, é necessário ter, por exemplo, um mini-conversor/sintonizador USB Mob TV. Criado pela Tectoy pioneira no ramo de TV Digital, é um receptor para TV Digital brasileiro. Ele funciona em notebooks e computadores de mesa e uma característica interessante é que possui a função Timeshift: onde pode-se gravar o conteúdo da TV no computador. Por enquanto, esses receptores já podem ser comprados, mas a nova geração tecnológica virá com eles embutidos.

Jogos

Em 1998, os primeiros jogos em HDTV fizeram sucesso nos EUA. Um exemplo de alta definição em jogos, são os do Xbox 360. Nas primeiras plataformas do game, os desenvolvedores poderiam optar por gerar gráficos em HD. Mas, atualmente, todos os jogos para Xbox são em alta definição.

A alta definição não compreende, apenas, as imagens de TV Digital. Para tanto, foram desenvolvidos jogos que suportassem a definição de 780p (scan progressivo) e 1080i (entrelaçado).

Com isso, não é preciso uma TV Digital para jogar com alta definição no Xbox 360. Ele também é capaz de executar o jogo na melhor definição que a sua TV oferece. Para executar jogos em resolução Full HD, é necessário o cabo HD AV, um componente que vem junto com o Kit Oficial do Xbox 360 Brasil. Já na conexão do cabo HD AV VGA pelo computador, você terá a opção de escolher determinados tipos de resolução. Porém, mesmo usando um cabo ou outro, você encontra no menu Sistema – Painel do Xbox – Configuração do Console – Vídeo, para ver as opções de resolução que o vídeo game possui.

Pay Per View (PPV) ou "Pague para ver"

Serviço usado desde a década de 70 nos EUA, onde indica que o cliente pagará para assistir à uma programação específica. As pessoas poderiam comprar a programação através do controle remoto ou pelo telefone. Nessa década, já víamos sinais da interatividade nas TVs por assinatura. Um exemplo real de PPV é o Big Brother Brasil: quem quiser ver cenas exclusivas que acontecem na casa, terá que pagar por isso.

Closed Caption (CC) ou "legenda oculta"

São os textos que aparecem na tela quando um apresentador fala, ou seja, uma legenda. São reproduzidas em televisores com a função CC e elas auxiliam os deficientes auditivos a acompanhar os programas. Com a TVD, haverá mais eficiência no processo de Closed Caption (legenda oculta que aparece em determinados programas), os CC será automático e você poderá personalizá-las (alterar cor, tamanho, tipo de letra).

Aparelhos portáteis com TV via sinal Digital

Receptores para carros, PenTvs (Receptores de TVD em adaptadores USB), GPS com TV digital, PDAs, TV digital Portátil (Permite sinal digital da TVDs brasileiras), Celular com TV Digital etc.

Muitos desses aparelhos permitem assistir à programação das TVD, sem custos, dentro das regiões que possuem cobertura para o sinal da TV aberta Digital. As marcas mais conhecidas estão entre a Nokia, LG, Samsung e Semp Toshiba.

Com esses aparelhos, será possível ter uma sintonia com o sinal de transmissão digital UHF, a gravação de seu programa de TV favorito, fazer pausas na programação ao vivo (função Instant replay), dentre outros.

Decretos e Normas da TVD

Desenho TelevisãoA transmissão de TV Digital foi regulamentada e supervisionada pelo Fórum Brasileiro de TV Digital Terrestre, de 2006. Criado pelo decreto presidencial 5.820, o fórum tem o objetivo de auxiliar e estimular um sistema de transmissão adequado às necessidades dos telespectadores, ou seja, melhorar a transmissão a fim de trazer benefícios para a população brasileira. Assim, eles se responsabilizariam por manter relações de harmonização com outros países, gerenciar normas técnicas, promover a cooperação entre emissoras e os demais envolvidos no processo de transmissão de dados, propondo e promovendo soluções para os direitos autorais do software, a capacitação de pessoas, entre outros pontos.

Os associados ao fórum são empresas dos Setores de Radiodifusão, da Indústria e Recepção, Acadêmico, da Indústria de Transmissão, da Indústria de Software e alguns Sócios Efetivos. O fórum aceita todas aquelas empresas que estejam dispostas a batalhar pelo mesmo objetivo: o de trazer à população uma melhor qualidade de vida através da TV digital. Como primeiro dever para os associados, devem cumprir e respeitar o Estatuto Social presente no fórum, assim como as decisões tomadas na Assembleia Geral e Conselho Deliberativo.

Início da TV Digital

O início das discussões sobre TV Digital começou em 1994, época dos primeiros estudos promovidos pela Sociedade Brasileira de Engenharia e Televisão (SET) e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). Já em 1998, os estudos foram conduzidos pela Anatel dando prioridade em definir qual seria o melhor sistema para o Brasil. E nesse primeiro momento, ainda não pensavam em desenvolver um sistema nacional. Iniciaram os testes com o padrão americano, mas houve problemas quanto à recepção da modulação 8-VSB, levando a Anatel ao padrão japonês e europeu (ISDB e DVB). O padrão ISDB foi considerado superior ao DVB, pois havia apresentado um melhor desempenho na transmissão de sinais em ambientes fechados e recepção de sinais em aparelhos móveis.

Encerrando as discussões em 2000, a Anatel não fez um pronunciamento oficial, mas esperou a posse do novo governo dois anos depois. Miro Teixeira, Ministro das Comunicações, encaminhou uma carta para o Presidente do Brasil República (Luiz Inácio Lula da Silva), mostrando a necessidade da TV interativa. A partir daí, iniciou-se o grande desafio:

Será que é possível a interatividade da TV Digital, produzindo um software totalmente nacional?

Para tanto, foi criado o grupo de estudo no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), que conduziu o trabalho até novembro quando então saiu o decreto 4.901, instituindo assim o Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD). Esse decreto oficializou o objetivo do governo, que não era a simples troca de um sistema para outro, mas, sobretudo, gerar inclusão social e digital através da TV e ainda desenvolver a indústria nacional, assim como os centros de pesquisas relacionados ao projeto.

Assim, 20 editais públicos foram lançados a fim de direcionar os estudos, elaborar projetos, incentivar a formação de redes de pesquisa e associar empresas, instituições e pesquisadores para auxiliar no aprimoramento sobre TV Digital.

Padrão Japonês de Televisão

Optando pelo padrão japonês, cuja modulação utilizada é a OFDM-BST, permite a transmissão de sinais digitais para aparelhos portáteis utilizando a mesma frequência, o padrão de codificação H.264 e o middleware Ginga (desenvolvido no Brasil).

Voltando ao fórum, o decreto que o instituiu permitiu que ele estabelecesse as tecnologias que compunham o SBTVD e também as regras de implementação da TV Digital no Brasil, definindo prazos, normas em relação à transmissão, a codificação, a multiplexação, os receptores, a segurança, o middleware, o canal de interatividade, guias de operação, assim como parceria com a empresa desenvolvedora do sistema Java para dar interatividade à TV Digital brasileira e também supervisionando documentos que explicam as diferenças e semelhanças dos padrões adotados no Japão e aprimorados no Brasil. Esses são chamados de documentos de “Harmonização”.

Com o lançamento, em 2007, na cidade de São Paulo, pelas principais redes de TV, foi possível receber tanto o sinal analógico quanto o digital e ainda foram feitas as transmissões com a tecnologia One-Seg, cujos dispositivos móveis poderiam receber o sinal digital em baixa definição.

Devido à empolgação que gerou a interatividade, softwares clandestinos eram desenvolvidos e vendidos por R$ 600,00. Contudo, os receptores que possuem o Ginga-NCL (ambiente multimídia que recebe as aplicações escritas em NCL e via linguagem de script Lua) dão suporte à alta definição, mas não são atualizáveis. O fórum publicou várias normas que padronizam o Ginga junto às normas da ABNT.

Enfim, acordos estão sendo feitos com outros países para adotar o sistema ISDB-T ou aprimorar o seu sistema, como o EUA e o Japão, com o intuito de incorporar novas tecnologias. Para isso, anunciaram a criação do Fórum ISDB Internacional, com propostas de estruturação e funcionamento apresentadas pelo Brasil. Na terceira reunião, ocorrida durante a SET 2010 (principal evento na área de telecomunicações, radiodifusão e televisão), foi definido o objetivo de garantir a harmonização das normas técnicas entre os países que adotarem o padrão Brasil-Japão, ou seja, normas de desenvolvimento, especificação e suporte às tecnologias. Até março de 2011, o presidente do Fórum será Frederico Nogueira, e será o responsável pela nova reunião do Fórum em Santiago, no Chile.

Termos Usados na TV Digital

Antena monocanal - tipo de antena que transmite apenas um único canal de UHF.

Antena multicanal - tipo de antena que transmite vários canais UHF.

Antena Dual Band - tipo de antena que transmite canal VHF e UHF.

CATV (Cable Television, Community Antenna Television ou Televisão a cabo, Televisão de antena comunitária) - sistema pelo qual são distribuídos conteúdos de televisão, rádio e outros serviços através de cabos coaxiais para a comunidade. Um exemplo disso são as TVs por assinatura.

Cabo coaxial - tipo de cabo condutor usado na transmissão de sinal. Ex.: cabo branco conectado à antena responsável por levar os sinais para a TV analógica.

Definição - nível de detalhamento de imagem, ou seja, é a medida do número de linhas horizontais x o número de pontos em linhas por pixel. Ex.: 1080 linhas x 1920 pixel.

Formatos da imagem - Existem vários formatos, mas o mais comum é o 4:3 das TVs analógicas. Já as digitais possuem o formato 16:3 ou widescreen.

Ginga - é um middleware desenvolvido nacionalmente que garante o funcionamento das aplicações interativas da TV Digital.

HDMI (High Definition Multimedia Interface) - é o padrão de conector de mercado para a TVD.

ISDB-TB - O SBTV (Sistema Brasileiro de Televisão Digital) também incorporou essa sigla, por utilizarem diversas tecnologias do padrão japonês.

ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting) - Padrão desenvolvido pelos japoneses para dar suporte às aplicações interativas, multiprogramação, TV móvel e portátil etc.

Middleware - software que dá suporte ao desenvolvimento de aplicativos e conteúdos para TV Digital.

Pixel – são os pequenos pontos da tela que ajudam a formar uma imagem. Ele possui três pontos de cores (vermelho, verde e azul), produzindo até 256 tonalidades diferentes.

1-seg (receptor de um segmento) - é um receptor que recebe apenas o sinal digital para dispositivos móveis.

H.264 - é o tipo de compressão de vídeo, utilizado pelo Sistema Brasileiro de TV Digital, baseado no MPEG-4 Part 10.

UHF (Ultra High Frequency - "Frequência Ultra Alta") - É usada para a transmissão do sinal de TV digital, em alta definição.

VHF (Very High Frequency - "Frequência muito alta") - É usada para a transmissão do sinal de TV analógica. É capaz de captar do canal 2 ao 13.

(I)nterlace Scan (imagem entrelaçada) – na tela, são exibidas primeiramente todas as linhas ímpares e depois as pares.

(p)rogressive Scan (imagem progressiva) – as linhas são exibidas sequencialmente na tela, sendo que a qualidade da imagem é superior à da imagem entrelaçada.

8-VSB - É a modulação utilizada pelo padrão ATSC (americano), não sendo compatível com o padrão brasileiro.

Modulação - processo pelo qual ondas eletromagnéticas variam de acordo com a mensagem a ser transmitida.

Textos produzidos por Stephanie Cristhyne A. da Silva